A tarde de sábado foi entretida no pavilhão da Faculdade de Desporto. Um pai também serve para estas coisas, para o levar e aguardar que termine cada sessão de treino. Para o acompanhar em mais um torneio. Para o apoiar, incentivar e ver vencer.
segunda-feira, janeiro 31
"ainda estás (de) verde!?"
A tarde de sábado foi entretida no pavilhão da Faculdade de Desporto. Um pai também serve para estas coisas, para o levar e aguardar que termine cada sessão de treino. Para o acompanhar em mais um torneio. Para o apoiar, incentivar e ver vencer.
poste do paulofski 5 que não esperaram em silêncio
sexta-feira, janeiro 28
ó faxabôre, é a conta...
Três colegas de trabalho juntam-se para almoçar no Café Piolho. Um deles prefere o prato do dia (o económico). À jovem basta-lhe uma sopa e uma salada mista. O mais guloso quer degustar uma francesinha especial (batatas fritas e ovo a cavalo). Bebem bebidas variadas e rematam o repasto com dois cimbalinos. Esperam pela conta em animada cavaqueira. O empregado trás a conta à mesa e debate-se qual a melhor forma de pagamento. - Cada um paga o que comeu e bebeu, diz ela. - Não, não, se ele convidou é ele que paga, diz ele olhando para o amigo! Então o lambuzão da franscesinha e autor do convite, dá a brilhante ideia: - E que tal se fossem contas à moda do Porto!!! Ora, o que ele quis dizer com “as contas à moda do Porto” foi que se resolveria a questão com a simples aritmética: divide-se pelo número de participantes. Assim, cada um pagaria 1/3 da despesa. Já ouvi algures uma teoria alternativa sobre esta expressão. Que essa história das “contas à moda do porto” se refere a porto de mar, não à cidade do Porto, e que os marinheiros, por terem que partir logo a seguir à estadia, cada um para o seu destino, tinham de saldar as suas contas. Pois não sei qual das teorias será a mais certa. Mas uma coisa é certa, estando à partida subjacente a ideia que nenhum se vai aproveitar da situação, ou seja, escolher um menu mais caro, da próxima vez acho que vou pedir a francesinha.
Bom fim-de-semana.
poste do paulofski 6 que não esperaram em silêncio
quarta-feira, janeiro 26
o carteiro
O carteiro é uma esperança ambulante. No bucho da sua sacola de couro não se conhecem classes sociais, não há lugares distintos, não há idades. Ali todos se conhecem, todas as línguas se falam e todos se entendem. Uns o esperam com receio, outros com entusiasmo. Numa espera macia e suave. Assim, aquela saudade agoniada ficava ali mansinha. Olham o relógio, mas havia um horário mágico para se olhar. Se não acontecesse, se não se ouvisse o trim-trim e o nome gritado bem alto pela mesma voz, só na outra semana, quem sabe. Não havia endereço, nem número da porta. Apenas um nome e o lugar.
Tia Ilda vai cantarolando, enquanto estende a roupa no quintal. E canta de cor, quando o carteiro chega com uma carta na mão e grita o seu nome: - Dona Ilda, Dona Ilda, chegou carta para si. - Para mim! Ai, há quanto tempo eu não abria uma carta! Uma letra miudinha e torta do seu afilhado trouxeram-lhe saudades e muitas lembranças ao pensamento. E as lembranças são como as cerejas, em que umas puxam as outras e tudo se vai adocicando. Depois vem o carinho imaginado, as mãos trémulas que acariciam o papel, o canto do parágrafo borrado por uma lágrima descuidada: - Ai que querido, meu rico filho! Ouve António, eles vêm cá passar o verão...
Tio Farrincha debruça-se com cuidados de artesão sobre a folha de papel branco e desenha uma caligrafia bonita, ornamentada, que enche de orgulho o antigo guarda-freios. Reclinado na velha cadeira de nogueira enaltecida no terreiro de luz, relê manuscritos transparentes de tão fininhos, guardados num subscrito com as bordas verdes e amarelas: "Aeropostal, par avion". Com o vagar e a minúcia de uma caneta de tinta permanente, escreve palavras pensadas, sentidas na alma mesmo. Contorna o sobrescrito com a língua, para acicatar a goma que sela as palavras gravadas, e dá uma última lambidela no selo postal: - Toda a gente me gaba a letra, aventa ao carteiro com um sorriso sonoro que lhe empina o bigode. – Pegue, é para a minha irmã que vive no Brasil.
À soleira de outras portas, cartas de amor são recebidas, como as de antigamente, que já ninguém escreve, e que trazem retratos amarelecidos com a usura do tempo. - Menina Fernanda, esta cartinha veio para si. Com o coração acelerado pela secreta emotividade em querer rasgar logo o envelope, ela resiste e guarda-o no peito como se um tesouro fosse, na irreprimível esperança de ler os escritos de amor antes de pontuar uma imensa saudade. A conversa solta-se e ele revela-lhe: - Sou eu que as leio a maior parte das vezes! Sei da vida de quase toda a gente, já viu menina! E ainda arranjo tempo para conversar e dar atenção às pessoas. Lembra-me a minha mãe que era das poucas que sabia ler e escrever, e assim ganhava mais uns trocados para alimentar cinco filhos. Lia e escrevia as cartas do povo. Terei lhe herdado o jeito ao que parece!
Depois de um copito do mata bicho para amaciar o gasganete, tem ainda de fazer uma última visita. Atravessa a ribeira, levanta a cabeça para a paisagem que se ergue no horizonte onde prosperam o xisto e as oliveiras, segue para uma casa isolada onde vive a viúva de um antigo pastor. A chegada do carteiro com o vale da sua magra pensão, representa um momento de alívio e felicidade, bem ilustrada no rosto da velhota, que desce a custo as escadas de pedra. Nestes locais mais isolados, a passagem do carteiro era uma réstia de vida e de esperança. – Olhe, já há dias que não falava para ninguém, diz-lhe a velhota. De ninguém ela espera uma carta, mas o carteiro traz-lhes a memória fugaz de um tempo em que as pernas e a vontade eram vigorosas. Um sorriso assoma nos lábios da velha que há momentos se vergava sobre a panela de três pernas: – Quer uma sopinha de couves? Parecem saber a pouco, estes breves momentos em que o correio distribui sorrisos que ninguém mandou, em que entrega palavras que ninguém escreveu...
poste do paulofski 7 que não esperaram em silêncio
terça-feira, janeiro 25
cultivando a amizade
poste do paulofski 5 que não esperaram em silêncio
domingo, janeiro 23
"pior do que está não fica"
poste do paulofski 11 que não esperaram em silêncio
sexta-feira, janeiro 21
a encher pneus também serve
n.d.r.: a relação entre página em branco e o acto eleitoral de Domingo é pura coincidência.
Have a nice weekend.
poste do paulofski 4 que não esperaram em silêncio
quinta-feira, janeiro 20
delírio
Ontem, na minha quarentena forçada, descontraído na arte de não fazer nada e quase a atingir a fase Zen, delirei sobre o que poderia fazer quando não se tem nada para fazer! Aliás, para dominar esta técnica é necessário alguma preparação prévia e passa por não fazer nada. Mas afinal, se não tinha nada para fazer, não podia ou deveria fazer nada porque, nesse caso, sempre teria alguma coisa para fazer! Como se pode ver, não ter nada que fazer é mais complexo do que se poderia imaginar! Pois neste momento, gostaria de dizer que não tenho nada para fazer, mas estaria a delirar novamente porque tenho imensa coisa para fazer e, no entanto, encontro-me a blogar, o que leva a crer que pelo menos uma coisa tenho de fazer! Acabar o poste e recomeçar a trabalhar!
poste do paulofski 6 que não esperaram em silêncio
quarta-feira, janeiro 19
cuidados e caldos de galinha
Ficar doente já foi bom um dia. Ah, se foi. Tínhamos febre, dores de garganta, e ficávamos na cama, cobertos até o pescoço por lençóis, enquanto os nossos enfermeiros particulares, os nossos pais, nos mimoseavam com um copo de leite morno, supositórios e caprichos. Dependendo do termómetro e do tempo da doença, a televisão poderia ser transferida para o quarto. E televisão no quarto, naquela época, era coisa fina, tratamento VIP. Ficar doente significava ter a exclusividade da mãe, que faltava ao trabalho e passava o dia colocando a mão na testa, ajeitando o pijama e os cobertores, perguntando se nos sentíamos melhor. Significava acima de tudo faltar ao colégio. E um aaaai, assim, bem demorado, tirava qualquer tipo de dúvida. Aí, fazíamos aquela cara de filho doente, pálpebras pesadas, com o corpo meio mole, e soltávamos aquela tossezinha malandra que fazia a mãe se preocupar, ajeitar a almofada e trazer uma colherzinha de xarope caseiro ou daquele que a gente fazia caretas só de olhar, já que naquela época remédio tinha gosto de remédio e precisava de um mimo extra para se poder suportar (lá vem mais um supositório). Em crianças precisávamos de mãos que apertavam as nossas, carinhosamente, e nos alisavam os cabelos prometendo que logo, logo, ficaríamos bem, e voltavam com um copo de água.
Hoje não. Hoje é muito diferente. É só abrir a porta do armário e lá estão todos: o paracetamol, o ibuprofeno, o ácido acetilsalicílico. A febre passa mais depressa, é só um comprimido a cada seis horas e pronto. Os mimos da mãe chegam por telefone e é o comando do televisor que fica ao nosso lado para nos acomodar de alguma forma. São dias sem graça em que fico só, por minha conta e risco, recebendo em chamadas de telemóvel palavras de preocupação e de consolo. Sem contar os amigos que só se inteiram pelo blogue e deixam um simpático comentário (a quem devo uma justificação de faltas e retribuir as vossas amáveis visitas). Mas amanhã vai ser pior meu amigo, aproveita agora. Adoece hoje porque amanhã vai ser complicado. Amanhã, nem pensar em adoecer porque nem faltar ao trabalho vamos poder mais.
Ao estilo de António Lobo Antunes, a minha sátira aos homens com gripe:
Xarope de cenoura prá constipação,
Um Ben-u-ron e rebuçados de mel
Que se pifaram as pilhas Duracell.
Não te quero pai, chama a mãe!
Vem cá mãezinha, isto está a doer,
Cabeça, garganta e o que mais houver,
Quero miminhos, festinha e doces palavrinhas
Que me aliviam da febre e das queixinhas.
Contigo a meu lado já me sinto melhor
Do que as receitas passadas pelo senhor doutor,
Não me tragas sopa, perdi o apetite,
Livra-me desta coisa terminada em "ite"
Que minha amiga não é, se é amigdalite!
Registos, medidas, tomas e doses,
Rolos de papel, narinas, tosses, viroses,
Zangam-me, sujam-me, cansam-me da cama,
Deixam-me fora de cena, em stresse,
Quando o Paulofski adoece, toda a família padece.
poste do paulofski 7 que não esperaram em silêncio
terça-feira, janeiro 18
onde é que deixei os meus lenços de papel?
É isso mesmo, apesar de querer estar para aqui com algum humor, estou também com uma constipação e das boas. Dores de garganta, rouquidão, gosma extra, nariz entupido e inchado de tanto fungar. Cansado de tanto tossir. Muito provavelmente foi por ter saído a pedalar ao final da tarde, mas quem pedala por gosto… Já preparei as receitas do costume, xaropes e afins. Desejo-me as melhoras. E desde já vos digo que se não quiserem ser hóspedes de um rhinovirus, ou lá o que isto é, é bem melhor passarem a outro blogue, e rapidinho.
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segunda-feira, janeiro 17
estabilidade
- Acorda!
- Ohhh… Deixa-me ficar só mais um pouquinho!
poste do paulofski 3 que não esperaram em silêncio
sexta-feira, janeiro 14
é um desentupidor, ó faxabôre...
Pfffff....
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quarta-feira, janeiro 12
uma questão de juízo
- Oh pai, onde está o Tantum Verde? - Na casa de banho, porquê? - É que me dói a gengiva e está a inchar! - Ora deixa cá ver... Ahhh, sabes o que é? Estás a ficar com juízo, é o que é.
- Estou o quê!!!...
Quem nunca estremeceu só de ouvir pavorosas histórias dos famigerados dentes do siso? Pois eu ainda ranjo os dentes só de lembrar tudo pelo que passei por causa desses “adoráveis” dentes que chegam no fim da adolescência, logo a avisar: “Afastem-se que queremos passar”.
O siso é conhecido como o dente do juízo, supostamente por surgir numa idade em que o jovem tenha um mínimo de juízo, lá para os 16 anos. De facto, há casos e casos, mas no meu caso, eu só tive algum juízo muito depois de atingida a maioridade e de uma forma deveras traumatizante. Para meu sofrimento, os meus sisos inferiores nasceram inclusos, deitados num berço acanhado, totalmente fixados à mandíbula, e não romperam totalmente a gengiva. O mais complicado foram as inflamações, as dores, e a desagradável dificuldade em mastigar. Só tinha comida pastosa à disposição e bebia por uma palhinha, no mínimo por uma semana. Mas estar esfomeado até que não era o pior. Pior foi não conseguir falar direito e ter que fingir que era mudo, anotando tudo num papel. Mesmo não sendo um grande falador, nada foi tão constrangedor.
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domingo, janeiro 9
possibilidades
...rumo ao Sol.
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sexta-feira, janeiro 7
de quem é o chuço?
Estamos na era da tecnologia. Nos últimos anos a ciência mudou o mundo, um mundo em permanente evolução. Toda a sociedade beneficiou dessa evolução. Tudo é moderno, sofisticado. Tudo é reinventado. Mas, se observarmos bem à nossa volta, há objectos do nosso quotidiano que praticamente não se alteraram, não fizeram um upgrade. É o caso do chuço. Desde que foi inventado tem sido igual a si próprio, uma armação de varetas cobertas de pano e unidas a um pau! Há uns que se dobram, uma ou duas vezes, cabem nas carteiras de senhora e até têm uma capinha extra. Mas, quando se abrem, são iguais a qualquer outro. De pano negro ou colorido, de uso publicitário, com moca de madeira, de plástico ou metálico, pequeno ou familiar, são todos iguais. Porventura remonta aos primórdios da civilização, em que algum australopiteco mais intligente, um dia, se lembrou de juntar umas folhas de palmeira, espetou-as num galho, e cantou dançando à chuva, do mesmo modo que Gene Kelly cantaria milhões de anos depois! E o pior é que ficamos sempre molhados.
É definitivamente um objecto incompleto na sua função. Até porque, decididamente, não guarda chuva nenhuma. E depois de fechado, entra-se com ele nos autocarros, nos restaurantes, na casa dos outros e deixamos um rastro molhado num chão alheio. É um incómodo. O que fazer com aquele objecto desajeitado, molhado e frio quando a chuva passa? O que fazer com os que se vão embora e se esquecem do guarda-chuva em qualquer lugar. Sempre...
E de quem é o chuço que jazia revirado no passeio a caminho de casa? Certamente também andou a dançar à chuva...
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qual é a coisa, qual é ela... [1]
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Pelo muito bem que faço não posso ser dispensada.
Se persisto aborreço. Se falto sou desejada?
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quinta-feira, janeiro 6
reposte 7 [que doces]
Bom apetite.
O palato e o Natal estão indissociavelmente ligados e se há altura para exageros é agora a altura para voltar ao ritmo, voltar ao exercício físico sem contudo deixar que algo fique sobre a mesa.
São servidos?
Zeca Afonso - Natal Dos Simples
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quarta-feira, janeiro 5
show di bola
Já agora, não haverá por aí um clube partidário qualquer interessado na transferência galáctica deste ponta-de-lança, na contratação deste centroavante exímio no jogo da governação? É que estando o mercado de transferências em aberto, seria de aproveitar. Até que ele já se mostrou disponível!
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terça-feira, janeiro 4
isto é sério!
poste do paulofski 5 que não esperaram em silêncio
segunda-feira, janeiro 3
anseios
Não creio que seja possível apagar completamente actos e palavras de que não nos orgulhamos, mas acredito que podemos sempre encontrar motivos para aprender com os erros e nos redimir deles. Fazer com que as melhores coisas que fizemos nos forneçam energias para eternizar novos momentos, novas palavras, novas caras, novas músicas, novas imagens, enfim, nova bagagem.
Para 2011 o mais importante é encontrar a maturidade suficiente para juntar os retalhos que componham a colcha da vida. Voltar ao passado é impossível, mas a melhor maneira de conjecturar um futuro melhor é criando. E como se faz isso? Com coragem, com muita coragem.
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sábado, janeiro 1
de passagem
Na passagem d'ano:
- Oh pá, boas entradas.
- Ahhh, obrigado… Mas olha que ainda não perdi muito cabelo!
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