sexta-feira, janeiro 30

diferenças de género

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Eu poderia passar dias e dias e dias... e dias e dias falando sobre as várias diferenças de comportamento entre os homens e as mulheres, mas não vou. Esta animação do Bozzetto explica resumidamente e com bastante humor algumas dessas situações do dia-a-dia. Estou em pulgas para ler os vossos comentários.




(clica na imagem e aguarda um pouquinho)


Bom fim-de-semana


quinta-feira, janeiro 29

a viagem

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Num gesto delicado solicitou-lhe que a deixa-se ocupar o único lugar vago, junto à janela. Toda ela era charme, tão intenso que não o iria deixar indiferente. Tinha uma presença tão enigmática, mesmo ali à sua frente, que seria impossível ignorá-la. Quando deu por si, estava encantado com ela e nada disposto a ter que sair na próxima paragem, na sua paragem. Homem de elegante presença, parecia alegre, disponível e inteligente. Talvez na sua vida quotidiana há muito que não acontecia nada tão excitante como aquele instante, ou poucas pessoas saberão que ele ainda existe. A solidão não mata mas já lhe deixa marcas no fígado, na dependência e no odor da respiração. Provavelmente sentia que já tinha o destino marcado com as amarguras de uma vida intensa. Ainda assim, a olhava sem querer e foram mais que muitas as vezes. Libertou-se, fantasiou carícias, beijos e confissões, abandonando-se em imagens desconhecidas, suaves e doces daquela mulher que o afligia. A senhora era um ser magnético, impávida e perturbadora, que despertava os instintos primários daquele homem, de alguns homens, mais do que um simples desejo um rosto oferecendo caprichos, para não imaginar outras coisas. Engraçado! Eu já os imaginava um cenário diferente, em tons encarnados, não sei bem porquê, embalados por vibrações como aquelas do veículo colectivo no meio do trânsito. O tempo passou e, não tardaria muito, chegaria o meu momento de deixar que aqueles dois prosseguissem a viagem. Desta vez o olhar dela tornara-se observador e, no seu interesse em redor, havia algo que estaria a congeminar. Ele sentiu um calafrio assim que ela cruzou o seu olhar e lhe pareceu ver um sorriso. Retribuiu a viragem de olhos e fez de conta que não era nada com ele. Ela sussurrou-lhe qualquer coisa que o nervosismo o impediu de escutar. Retorquiu com um desculpe, pode repetir? De tão distraído que eu estava, quase falhei a minha paragem. Num salto levantei-me e aproximei-me da porta de saída, sem antes voltar a cabeça para trás e reparar que ela tomou o lugar que eu deixei vago. Ele pegou na sua mão, e num gesto muito meigo, mesmo ternurento, pareceu-me nascer uma cumplicidade entre os dois interlocutores. Poucos segundos depois fiquei sem os ver, fiquei tão baralhado que despoletei um reboliço de questões, daquilo que ainda recordava, do que me parecia ter sido. Ou não teria sido? Ou fui eu que imaginei ter sido? Mas depressa voltei à realidade, segui a pé e deixei que a minha música do MP3 me hipnotizasse.


Sigur Ros - Hoppipolla


quarta-feira, janeiro 28

movimento

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Hoje trago palavras vazias de inspiração. Perdi-lhes a chave, o tempo e a cor, a cura para este vácuo que me invade. Milagrosas, fiquei sem elas, enclausuradas em mim, no meu secreto desejo de as inventar. De me reinventar. Fundo as sinto, as lanças que me trespassam a mente e me desarmam o papel que vesti para as representar. Para me deixar escapar em histórias e ficções de capa espada, de planícies sem fim e finais felizes. Jogos de letras em sentimentos enredados e lançados ao ar. A um mar de aventuras loucas e afectuosas, roubadas de mim por uma rede invisível de nãos que me apressam. Que me prendem a busca e a atenção e têm urgência de sair para a rua. De se fazerem sentir na pele pela humidade do nevoeiro, pelo sabor daquela chuva “molha tolos” que se vê pela janela e me revela a palavra chave.
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terça-feira, janeiro 27

uma questão de tamanho

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Tentar entrar no território dos adultos não é tarefa fácil para um adolescente. Reclama que já não é nenhuma criança e não entende que tem ainda muito que aprender e compreender. A sua vida, tanto afectiva como económica, dependente ainda da família e do modo como se integra no contexto familiar e social.

Ser filho pressupõe relacionar-se com a mãe e com o pai. Ele é a concretização dos desejos, fantasias e expectativas paternais, que mesmo antes de nascer já escolheram o seu nome. Essas escolhas prosseguem sempre no sentido de proporcionar o melhor para a criança, com o que brincar, com o que vestir, qual a melhor escola para ele frequentar. O filho vê nos pais a autoridade e a fonte próxima da sua aprendizagem, da sua educação e, com orgulho, diz aos seus amiguinhos que o pai é o seu herói, o seu melhor amigo. O pai sabe sempre tudo. Na infância o desejo mais importante da criança é identificar-se com os pais, imitando-os nas suas brincadeiras, nos seus hábitos e rituais.

E o tempo passa, passa tão depressa que os pais nem se dão conta. - Ai como este menino cresceu...! De repente começam a acontecer coisas estranhas. Escutam do filho uma voz diferente, rouca e apessoada, o corpo reivindica os S´s e os M’s da moda, estão na cara os primeiros sinais de acne e no corpo nasce uma pelugem máscula. Os recém adolescentes buscam ocupar um espaço, o seu território no contexto familiar, com os primeiros sintomas da puberdade e os enigmas próprios da juventude. A rotina familiar é revolucionada e os pais percebem que têm um pretendente a adulto a emergir dentro da própria casa. Aos 14 anos de pacata convivência, essa descoberta coloca-os perante algumas situações inesperadas para as quais terão de procurar rivalizar e saber lidar. Educar à medida que o jovem vai crescendo, alargando gradualmente os limites com compreensão, amor e carinho. Se ele percebe que a mãe lhe renova as peças do guarda-roupa, dá-lhe para vestir camisolas ainda novas, herdadas de um adulto da casa que se descuidou e alargou o perímetro abdominal, ele vê nisso uma evolução no seu estatuto familiar. Aí ele parte à descoberta de um novo mundo, experimenta sensações e experiências há muito desejadas, como usar a máquina que o pai esfrega na cara todas as manhãs. Já tem os seus gostos próprios e reivindica para si um estatuto na camada de roupa passada a ferro: - Óh mãe, o pai anda com as minhas meias outra vez! A mãe sempre atenciosa tenta perceber o problema: - Pois é, bem se vê porque desaparecem misteriosamente as meias que ele gosta mais! Eu já te tinha dito, as meias onde bordei uma marca branca são as dele e as que têm um bordado vermelho são as tuas. Ao que isto já chegou!!!


Bob Marley - One Love


segunda-feira, janeiro 26

quadras populares

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As meninas dos meus olhos
são duas pobres mendigas,
sempre a pedirem esmolas
aos lábios das raparigas.


Costumei tanto os meus olhos
a namorarem os teus,
que, de tanto os confundir,
já nem sei quais são os meus.

Quem bem ama, nunca esquece
a quem ama. - E tanto assim
que, de tanto que me lembras,
ando esquecido de mim.

Como o vento é para o fogo,
é a ausência p'ró amor:
Se é pequeno, apaga-o logo;
se é grande, torna-o maior.

Ausência tem uma filha
que se chama Saudade;
eu sustento mãe e filha,
bem contra a minha vontade.

Toma lá meu coração
e a chave p'ró abrir.
Não tenho mais que te dar,
nem tu mais que me pedir.

Se cair a tarde triste,
Com ar de que vai chover;

não te esqueças dos meus olhos,
que choram por te não ver.

Quatro letras mal escritas...
Olha, amor, o que te digo:
Já fui aprender a ler
para me escrever contigo.

-Pobreza não é vergonha
nem devia ser tristeza:
Vergonha é ter, como tantos,
Pão alheio em sua mesa...

São parvos, não rias deles,
dos outros dizemos nós.
Às vezes rimos daqueles
que valem mais do que nós.

Não te faças mais do que eu,
que não és menos nem mais;
debaixo da terra fria,
todos seremos iguais.

Eu não sei por que razão,
alguns homens, a meu ver,
quanto mais pequenos são
maiores querem parecer.

- Ouve muito, e fala pouco.
Aprende com paciência.
Em sabendo que não sabes,
chegaste à melhor ciência.

Não compres mula manca,
pensando que há-de sarar;
nem cases com mulher má
cuidando que há-de amansar.

Quando o loureiro der baga
e a cortiça for ao fundo,
só então hão-de acabar
as más línguas neste mundo.

Que serve chorar agora,
se já remédio não tem?
Se o chorar fosse remédio,
chorava eu mais que ninguém


Recolha de:
José Gomes Quadrado

Mós do Douro
fotografias minhas
Dezembro 2007


sexta-feira, janeiro 23

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Como filmá-lo? Como entende-lo? Construído, inventado, modificado, é desconhecido. Formatado, inteiro, antes de ser experimentado. Pronto. Em movimento eterno, em velocidade infinita. A força luminosa que ao mesmo tempo cega e dá uma nova visão. Brilha. Entendido, incompreendido, é transformado a cada instante. Colorido e misterioso, saboreia, mistura. Interfere.

passo a passo

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Ao ler o desafio que a Vekiki me propôs, e sabendo eu que anteriormente teria respondido a algo muito semelhante, dei por mim a vasculhar os arrumos deste gabinete à procura do que havia guardado. Muitas coisas encontrei, reli alguns textos e comentários, e me deixei perder enquanto recordava quais as motivações dos assuntos e expectativas que tive em cada texto escrito. No meio desta perda de tempo, senti uma forte vontade em republicar alguns deles, para os voltar a dar a ler, permitir que outros visitantes me possam entender, porque não? É caso para pensar.

Este desafio vai-me obrigar, "moi méme”, a levantar deste confortável sofá, logo agora que estou com uma preguiça do caraças, e passo a passo dar 6 (mais um e certamente daria com o nariz na porta), ir em direcção à resposta.

Então é assim: o desafio manda-me linkar a pessoa que me desafia, já o fiz; Escrever as regras do “meme” no meu blog, está implícito no texto; Revelar 6 coisas aleatórias sobre “moi méme”, que farei já de seguida:

#1 - Sou tímido e reservado. A vida vai-me amadurecendo mas continuo da mesma forma, quietinho no meu canto.

#2 - Gosto do que me pertence mas não o guardo só para mim, partilho.

#3 – Acima de tudo a companhia da minha família que me conforta e me completa.

#4 - Sair por aí a pedalar na minha bicicleta é uma forma de liberdade e de recuperar forças.

#5 - Sou um guloso, quero sol, calorzinho, música, bloguisse e boa disposição.

#6 - Gosto de estar de bem com toda a gente e procuro ser coerente, o que me leva a infringir a última regra deste desafio: nomear outros 6 links de amigos blogueiros.

Lamento que seja assim e por aqui me fico. Fica no entanto combinado que, passo a passo, um destes dias começarei a republicar alguns postes antigos, os repostes! Ok?


Colbie Caillat - The Little Things

quinta-feira, janeiro 22

yyyuuuupiii... ganhei!!!

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wins!!!!

We are informing you that Your email address as indicated was drawn and attached with serial numbers FTS/8070337201/06 and drew the lucky numbers 15-22-24-48-50-37(30) which subsequently won you 1,000,000.00 (One Million Great Britain Pounds) from the U.K FREE PROMO The draws registered as Draw number one was conducted in Brockley,London United Kingdom on the 22rd january 2009.Find below the details of the Claims Agent and contact him with the following details for verifications:
FULL NAME,
FULL ADDRESS,
NATIONALITY,
AGE,
OCCUPATION,
MOBILE/TELEPHONE NUMBER,
DATE OF WINNING AWARD,
SEX,
TOTAL AMOUNT WON,
SERIAL/LUCKY NUMBERS.

AGENT NAME: Mr Albert Thomas (Claims Agent)
AGENT E-MAIL: ********(este não vos digo para não vos tentar!)

Só faltou, foi dizer se receberei a massa em papel, cheque ou géneros e se será das mãos da Marisa Cruz,
Kelly Brooke ou da Rainha de Inglaterra!

Posso escolher, posso???


quarta-feira, janeiro 21

curriculum blogae

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Nos tempos mais ou menos recentes, não falta por aí muito boa gente que por qualquer razão da sua vida, simples pudor, falta dele, ou então para ganhar algum dinheirinho com isso, escreve ou manda escrever um livro a contar parte ou mesmo a sua vida. Ora aqui o “je” diz com todos os caracteres que a sua vidinha mal dá para escrever duas páginas A4 com letra Arial 16 - bold. Os meus dias não são rodeados de mistérios nem de acontecimentos surpreendentes. Posso lhes assegurar que, até ao momento, nada fiz que fosse digno de uma biografia publicável, não pratiquei actos heróicos, não pretendo exposições ridículas nem penso sequer em angariar qualquer patrocínio para fazer render o “peixe”. Nada do que fiz ou deixei de fazer daria uma prosa interessante, talvez alguns devaneios, mas nem isso seria uma biografia. Mesmo assim, sem emoções fortes, fora as que a minha bicicleta me vai proporcionando, gosto da minha vida tranquila e do conforto familiar. Os simples episódios da minha vida, cujo interesse é bastante relativo, não dariam sequer para alimentar um blogue!

De há um ano a esta parte, vou tentando manter activo este bloco de apontamentos que se encontrava no esquecimento. Não dependo dele e não lhe retiro qualquer sustento. É somente um passatempo, um simples gosto, sem maiores pretensões do que realmente representa. O que necessito basicamente é ter um computador agarrado à rede que leve e me traga notícias. Como qualquer pessoa normal, ao longo da vida, passei por fases: sonhador, fotógrafo, inventor, desenrrascado. Fui descobrindo que posso também escrevinhar umas letras e entre baças imagens, apontamentos esquecidos e camadas de pó a descolar desta velha cabeça, acabei por tirar tudo isso da gaveta e me tornei num amador da escrita. Nos blogues já li belas e más notícias, já dei boas gargalhadas, já encolhi os ombros e abanei a cabeça. Senti, com o coração apertado, quem fala da morte de um pai. Vi muita solidão espalhada em palavras e a amizade a florescer. Conheci pessoas e aprendi muito de muita coisa. Mantive a minha máscara de ferro e fui despindo a armadura que me protegia, não sei bem do quê! Parti à descoberta de pessoas reais num espaço virtual. Sei que tenho os meus fiéis oito ou dez leitores diários, pois sei! Blogues existem que nem recebem uma visita, nenhum comentário, e mesmo assim resistem. Vocês estão sempre aqui presentes, praticamente desde a altura em que abri as janelas da casa e deixei entrar a corrente de ar, levar com ela a minha graça, o meu mundo. Tão certo como quando se enfrenta uma tempestade, sabendo que mais tarde ou mais cedo estarão de volta os raios de sol. Se aqui escrevo por vontade própria, devo estar aqui para ser criticado, considerado ou reprovado. Chamado à pedra sempre que errar. É aquela velha história que quem o alheio veste, na praça o despe e, depois da alma nos cair aos pés, resta mesmo é levantar a cabeça, sacudir o esqueleto e, de mente livre, navegar na rede e me desfazer em palavras. Pois é, eu tenho um blogue e nos blogues dos outros eu sigo, e seguirei aprendendo com quem mais sabe. E são tantos! Até amanhã... ou depois!


Mary J Blige (feat. U2) - One
(foi o post nº 1 deste gabinete)

terça-feira, janeiro 20

on the rocks

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Para os lados do céu veio num rugido negro. Uma forte saraivada fustigou janelas e telhados, as árvores em frente, pessoas e os carros parados. Um manto branco ficou e se derreteu aos meus olhos. Como sabe bem olhar de dentro para a tempestade, que acalmou após três intensos raides de um gélido granizo.



Frias as pedras que caem do céu
Rebuçados gelados que adoçam o chão
Brancas ou transparentes se derretem da cor
Das nuvens vestidas num cinzento véu
Cobrem a cidade de respeito e tremor
Fazem com que me perca na imaginação.


a time for change

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Hoje tomará posse oficial da presidência dos Estados Unidoso o 44º presidente americano. Barack Hussein Obama, 47 anos, o primeiro negro a presidir ao país, assume os destinos do mundo. É como o coroamento de uma jornada histórica e, quer se queira quer não, o seu governo marcará para sempre o início de uma nova era. Obama herda um país de poderes contrastantes, que quer manter a sua gigantesca influência de potência dominante no século XXI e que rápidamente se encaminha para uma das maiores e sérias crises económicas da sua história, cuja gravidade coloca até em causa a sua própria hegemonia mundial. Será o começo do fim dessa supremacia que moldou o planeta tal como o conhecemos hoje? Será a sua governação centralizada inicialmente para os graves problemas internos, para a sua economia confrontada com uma crise que na verdade ainda não se conseguiu delinear a sua verdadeira extensão? Será Obama suficientemente capacitado para enfrentar com sabedoria e competência os desafios que vai encontrar? O esforço que se lhe depara, para vencer as dificuldades do futuro, torna a posse de Obama um evento relevante. Além de ter que lidar urgentemente com esta crise económica, ele terá de resgatar o respeito, a imagem e algum apreço de que os Estados Unidos tinham no mundo, mas que foram destroçados pelo governo de Bush, responsável por parte do ódio que os americanos despertam na maior parte do mundo. Tolerante e pragmático, Obama será o presidente de uma outra América, ciente mais de tudo que a sua política, o efeito das decisões que tomar e o caminho que seguir, afectarão e se estenderão aos quatro cantos do planeta.


Bruce Springsteen - Working on a Dream


segunda-feira, janeiro 19

à chuva

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Olha que pode chover meu filho? Não te esqueças de o levar. Chegou a altura de se lembrarem de mim, este velho e estorvado que fica sempre esquecido em qualquer lado. Pedaço de pano cinzento que vira e revira como um cata-vento. É sempre a mesma história, quando não chove ele que fique para ali esquecido, fechado a um canto ou num bengaleiro se não tem serventia nenhuma, nem para passear. O mais velho, esse nunca me quer levar e pede sempre a gabardina emprestada ao guarda-roupa, diz que lhe chega bem. Se não me quiser levar bem melhor que também não quero ir porque está a chover! De mim só se lembram nestes dias e mesmo assim todos me desprezam e me esquecem! Eu deveria era ser como o outro meu colega, esse sortudo de pano colorido que não faz mais nada do que dar sombra fresca. Fica para lá espetado na areia da praia ou plantado nas esplanadas, de pano esticado a guardar o sol. Mas não, eu não, eu fui feito para apanhar chuva. Digam lá se já alguma vez levaram com uma valente carga de água na cabeça? Se calhar até levaram e de certeza ficaram desejosos ter um assim como eu, sempre disponível e sem abertura automática. Pois eu tenho muito orgulho da minha função e conheço a chuva como as mãos que me seguram a moca. Apanho-a toda, todinha, milhões de pesadas gotas de água fria, empurradas pelo vento que com toda a força morrem derramadas na minha copa impermeável. Fico encharcadinho até às varetas, ensurdecido pelo ruído mas firme à força da tempestade, enquanto outros velhos guardas, batidos pelo vento, cansados e revirados, jazem desfeitos nos passeios ou nas bermas da estrada, em farrapos de lixo. Chegado ao destino, ou por as nuvens me darem tréguas, um movimento rápido me fecha, me deixa húmido e colado à minha própria roupa. Pousado, de novo esquecido, fico a chorar rios de água, do suor do dever cumprido, debaixo de mim o menino ter chegado à escola, abrigado e sequinho, satisfeito por me ter como o amigo que o protege, que o guarda da chuva. E no fim desta história, que o mais velho vos conta, de tão teimoso é bem feito, acaba sempre ensopado a secar os cabelos a um guardanapo.


sexta-feira, janeiro 16

frágil

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É muito difícil conquistar alguma coisa na vida, ganhar alguma coisa depois de uma luta com sabor a suor, mas é muito fácil perder tudo numa milésima de segundo. A fragilidade da vida persegue-nos a cada esquina que viramos. Já viram que está tudo por um fio? Muitas vezes queremos que a vida fique em stand-by, como uma simples pausa no controlo remoto, para aproveitar-mos mais os belos sentimentos, experiências, momentos, qualquer coisa. Outras vezes queremos que ande depressa, pois estamos num período estagnado em que às vezes tudo parece querer andar para trás. Todos nós temos fases menos boas, em que olhamos o passado e nos questionamos do que fizemos ou não arriscamos, procuramos sair daí dando as mãos à nostalgia, agarrados à memória num conforto protector. A maioria das pessoas só dá valor à vida quando a sente a fugir, e ao sentirem chegar a hora são tomadas por um sentimento de arrependimento por tudo o que deixaram de fazer ou dizer, sentindo uma grande frustração e a sensação de desperdício, em que num instante tudo se escapa por entre os dedos. Deixamo-nos enredar pelos problemas do quotidiano e nos esquecemos da necessidade de reconhecer o verdadeiro valor da vida, o quanto é saudável e fundamental sentir cada experiência, por menor que nos pareça, com toda a intensidade possível, focando-nos por inteiro em cada gesto, cada atitude e cada sentimento compartilhado com o mundo que nos rodeia. Podem julgar que me deu esta neura devido ao sucedido ontem à noite com o avião americano, pode até ter algo a ver com isso, mas na realidade escrevi-o recordando a notícia que tive ontem do desaparecimento súbito de um colega de trabalho, reflectindo um pouco sobre o quanto é frágil esta vida que vivemos.


quinta-feira, janeiro 15

breaking news

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É a imagem do ano sem dúvida.
Foi há momentos em Nova Iorque.
Faxabôre dar os merecidos parabéns ao piloto e graças a ele...

prato do dia

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Cada qual, à sua maneira, tenta controlar o seu tempo, dá voltas e voltas ao seu ritmo e tenta acertá-lo com os ponteiros do seu relógio biológico. Uns gostam de se levantar cedo enquanto outros ainda nem se deitaram. Há quem prefira se mexer e outros passam o dia na sorna. Uns andam depressa, outros com passos lentos. Há aqueles que lêem devagar, degustam as letras, no entanto alguns sem tempo fazem uma leitura dinâmica. Tem gente de raciocínio rápido e gente que demora a dar respostas. Não somos todos iguais, cada um tem o seu, cada qual vive ao seu ritmo.

Do mesmo modo, cada um de nós tem os seus momentos, de maior vontade e de menor vontade. Não falo de um dia ou outro, mas do que é uma constante na vida. Por exemplo, quase todo mundo acorda sem vontade. A necessidade vem mais tarde, com a rotina da manhã. Tem quem retire prazer do trabalho, outros só recebem fadiga. A meu ver todos não dispensariam o tempo livre. Procuramos nos adaptar às circunstâncias mas certos dias custam mais a passar. Sentimos como que um enorme vazio dentro de nós. Tentamos perceber realmente o que é, até que algo vindo de lá de dentro nos diz:

Vai mas é comer! O que tu tens é fome!




Os antigos já diziam que pela manhã deve-se comer como um rei, ao meio-dia como um nobre e à noite, como plebeu!

quarta-feira, janeiro 14

jogo limpo!

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O "fair play” é normalmente uma designação associada quase em exclusivo ao espírito desportivo, o que, para além de significar o respeito pelas regras, cobre também noções de amizade, de respeito pelo outro, tal como outros exemplos práticos de boa ética. Em poucas outras circunstâncias se poderá dizer que se joga de facto um jogo limpo, e que quem o praticou não terá sido já prejudicado por isso. Se buscamos a imparcialidade e proclamamos constantemente a aplicação de justiça, raramente vemos a prática dessa igualdade no dia-a-dia e, para muitos, até mesmo no decorrer da própria vida. Estas acabam invariavelmente marcadas por momentos em que para se atingir os objectivos há muito almejados temos de lutar contra as mais diversas dificuldades, onde quase sempre acabará por aparecer alguém que, por qualquer motivo estranho, por uma ambição desmesurada, ou por puro egoísmo, consegue sempre partir em vantagem.

Ao que parece, poucos serão os empregadores, Estado incluído, que ainda têm princípios e, mais do que isso, os pratiquem e os defendam. Se o “jogo” está a levar um rumo inesperado face às frustradas expectativas e objectivos iniciais, muitos procuram agora alterar as regras a meio do jogo. Algumas explicações encontro para tal incumprimento ético, no entanto acabo sempre por dar de caras com a mesma conclusão. Cada vez mais se dá conta da crescente importância que o materialismo tem para eles, a forma impune com que usam os outros em seu benefício, como meros peões de um jogo regulado mas sem princípios, onde o que conta é simplesmente ter mais e mais, dê por onde der.


terça-feira, janeiro 13

o mundo ao contrário

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Começaram por se chamar "Delirium Tremens". Foi no verão de 1978, Kalú, Paulo Borges e Zé Leonel juntaram-se num único ensaio. Depois, ainda em 1978, adoptaram o nome “Beijinhos & Parabéns” mas não chegaram a apresentar-se publicamente. A 13 de Janeiro de 1979 estrearam-se ao vivo já com o nome de “Xutos e Pontapés Rock’n’Roll Band”, aquando da comemoração dos "25 anos do Rock and Roll" na sala dos Alunos de Apolo. Tiveram direito a seis minutos para tocar quatro músicas. Tim (voz e baixo), Francis (guitarra), Zé Pedro (guitarra) e Kalú (bateria) foram os elementos da formação inicial do grupo após a saída do vocalista Zé Leonel.

Através de António Sérgio e da editora Rotação gravam os seus dois primeiros singles. E em Abril de 1982 entraram em estúdio para registar o disco "1978-1982" que compila a produção acumulada durante os primeiros quatro anos do grupo.

Inicialmente conotados com o punk, os Xutos tornaram-se uma das bandas mais aclamadas nos circuitos mais alternativos. Três dos temas da banda, "Avé Maria", "Mãe" e "Sémen", são proibidos na Rádio Renascença e é pedido na Rádio Comercial para não ser passado o tema "Mãe".

Com uma larga carreira, os Xutos e Pontapés apresentam-se, na cena musical portuguesa, como um verdadeiro fenómeno de resistência. Num meio onde o sucesso, muitas vezes, é fugaz, os Xutos souberam renovar-se ao longo dos anos, mantendo, no entanto, a mesma atitude combativa e entusiasta do primeiro dia, tendo alargado substancialmente o número de fãs. Cruzaram gerações, conquistando, com a sua música, “pais e filhos”. E o resto, são 30 anos de muita música à sua maneira.

Hoje só se fala de uma outra "cultura", outros chutos e pontapés que se dão a uma bola. Este mundo anda mesmo ao contrário!





segunda-feira, janeiro 12

chamavam-me bolinhas

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Era assim todos os domingos à tarde. Sempre que o sol convidava eu os levava a passear, aos meus dois meninos, por estradas sinuosas, para lugares distantes, desconhecidos e cheios de histórias para lhes contar. Andava e rodava, fazia curvas e subia montanhas sem medo, abrandava e acelerava, até onde podia, sempre com o motor quente de tanta alegria, até que cansado estacionava e ficava a vê-los a brincar debaixo das árvores. Outros meninos já corriam pelo parque, pareciam bastante ocupados com os jogos tradicionais, às caçadinhas, às escondidinhas, à bola e ao faz-de-conta. As meninas sentadas numa larga e colorida manta permaneciam sossegadas, construindo sonhos e planos com as suas bonecas. À sombra, eu ficava parado a observa-los com os meus redondos faróis, fazendo companhia nas brincadeiras dos irmãos e dos seus carrinhos de plástico. Em poucos minutos o chão de terra ganhava desenhos de estradas que levavam para todos os lugares que a imaginação os permitisse, só não voavam porque afinal um carro não voa, ou voa? Eles eram engenheiros de miniaturas, construtores de estradinhas com os seus carrinhos viajantes de mil e um lugares.

Um dos meninos é chamado para que ajude a tirar as cestas de dentro de mim. Contrariado por ter que parar os seus jogos, lá cedeu reclamando baixinho “porquê eu, sempre eu?”. Os pássaros andavam curiosos comigo, um deles chegou mesmo a pousar na minha branca e reluzente capota: “Ouve lá, e se fosses brincar com os teus amigos? Não vês que me lavaram esta manhã!?”. Melhor seria eu também ter alguma coisa para me distrair. Não é que seja vaidoso, e nada convencido, mas tenho a certeza que aquela carrinha toda giraça que acabou de chegar me deu um pisca-pisca. Seria até bem divertido poder conversar com ela, trocarmos umas buzinadelas ou talvez uns sinais de luzes! Mas se ela for como as meninas que não gostam de brincar com carrinhos. Vendo bem ela nem é para a minha cilindrada! Ouço um chamamento familiar e os meus meninos depressa param com as brincadeiras e juntam-se aos amiguinhos sobre uma grande manta para o tão desejado lanche, para se fartarem de guloseimas e coisas boas que a mamã deles preparou com tanto carinho. Não, não vou ficar para aqui a babar-me porque sei que no regresso me vão encher o depósito. Por isso vou aproveitar este sol que está quentinho e tirar uma boa sesta.


Upa… já estou a trabalhar e mal tive tempo de escovar o pára- brisas. E já estão todos cá dentro! Os meus meninos ainda inquietos, falam e contam todas as aventuras que viveram naquela tarde. De primeira engatada, faço-me de novo à estrada. Cansados e inquietos todos falam e cantam, não tarda nada já estarão a dormir e a sonhar, enquanto eu com a calma da minha pequena potência os levo de volta a casa, de volta à minha garagem.


sexta-feira, janeiro 9

em branco...

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...senti o dia logo pela manhã. Ele tocou o meu rosto e logo ali me deixou um aviso penetrante para que escondesse as orelhas e me enrolasse no cachecol. Danado de frio que me fez acelerar o passo até ao trabalho, e eu que não vinha com pressa nenhuma! Ouço dizer que a viram por perto, mas onde é que ela cai que não a vejo? Estaria a chegar vinda numa corrente polar só para nos cumprimentar. Vou só ali espreitar pela janela. Não, não estou com visões, é ela mesmo mesmo! Nem dá para acreditar.





quinta-feira, janeiro 8

caminho

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"a caminho do Terreiro" Mós do Douro

A memória tem o dom e o condão de ressuscitar os bons momentos, de condensar tudo em instantes lembranças, até mesmo as desagradáveis, que viverão dentro de nós para sempre.

Emoção redobrada e sentida de se reverem os caminhos e lugares que outrora foram palcos de brincadeiras de criança sedimentadas de sacrifícios e bravura. Aventureiros esses caminhos da juventude, feitos lado a lado, enamorados e tão belos, porque a idade era bela e ainda é hoje! Até um dia que vou ter, vou fazer, vou sentir e ver o que quero ser, aprender. Na caminhada da vida semeando sementes, colheu de tudo um pouco, amparou a morte. Honesto, solidário, teimoso, pleno e realizado, partilha um destino de conforto, de graça recebida. Entender e fazer-se entender, sempre rezingão, exemplificando nas acções e conselhos de quem vive a vida. Realidades e dificuldades, entre muitas coisas boas, estende os braços em conversas de pai, de pai com os filhos, nas vitórias e nos fracassos. Herança que perdura em imagens a preto e branco, retratos coloridos de alegria em álbum de família. E ainda a aprender. Ai, esta memória que tantas vezes se esquece! Lembras-te? As fotografias que fui colhendo dão também uma ajuda.

Setenta anos… Imagina!? Se não te conhecesse nem sessenta te daria! Vamos pai, estás só a meio do caminho.


quarta-feira, janeiro 7

trovas e cantigas

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A 29 de Janeiro de 1983 no Coliseu.




Natal dos Simples

Vamos cantar as janeiras
Vamos cantar as janeiras
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas solteiras

Vamos cantar orvalhadas
Vamos cantar orvalhadas
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas casadas

Vira o vento e muda a sorte
Vira o vento e muda a sorte
Por aqueles olivais perdidos
Foi-se embora o vento norte

Muita neve cai na serra
Muita neve cai na serra
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem tem saudades da terra

Quem tem a candeia acesa
Quem tem a candeia acesa
Rabanadas pão e vinho novo
Matava a fome à pobreza

Já nos cansa esta lonjura
Já nos cansa esta lonjura
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem anda à noite à ventura


"O que faz falta é animar a malta"



terça-feira, janeiro 6

que doces

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É inevitável que ainda se fale do Natal. Nas ruas, nas áreas comerciais, no íntimo das pessoas, no ambiente da cidade paira ainda o espírito natalício. Hoje sendo o Dia de Reis, o que para mim não tem grande relevância a não ser a de me fazer lembrar o aniversário do meu tio Bernardo, parabéns tio, noutras paragens é o dia devotado à entrega e troca de prendas sobretudo às crianças. Por cá, e a esta altura do campeonato, já só há dinheirinho para os saldos, para as contas e para comprar o último bolo rei, colorido, brilhante e pegajoso, que eu não gosto nadinha, mesmo nada ao ponto de já nem migalhas restarem do que havia ali sobre a mesa! Este dia assinala assim o encerramento das festividades natalícias e confesso que já ando com uma enorme vontade de desmontar a árvore, encaixotar os enfeites, as bolas, arrumar tudo até voltar a montar o circo no próximo. Tudo menos esvaziar a mesa. Hummm… Fecho os olhos e ainda sinto o aroma das iguarias, o prazer que me dá pegar numa amêndoa torrada, levar um punhado de pinhões à boca, os doces e os chocolates, pudins, cremes e rabanadas acabadinhas de fazer… O palato e o Natal estão indissociavelmente ligados e se há altura para exageros é agora a altura para voltar ao ritmo, voltar ao exercício físico sem contudo deixar que algo fique sobre a mesa.

São servidos?





segunda-feira, janeiro 5

convite à conversa

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Pessoas Inteligentes por Arnaldo Jabor

Conta-se que numa pequena cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia. Um pobre coitado, de pouca inteligência, que vivia de pequenos biscates e esmolas. Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam-lhe a escolha entre duas moedas, uma grande de 25 centavos e outra menor, de 50 centavos. Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos. Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos. “Eu sei” - respondeu o tolo assim: “Ela vale duas vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar a minha moeda”.

Várias conclusões se podem retirar desta pequena narrativa. A primeira é quem parece idiota, nem sempre é; A segunda é saber quais os verdadeiros idiotas da história; E a terceira, perceber que quem for ganancioso, rápido acaba com a sua fonte de receita. Mas a conclusão mais interessante é a percepção que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito... Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos. “O maior prazer de uma pessoa inteligente é passar por idiota, diante de um idiota que pensa que é o inteligente”.

O Movimento UPA (unidos para ajudar) apresentou-se como o maior movimento de solidariedade em Portugal no ano passado. Nasceu no final do ano 2006, quando a ENCONTRAR-SE – Associação de Apoio às Pessoas com Perturbações Mentais Graves, resolveu juntar vários artistas numa campanha contra o estigma e discriminação deste tipo de doenças. Vinte bandas/cantores de todos os quadrantes e géneros musicais portugueses, assumiram o desafio de todos os meses fazerem um dueto para uma canção sobre temas previamente propostos pela ENCONTRAR-SE, sob direcção musical de Zé Pedro, guitarrista dos Xutos, e alertar para a necessidade obrigatória da mudança na forma como ainda se encara o doente e a doença mental.

A melhor prenda que recebi este Natal veio parar ao meu sapatinho no formato de um CD. A reunião de 10 temas do Movimento UPA. Deixo ficar o convite a todos os que me lêem, e ouvem, para visitarem o site deste movimento e terem o prazer de conhecere apreciar todos os 10 temas musicais. Têm estado a ouvir um dos temas que mais gostei.


p.s. narrativa e conclusões recebidas por e-mail


sexta-feira, janeiro 2

entre o velho, e o novo...

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...o recomeço.


É sempre bom mudar de ano, trocar de agenda, actualizar compromissos, ocasiões e prioridades. Um simples virar de página do calendário, mais um a somar a uma sucessão de anos com começo, fim e recomeço.

Celebrar o ano novo não passa da necessidade que temos em enterrar o passado e explicar a nós próprios que a cada ciclo da Natureza poderemos remendar aquilo que não foi tão bom, retornar as coisas positivas. A cada volta do planeta em redor do astro solar é nos apresentada uma nova oportunidade, um recomeço, um novo ciclo, que nos é concedido para retomar o objectivo da felicidade, da saúde e da prosperidade.

Ano novo, vida nova... Ano novo, nova oportunidade. A vida, essa não renova apenas continua o seu ritmo implacável até ao fim. O grande ciclo da vida tem por início o nascimento e num sucessivo retomar de ciclos preenchidos com sucessões de momentos assinaláveis irá um dia chegar ao fim. A oportunidade renova-se sempre a cada rotação da ampulheta da vida e é essa a grande esperança de todos... É esse o verdadeiro significado do desejo por cada novo ano, por cada novo ciclo.


Coldplay - Clocks