segunda-feira, outubro 31

nas teias da rede

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Já aqui confessei que não sou lá muito fã do FB mas, como diz o pobo, “se não consegues vencê-los (e queres continuar a ser amigo deles)… junta-te a eles!”. E mesmo tentando escapar de todas as formas possíveis acabo sempre apanhado pela rede. Pronto, aos pouquinhos lá tenho vindo a dar a outra face e a redimir-me da abstinência por esta mega rede social. Ontem, dia de aniversário da minha sobrinha, dela recebi um convite na minha conta de e-mail. Cliquei no link e de repente vi-me à porta do Facebook. Após várias tentativas, quase a desistir da causa, finalmente encontrei no chaveiro da memória a tal “password” que me abriria portas para esse mundo inóspito. Uma vez lá dentro, quis ser simpático e fui aceitando o que me era oferecido (não sou esquisito € não me custou nada!). O acepipe Live Health Club cheirou-me bem, tinha bom aspecto, aceitei-o, mas ao fazê-lo pelos vistos não tive cuidado e aquilo reproduziu-se qual Gremlin fofinho depois de tomar banho. Tudo o que era contacto de e-mail da minha caixa de correio recebeu ou irá receber um convite que foi supostamente endereçado por mim para aderir a esse tal clube, que não sei se vende saúde! Portanto, se recebeste correio não endereçado da minha parte só para entupir a caixa de correio faxabôre reenvia para o xôr Zuckerberg. A todos uma vida sã.


quinta-feira, outubro 27

reposte [13] numa esquina perto de si

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Porque infelizmente são cada vez mais...

Algures, algumas vezes, já todos “tropeçamos” neles. Cruzamo-nos com seres humanos, pessoas que vivem na rua, que estendem a mão e nos pedem algo mais do que apenas uma moeda. Viramos-lhes a cara, fazemos de conta que não estão ali, mostramos desconforto e até sentimos nojo. Indiferentes, prosseguimos o nosso caminho, recusando ver a realidade que nos fere a alma e a consciência. É deprimente e chocante ver estas pessoas que bateram no fundo da sua condição social e às vezes humana, espezinhados pela vida, pela miséria, pela sociedade e pela injustiça. Por trás daquelas expressões vagas estão homens e mulheres, que já sem condições nem meios, tentam ainda manter um resto de dignidade e nos dão uma lição de coragem, de força e humildade, a todos nós que prosseguimos preocupados com as nossas pequenas aflições.

Ajudar reveste muitos gestos, muitas maneiras, muitas mãos, muito trabalho, muitas associações e todas valem a pena. Muito mais importante que a moeda, a comida e a roupa que possam receber, eles querem alguma atenção, querem quem fale com eles e que os ouça. Muitos provavelmente trocariam a esmola por um pouco de carinho. A solidão é brutal. Devemos o apreço e um profundo agradecimento aos que se preocupam, a todos aqueles que ajudam e se interessam, não só no Natal como no resto do ano, porque eles estão lá, sempre...


quarta-feira, outubro 26

com pimenta na língua

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E depois de um arroz de frango caseirinho, segue-se uma ementa picante servida pela Dona Márcia, trazida na caixa do correio ainda a queimar a língua.

Uma tasca à moda antiga de Ponte de Lima ganhou uma inusitada popularidade a servir “putinhas”, “meias-quecas” ou “quecas cheias”, “fodinhas quentes” e “cociguinhas feitas à mão”, entre outros… petiscos. A proprietária faz até “muito gosto” em afixar o seu cardápio “picante”, com todas as letras, à porta do estabelecimento.

Lá dentro nada há, porém, de erótico ou de pornográfico, nem a dona da casa precisa de “pimenta na língua” para conter o aparente desaforo. Bem pelo contrário, o forasteiro “até desata a rir e acaba por entrar”, contrapõe Dona Márcia à nossa reportagem. O único “mal” que pode acontecer ao cliente mais ou menos “virgem” em orgias gastronómicas é sair de lá “tombadinho” por “putinhas” em excesso ou enfartado de “fodinhas quentes”.

Um sacerdote que costuma merendar na casa “aprecia-as muito”, garante-nos Dona Márcia. “Está tão habituado que já chega aqui e pede-me com à-vontade uma putinha e uma fodinha quente!”, acrescenta à nossa reportagem.

D. Márcia e o seu cardápio

A brincadeira começou há seis anos por iniciativa da proprietária, Márcia Correia, 44 anos, nascida no Brasil, mas a viver em Ponte de Lima desde criança. “Eu até não sou mulher de dizer palavrões. Só os digo uma vez por outra”, garante Dona Márcia, que chegou a ser dona de um restaurante em Ponte da Barca. Depois de ter aberto a tasca “Os Telhadinhos” em 2001, na Rua do Rosário”, no centro histórico de Ponte Lima, lembrou-se logo de apresentar aquele cardápio sui generis. “Afixei-o à porta, mas o meu marido não gostou da ideia, dizendo que as pessoas podiam levar a mal. Cheguei até a tirar esta emenda da parede. Mesmo assim fiquei triste, porque não via qualquer maldade. Depois enchi-me de coragem e voltei a pôr a ementa à vista de toda a gente. As pessoas acharam graça e hoje o meu marido está todo contente pelo bom acolhimento da ideia”, recorda Márcia Correia.

A tasca ganhou fama e o seu cardápio já corre mundo."Chego a receber excursões de galegos. Muitos telefonam-me com antecedência só para encomendar os petiscos”, garante Dona Márcia. O programa do humorista brasileiro Jô Soares na TV Globo também já a divulgou com destaque. Atraiu até as atenções de inspectores da ASAE que estavam em gozo de folgas e que lá foram ver a novidade das agora afamadas “fodinhas quentes”.

“Aqui em Ponte de Lima está a gerar um gozo miudinho. Tornei-me conhecida e admirada pelas pessoas de cá, que me felicitam pela ideia”, diz Dona Márcia.

Aos fins-de-semana, o estabelecimento “está sempre cheio”. No Verão, é muito procurado por grupos que “trazem concertinas”, conta a nossa interlocutora. “Quando desatam a tocar, isto enche-se de gente. Nessas alturas, a maior parte das pessoas fica lá fora à espera que lhe sejam servidas as fodinhas quentes e ou outros petiscos”, esclarece.

A tasca vacila entre o modesto e o limpo, mas é apertada de espaço. O mobiliário resume-se a uma mesa meia-comprida e a outra mais pequena, além de um balcão rústico.

Os clientes já conhecem de “cor e salteado” os nomes brejeiros de todos os petiscos que se servem na tasca “Os Telhadinhos”. “Ora saiam-se três putinhas!”, pediu um comensal, quando estávamos à conversa com Dona Márcia. “Está a ver…é assim que pedem”, exemplifica-nos a proprietária, com um certo ar de orgulho. De pronto, Dona Márcia pôs em cima do balcão três tigelinhas de vinho verde tinto de lavrador. “São as putinhas…”, esclarece a nossa interlocutora. “A meia-queca é uma tigela de vinho de tamanho médio. As maiores de todas são quecas-cheias de … vinho”, explica-nos. E a “Fodinha Quente?” perguntámos. “Ah, isso é uma patanisca de bacalhau…”, adianta. Dona Márcia não gosta muito de dizer o nome verdadeiro dos petiscos que rebaptizou com a sua criatividade brejeira. “Quero criar o efeito – surpresa. É mais engraçado revelar o tipo de petisco, quando o cliente, por curiosidade, o pede pelo nome que lhe dei”, justifica.

A tasca “Os Telhadinhos” serve quase todos os petiscos tradicionais do Minho. “Os nomes estão tão vulgarizados que achei interessante dar-lhes outros que enchessem o olho e o ouvido. As pessoas já se habituaram a ver em todo o lado pataniscas ou lulas recheadas. Se mantivesse os nomes, não lhes chamavam tanto a atenção. Da forma como os rebaptizei acabam sempre por querer saber o que é. Depois, com a galhofa, decidem provar, o que é o mais importante para mim, pois os petiscos que faço têm outro toque de classe”, explica-nos Dona Márcia. E o qual é, então, o “toque de classe” que ela dá à sua “fodinha quente”? “São pataniscas à moda antiga, daquelas que se faziam, noutros tempos, no Minho, para servir como merenda aos senhores padres, nos intervalos dos confessos, durante a Quaresma. Levam muita salsa traçadinha e cebola picadinha. E mais não digo, porque é segredo”, responde. Dona Márcia garante que tira horas ao sono só para encontrar nomes eróticos para outras especialidades da gastronomia minhota. “Estou sempre a inventar, mas os nomes que arranjo condizem com o aspecto do petisco. Por exemplo, o “Perigoso na racha” é a isca de fígado num pão aberto. Petisco que comece a servir aqui nunca escapa à minha imaginação. O último foi o “Caldo à Puta Pobre, que é segredo da casa”, adianta. A velha “Punheta de Bacalhau” passou a chamar-se “Cociguinhas feitas à mão” na tasca “Os Telhadinhos”. “O nome de punheta deixou de ter piada para o bacalhau desfiado”, justifica Márcia Correia. Um cliente concordou, gracejando até que, nesta tasca, “a punheta é mais cara que a fodinha quente”.

“A “fodinha quente” só custa 70 cêntimos, enquanto as “cociguinhas feitas à mão” servem-se a 10 euros”, lembra o nosso interlocutor, sem se queixar da diferença de preços. “A punheta dá mais trabalho, por ser necessário desfiar o bacalhau”, acrescenta.

Entre muitos outros petiscos, Dona Márcia serve ainda “Biquinhos de Amor”, “Corno na racha”, “Sacola de Reformado”, “Chupões na racha”, “Saquinho Cheio”, “Mamadeiras Quentes”. Só diz o que é “tudo isso” a quem lá for consumir. À nossa reportagem explicou, ainda assim, que a “sacola de reformado” é… a lula recheada. “Por fazer lembrar a “sacola” dos velhos”, graceja. Só o filete de peixe ainda espera por nome mais catita na cabeça de Dona Márcia.

Eina, mas que barrigada! Ó faxabôre, é um cimbalinho com cheirinho ...



terça-feira, outubro 25

arroz de frango

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Não sei cozinhar. Não tenho a menor noção do que é cozinhar. Duas ou três pessoas dirão que estarei a exagerar mas ao assistir a tantos e variados programas televisivos sobre culinária, chego à conclusão que não sei mesmo cozinhar. Pronto, sei sujar uns tachos, vá lá, e apesar disso consigo me virar sem passar fome.

De uns tempos para cá, criou-se a ideia de que a cozinha dita de gourmet é a cozinha com maior requinte. Pois se é verdade, para mim está para nascer quem melhor cozinha do que a minha mãe. É claro que adoro frequentar bons restaurantes e até conheço razoavelmente o mundo do vinho, mas gosto de ver a comida no tacho, em cima da mesa a largar vapor e o cheirinho de boa comida portuguesa. O olhos também comem, eu sei, mas é pelo nariz que primeiro apetece e a água cresce na boca.

A verdade é que o mundo da gastronomia é fascinante mas um tanto distante de alguns mortais. Há pouco tempo ninguém tinha coragem de dizer que era cozinheiro. Hoje, são todos chefs. Gostaria que alguém me explicasse quem são os chefes dos chefs. Ou será que todos os chefs também são chefes? Ok chef!

Só para se ter uma ideia do meu talento culinário, nos meus tempos de solteiro eu aprendi uns truques e até sabia fazer uma boa omolete. Afinal quem não sabe mexer uns ovos! Mas a minha total falta de noção culinária não me impediu de criar pratos originais, outros baseados apenas na minha observação dos cozinhados da minha mãe ou seguindo um livro de receitas. Será que já posso me considerar um Master Chef? Acho que não, mas pelo que vejo o meu filho acha que sim! É que o Rafa não resiste a um bom arroz de frango à moda do pai paulofski!

segunda-feira, outubro 24

o gavião

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João da Silva conta cinquenta e sete anos de uma vida vivida de peripécias e azares. Seis foram os filhos que Margarida lhe dera e todos vivos graças a Deus. Afinal foram eles o maior tesouro que a vida lhe concedeu. Outro é o relógio de bolso e respectiva corrente, herança única de seu pai, coisa que o orgulha de sobremaneira. Dantes não o dispensava na sua indumentária mas desde que a fortuna o livrou de uma ponta e mola, que não o tira do fundo do baú.

Estamos em Outubro, os dias são mais pequenos, de manhãs húmidas e frias, a altura do ano que mais aprecia, coisa que faz com que João da Silva dê mais valia à sua samarra e às botas alentejanas. Já se aperaltou e antes de sair pela porta da rua, passa os lábios na testa dos mais pequenos. Uma lágrima se solta rebelde do canto de cada olho. Enxuga-as e agarra a mala como se nela transportasse uma vida. Verifica nos bolsos se nada lhe falta. Num dos bolsos é o lugar da carteira, dos documentos e fotos dos que mais quer, mesmo que amarelecidas pelo tempo. No outro guarda um hábito que desde jovem faz questão em perseverar. Se o cigarro, já se sabe, faz mal, para ele é um indispensável confidente com que engana a solidão. E para poder sair à rua só falta conferir uma coisa! Quase se esquecia do porta-chaves.

É na rotunda das oliveiras, lá prás bandas do sobrado, que tem encontro combinado. Chegou primeiro, pousou a mala e acendeu um cigarro. Os minutos foram passando, os cigarros sendo devorados, os nervos sucumbindo ao ciclo das passadas. Com o tempo, foi ficando cada vez mais retraído, mais taciturno. E quando surgia um carro na curva levantava-se. Quem surgiu foi o astro-rei que já lhe clareava os pensamentos, marcando um novo sulco na sua enrugada figura. Um carro deteve-se junto dele. Depois dos cumprimentos da praxe, um dos seus novos companheiros disparou: - Vamos lá vá, entre, entre, já estamos atrasados.

A partir desse dia abandonou com ar desiludido a família e um mundo unicamente habitado por si e pelos seus fantasmas. Sonhava que seria a passagem para uma vida a sorrir, dar o salto, passar a fronteira para terras francesas, onde tudo era novo e estranho a começar pela língua. Ia à procura de uma vida melhor que a miséria por cá vivida para regressar depois por vontade própria ao povo a que pertence, esperançado, com as suas mãos contribuir para a construção de um Portugal melhor.


sexta-feira, outubro 21

com uma perna atrás da outra

Partilhar O melhor da vida é olhar para trás e sentir orgulho da sua história.
O maravilhoso é viver cada momento como se fosse agora.
Claro que a vida prega partidas.
É natural que, por vezes, a perna falha, o pneu fura, chove demais.
Mas... pensa, tem graça viver sem dar uma gargalhada pelo menos uma vez ao dia?
Faz sentido ficar de mau humor durante o dia todo só por causa de uma discussão no trânsito?

Ontem à tarde apanhei o sr. Mário (ufa que o homem tem pedalada) pelas ruas do Porto:

“O Mário de Almeida Santos, ganhou a vida a conduzir carros, mas é a bicicleta que a salva um bocadinho todos os dias."

"- Ou ando de canadianas, ou ando de bicicleta. Não tenho outra hipótese.”

Podem ler o seu testemunho clicando aqui.

quarta-feira, outubro 19

enquanto pedalo

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(esta manhã a pedalar pró gabinete)

Nem sempre fui fascinado pelas manhãs. Não pela calmaria que vagueia, própria da madrugada, mas pelo começo da agitação e do burburinho urbano. Enquanto uns ainda dormem, outros correm desesperadamente atrás dos ponteiros do relógio e aproveitam um tempo habitado por noctívagos, sussurros, e brumas. Como gosto de vaguear pelas ruas nesses momentos do dia, seja sozinho ou acompanhado. Tudo é diferente, e ganha uma áurea de devaneio, afinal biologicamente o relógio desperta-me do sono. Aprendi a aproveitar a plenitude soturna das manhãs de nevoeiro. Essa mistura desfocada de ilusão, letargia e frio. Acho que todos já passamos por isso. Nada mais belo que o silêncio do nascer do sol quebrado pelo vento batendo nas árvores. Quando no lugar das folhas, ele bate no nosso rosto também é revigorante. São horas mágicas que até mesmo quando não vividas de olhos abertos são úteis, pois é bom acordar. Melhor, só dormir.


segunda-feira, outubro 17

ser humano

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Carência de recursos económicos, carência humanitária, carência social, os conflitos e as guerras. Muitas serão as justificações para o que é pobreza. Homens, mulheres e acima de tudo crianças sobrevivem privados dos seus direitos: água, saneamento adequado, informação, educação, cuidados de saúde ou abrigo. Diariamente morrem milhares de pessoas por não terem com que se alimentar, no meio de uma pobreza extrema, numa realidade que diariamente ignoramos e que muitas vezes está mesmo ao nosso lado. É importante conhecermos e enfrentarmos a realidade, mas mais importante é saber o que fazer para contribuir para a erradicação da pobreza. Nunca é demais lembrar que mil milhões de pessoas em todo o mundo continuam a viver com menos de um dólar por dia, ou seja, abaixo do limiar da pobreza. Não será por acaso que o "Dia Mundial da Alimentação" e o "Dia Internacional da Erradicação da Pobreza" caminhem lado a lado.

A crise económica internacional afecta a todos mas não poderá servir de justificação para cortar a ajuda ao desenvolvimento. Se as consequências podem ser complicadas para os doadores (países desenvolvidos), mais o serão para os países em desenvolvimento. Perdemos tempo, desperdiçamos oportunidades e deparamo-nos com mais desafios, agora é nossa responsabilidade recuperar o tempo perdido. Parece unânime que esta é uma matéria em que todos têm responsabilidades. Os governos, juntamente com a sociedade civil, o sector privado e as organizações internacionais devem unir esforços e mesmo diante da situação actual, acreditar que nada está perdido e mesmo que o derrotismo se apodere de nós, devemos fazer aquilo que nos compete, ser humano.

sexta-feira, outubro 14

ooooooé... portugal olé

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Senhores que mandam neste País, poupem-nos que a gente está de rastos com tanta má governação. Todos que passam pelo púlpito governativo falam sempre em nome dos Portugueses, mas francamente, poupem-nos aos vossos logros. Eu também "não preciso de lhes dizer” que, se estamos nesta situação de pré catástrofe, não é a gente que trabalha e desespera por um trabalho que tem culpa no cartório. A gente aperta, aperta, e depois vai-se a ver e volta tudo à estaca abaixo de zero: "É só mais um furito no cinto, vá lá!...." E a gente aperta, aperta. E fecha mais uma empresa, e mais uns quantos pró desemprego, e mais desemprego, e a pobreza e a miséria a aumentar. A vida corre mal, isso não é novidade para ninguém, mas porque será que quem paga as favas são sempre os malandros dos trabalhadores, dos que se pelam por manter um trabalho e receber o ordenado. Malandros que esperam pelo subsídio para aliviar um pouco o sufoco. Malandros que têm de pagar livros e alimentar os filhos. E como a culpa é sempre dos malandros que trabalham, peguem lá mais um incentivo para a economia nacional. Os senhores que mandam neste País, todos prometem que vão fazer isto e aquilo pelos Portugueses e a malta come e cala. "É só mais um pequeno esforço, só mais um pequeno sacrifício que logo virão dias melhores...". Ou não fôssemos bons portuguesinhos de gema.

Austeridade, para quem? Convém desde já tornar claro que o facto de o Sr. primeiro-ministro de Portugal estar há poucos meses no poleiro, não me retira o legítimo direito de dizer aqui o que penso. Sendo o Sr. chefe do governo, que exige aos portugueses sacrifícios pessoais e apela ao rigorismo, poderia muito bem ter dito logo na campanha eleitoral que iria ser descarado no gamanço aos nossos bolsos. Mas se calhar sou eu, que cada vez percebo menos disto! Se todos os PECados do Estado do seu antecessor afinal não chegaram, compreende-se que agora tenha ido com tudo de uma só vez ao saco do dinheiro. Este Orçamento vai adiantar de quê? Gostaria que me respondesse como vai assim revitalizar uma economia que está destruída e moribunda? Até porque, segundo a imprensa, nem todos os governantes não estão no nosso barco. Só um exemplo: dois colegas do Sr. primeiro-ministro, Miguel Macedo e José Cesário, que com casa própria em Lisboa, mas por serem da “província”, recebem um subsídio de 1150 euros por mês para alojamento! Aliás, subsídios e ajudas de custo que já não tenham beneficiado outros ministros de outros governos. É um direito, dirão! Ok, tudo bem, mas os subsídios de férias e Natal de outros portugueses são também um direito, legal e constitucional, mas quis o Sr. e o seu governo que se acabasse com isso. Tratando-se de membros de um governo que obriga a que os portugueses apertem cada vez mais o cinto, para bem da transparência, do rigor, exigir-se-ia por parte de quem governa, mais solidariedade e melhor exemplo. Porque simplesmente já não temos mais onde cortar. Valha-nos a nossa pobre cachimónia, as nossas almas fartas de tanta imaginação para dar a volta a mais esta desconsideração para com o bom povo de Portugal.



quinta-feira, outubro 13

30 anos depois

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Não! E agora, lembram-se?

Aqueles que são da mesma safra que eu dificilmente terão passado ao lado do Verão Azul. É uma das séries marcantes da minha infância adolescência televisiva. Era a série das férias que todos gostaríamos de viver, dias quentes onde havia aventuras, brincadeiras de criança, conversas de adultos, os amores, as praias, as raparigas e bicicletas, muitas bicicletas, sempre a assobiar... E quem nunca sentiu vontade de assobiar o inesquecível tema do Verão Azul durante um passeio de bicicleta numa tarde solarenga?

No passado dia 11, os protagonistas da mítica série dos anos 80 (um verão azul inteiro a puxar à nostalgia) reuniram-se 30 anos depois da estreia de Verano Azul em Nerja, no Sul de Espanha, onde tudo aconteceu. Os actores que interpretaram Javi, Piraña, Tito, Quique, Julia, Desi, Pancho e Bea, (por esta ordem na foto actual) regressaram à localidade onde decorreram as filmagens. Ainda sinto um nó na garganta sempre que me lembro do penúltimo episódio, o da morte do velho Chanquete (Antonio Ferrandis).

Aproveitando um dos componentes mais carismáticos da série, as bicicletas, que lhes permitia deslocar em plena liberdade para mais uma aventura, organizaram um passeio e pedalaram pelos locais mais emblemáticos de Nerja (clicar aqui para ler a noticia e ver um pequeno filme com reportagem do Jornal El Mundo).

quarta-feira, outubro 12

imagens incríveis

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Pode-se inspirar o ar do mar todas as manhãs, ir nadar quando o sol desponta no horizonte e acima de tudo desfrutar de uma vista maravilhosa, mas é por esta e por outras que não se deve construir à beira do precipício.



As imagens são impressionantes. Aconteceu na costa da Grã-Bretanha, mais propriamente no condado de Cornwall Walkers, o colapso de parte de uma falésia devido à erosão causada pelo mar!