sexta-feira, outubro 31

bruxa ria...

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Dizem que a próxima é a noite delas... A noite das bruxas. Não é que eu acredite em bruxas... pero que las hay... Ok, não acredito mesmo, no entanto acho que é da mais inteira justiça que também tenham o seu dia, ou melhor, a sua noite, e saiam por aí montadas na vassoura para se divertirem, e poderem pregar partidinhas à vontade como algumas que andam por aí o ano inteiro a gozarem com a nossa cara e a divertirem-se à nossa custa.

Preparem-se para o pior!... e se conduzirem a vassoura não bebam da poção, ou vira-se o feitiço contra a feiticeira hi.. hi..!





quinta-feira, outubro 30

andreia

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A crescer, vais sorrir e chorar, viver e brincar, correr mundo a saltar, e com os teus amigos cantar e sonhar, lutar com as folhas e os espinhos, vais abrir os teus caminhos, farás as tuas escolhas e o saberás encontrar, o teu sonho.

Entender é viver, é saber que quem ensina ama, é não ter pressa em crescer.



Feliz aniversário


toca-te

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Hoje é o dia nacional da prevenção e de sensibilização para o cancro da mama. Sendo uma das principais causas de morte entre as mulheres, convém não deixar de mencionar, que também pode acontecer aos homens, embora seja muito mais raro.

Os sintomas diferem de caso para caso, podendo surgir pela presença de um caroço na mama, ou pelo endurecimento de uma determinada área da pele, mamilos que mudam de direcção ou viram para dentro, inchaço, entre outros, mas o inimigo número um é, sem dúvida, a falta de atenção e de prevenção.

Por isso, toca-te!

cancromama.blogspot

cancrodamama.com

ligacontracancro.pt

apamcm.org

cancronamama.blogspot

min-saude.pt

quarta-feira, outubro 29

ponto de vista

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Quantos de nós costumamos julgar os outros só pelas aparências, mesmo sabendo que poderemos estar muito enganados? Quando essas aparências não são do nosso agrado, acabamos quase sempre por "marcar" a pessoa e nos prevenir contra as suas acções e atitudes, quaisquer que elas sejam!

Por nós, ou por terceiros, passamos a vida a ser julgados. Do que os outros pensam, mesmo aqueles que não me conhecem de parte nenhuma, tem para mim alguma importância. Não oriento a minha vida por padrões alheios, mas pelos valores em que acredito, no entanto é evidente que gosto e procuro sempre deixar uma boa impressão de mim. E penso que todos também devem gostar! É bem mais fácil sermos os juízes dos outros, é mesmo muito fácil cairmos na tentação de apontar o dedo, mesmo não tendo o cuidado de, inconscientemente, já termos cometido os mesmos erros. É claro que fico preocupado com o que possam vir a pensar de mim! Sou eu quem mais me julga! Evidentemente gostava de levar uma vida sem erros, humilhações e desapontamentos mas já passei por essas situações e a aprendi algo com elas! Nunca agradei e nem sempre irei agradar a todos, e já fico contente em não desapontar de quem de mim tem mais apreço. Nunca gostei, nem foi meu feitio, meter-me na vida alheia, mas como humano e animal sociável, sei que isso é quase impossível e algumas vezes acabo também por comentar, julgar ou condenar terceiros. Mesmo em conversas temos sempre tendência em dizer bem ou mal dos outros, mas não gosto de o fazer mesmo sabendo que por vezes é um recurso a ter em conta. Não vivemos sozinhos, não trabalhamos sozinhos, não estamos sozinhos e devemos olhar como semelhantes. Gosto de dar a minha opinião e para que seja um julgador justo é essencial para mim ser conhecedor de todos os dados em causa. É sempre bom saber ouvir as opiniões dos outros, mesmo as diferentes das nossas! Bem ou mal falem de mim, dirão alguns. Também o digo se o fizerem cara a cara, com possibilidade de defesa de argumentos, sinceridade, e influência positiva.

Concluindo, antes de criticar, julgar e condenar uma pessoa, devemos colocar-nos no seu lugar, entender os seus sentimentos, confrontar ideias e compreender que cada um tem o seu próprio ponto de vista.


terça-feira, outubro 28

hipopotomonstrosesquipedaliofobia

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Por favor não se assustem, é que não encontrei outra forma melhor do que esta para exprimir aquilo que sinto ao ser uma vítima constante do que vos vou falar. Não há dia de trabalho em que eu não tenha de ouvir sempre o mesmo. Estou, por assim dizer, no pico do expediente, preciso de fazer aquela chamada muito importante para resolver este ou aquele assunto urgente, já agora porque será que quando é importante a tal pessoa importante quase nunca está disponível, continuando, e mesmo sem desejar ou solicitar que me seja dado um momento de pausa, supostamente relaxante, o meu ouvido direito, normalmente escravo destas situações, é acometido de uns acordes repetitivos, irritantes, e desesperantes que me levam a falar da falta de apreço que tenho em relação às músicas das centrais telefónicas. Será que existe, ou existiu, alguém que compõe estas músicas polifónicas só com o objectivo de dar a conhecer a sua vasta obra em todos os telefones da central? Tenho a certeza que são obras protegidas e com todos os direitos de autor reservados. Se assim não fosse imaginem a propagação de downloads em toques de telemóvel ou ficheiros de mp3, que iriam circular pela instituição! Imagino que por esta altura até devem estar a pensar que será mais ou menos como a música ambiente de uma vulgar sala de espera, mas não é nada disso! Assim seria diminuir estas composições que tanto alegram a minha vida profissional e que não duram mais que alguns segundos, ou eternos minutos! Penso até que seria uma área a explorar pelas novas operadoras de telecomunicações, assim como uma tabela de top destes sucessos musicais para incentivar novos talentos e explorar novas formas de entretenimento, as bandas gástricas! Sim, gástricas, porque aquilo depois de me dar a volta ao cérebro, revolve-me as tripas.

Já agora, se estão curiosos em relação ao título deste poste, googlem! Porquê? Porque não me apetece revelar a palavra que me passa pela cabeça sempre que tenho de ouvir toda essa sinfonia e depois me dizem que a tal pessoa importante não me pode atender.


segunda-feira, outubro 27

cuidado... eles andam aí!

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Numa era em que a informática se desenvolve vertiginosamente, as novas tecnologias são cada vez mais o principal meio para se alcançar o desenvolvimento e a modernidade, e até se renasce o Magalhães, ainda existe neste pequeno e pobre país um grande complexo com uma das maiores funcionalidades que a informática inventou, o correio electrónico. Já todos nós o usamos e alguns nem conseguem viver sem ele. Com o correio electrónico surgiram novas funcionalidades para acabar com burocracias e toneladas de papel, que sempre acompanharam o desenvolvimento das sociedades, nomeadamente nos serviços públicos. Com o e-mail, emílio para os menos dados a estas coisas, apareceu também assinatura digital e a sociedade começou a ver na correspondência electrónica uma nova forma de melhorar e acelerar a comunicação entre todos. Mas ainda há quem resista a este novo mundo de comunicação livre. E por incrível que pareça são aqueles que deveriam promover as novas tecnologias que dão os exemplos mais pidescos.

Sempre estive de acordo com a utilização das novas técnicas de comunicação mas começo a dar razão aos que dizem que os documentos produzidos electronicamente não são de confiança porque podem ser fiscalizados, adulterados e falsificados. Aos poucos, mesmo os mais cépticos, começam a ter razão e eu dou-lhes razão. Sinceramente esta invasão de privacidade ultrapassa todos os limites, qualquer que seja a justificação para que o façam. De facto o "grande irmão" não nos larga, eles andam aí! Isso já eu sabia! Mas agora também já sabem ler a correspondência, e isso é que é novidade para mim!

sábado, outubro 25

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Semana difícil esta que passou. Me debati comigo mesmo, com as minhas atitudes, as minhas palavras, as minhas razões. Aqui dei sinais de fraqueza e vulnerabilidade. Aqui senti que me devia expressar, ganhar coragem, abrir meu coração. Busquei as forças necessárias para voltar a subir a minha montanha e, de consciência lavada, aprender e cumprir as obrigações. Porque tenho corrido atrás do tempo se nunca tenho pressa? Porque me soltam as palavras se as teclas me queimam os dedos? Tenho perdido até o sono, simplesmente porque tenho um computador em casa e é minha necessidade estar em contacto com o mundo. Tenho andado tão distraído que nem presto atenção ao semáforo, aos sinas do meu caminho, ao mapa. Às vezes me vejo tão longe da realidade que chego a pensar que sou novamente criança, quando corria para o meu quarto só para estar perto dos brinquedos, do meu mundo. Quando construía castelos de sonhos e barquinhos de papel para soltar na corrente da imaginação. E todos os dias procuro um lugar meu, um lugar de amor e saudade. E aqui me sinto bem…

sexta-feira, outubro 24

aprender

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O mais importante é o que se aprende e não o que se ensina, onde é que eu já ouvi isto? Estamos sempre a aprender, não nos devemos cansar de aprender, coisas novas, e mudarmos de opinião mesmo nas preconcebidas. Aprendemos com os mais novos, os mais idealistas e ágeis, os que estão sempre interessados nas novidades, nas actualizações. Aprendemos com os mais velhos a herança das coisas da vida, as suas práticas e experiências, as boas e as más. Observando e recriando, vamos aprendendo a modelar a nossa forma de ser e de estar, vamos sendo cópias de outros à nossa maneira e à nossa escala. Nascemos ignorantes, completamente desformatados para aprender a comer, a andar, a sobreviver. Ainda não sabemos nada, nós o Homem dominador deste mundo estranho é afinal o ser mais ignorante e que tem ainda bastante a aprender, com os próprios erros, aprender a mudar. E aprender é o caminho para se viver melhor.

Entre uma coisa e outra, que tal uma pausa para aprender?


quinta-feira, outubro 23

a pedido de muitas famílias

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Afinal a curiosidade é comum a todas as gerações. Depois de aqui ter contado a minha experiência com a idade dos porquês, das crianças e outras questões maiores do meu adolescente, faxabôre ler o post anterior para perceber do que estou a falar, eis que as minhas amigas visitantes estão curiosíssimas em saber como correu a tal conversa de homem para homem que tive com o meu filho.

Para início de conversa fiquei sem palavras, olhei para ele e perguntei-lhe, ouve lá e onde ouviste tu falar de ejaculação precoce? Foi na escola. Pois! Onde deveria ser! E foste ver ao dicionário o que quer dizer ejaculação? Fui, mas não vem lá! Não vem lá! Então como procuraste? E… jééé…! Pudera, assim nunca mais! E…jááá…cuuu… Ah, vou ver! Acto ou efeito de ejacular; emissão do esperma; derramamento com força…blá blá. Percebeste alguma coisa? Ele de ombros encolhidos e olhar inocente, não parecia muito convincente e vi logo que por ali não ia lá. Percebi de imediato que teria de recorrer ao meu velho livro que guardei na estante no quarto dele. Um grande livro muito bem ilustrado de Joe Kaufman “O nosso Corpo; como nasce; como cresce; como funciona". Devo dizer-vos que os bonequinhos é que me safaram pois assim ele entendeu bem melhor como funciona o órgão reprodutor masculino desde a excitação, à erecção, à ejaculação
, a qual resulta de uma sensação muito intensa de prazer, o clímax, sendo extremamente agradável e satisfatório. A questão precoce já foi mais difícil de explicar por motivos óbvios. Depois foi só ter a paciência de lhe fazer entender todos os processos, explicar-lhe que qualquer acto sexual terá sempre de ser mutuamente consentido, que deve sempre procurar utilizar os métodos de protecção, usar sempre o preservativo, e que o pai e a mãe estarão sempre presentes para qualquer outra questão maior.

Safei, ou não me safei bem?

quarta-feira, outubro 22

questões maiores

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Ele nunca foi de fazer perguntas. Contrariamente às minhas sobrinhas, bem mais curiosas e perguntadeiras como costumo dizer, ele passou pela idade dos porquês sem fazer as habituais sessões de questionários embaraçosos.

As crianças são curiosas por natureza, não conseguem resistir ao impulso de estar constantemente a perguntar, por isto e por aquilo, e a fazerem observações nas ocasiões menos convenientes. “Porque é que a tua cara pica?” ou “Porque é que tenho de ir dormir” e “Porque é que podes dizer meeee e eu não?” entre outras encadeadas, directas e impertinentes de resposta demorada e bem pensada. Por vezes a chuva de perguntas é tão intensa que me deixa sem argumentos e dá vontade de utilizar o famoso "Porque é que não te calas?". Logo eu que tenho resmas de paciência! Quando me vejo confrontado com estes interrogatórios de palmo e meio fico convencido que o meu QI é mesmo muito parecido com o de uma criança de 4 anos. Por vezes até dou por mim a fazer estas mesmas perguntas mas com umas ligeiras nuances: “Porque é que hoje não me apeteceu barbear?” ou “E porque é que fui logo dizer merda à frente dela?”, entre outras.

Como dizia, ao contrário da minha pequena sobrinha, ele nunca foi de fazer perguntas. Tal como eu quando era mais novo, ele é reservado e pouco falador, distraído mas observador. Na maior parte das vezes quando tem dúvidas socorre-se do dicionário ou dos seus livros. Na idade dele, fazia as minhas poucas perguntas principalmente à minha mãe que nos satisfazia a curiosidade com uma resposta adequada à nossa compreensão, mesmo nos assuntos mais destinados ao pai.

Chega uma altura em que os nossos filhos adolescentes já não nos procuram tanto para satisfazerem as suas dúvidas. Assim, uma nova idade dos porquês e um ponto de viragem surge, na qual somos nós a fazer-lhes as perguntas, tipo: “Porque passas tanto tempo a ver televisão?”, ou “Porque não estás a estudar?”, o “Porque não largas a playstation?” e a exaustiva pergunta “Porque nunca queres fazer nada do que nós dizemos?”. Porquê, porquê, porquê? Algumas vezes é desesperante pois nem obtemos a resposta desejada. Eles acham que são perguntas chatas e de retórica. Então como se explica ao avô que o computador serve para a conversar com os amigos?

Sempre que o meu filho solicita ajuda sobre alguma matéria eu não o ignoro, ouço-o com atenção e procuro satisfazer a sua curiosidade. Se não estiver certo da resposta, digo-lhe que mais tarde lhe responderei, depois de reflectir bem ou pesquisar o assunto em questão. Para o esclarecimento de várias outras questões a mãe é a mais indicada, na maior parte delas somos os dois, outras há em que eu estou mais preparado para o fazer, de pai para filho. Ao longo da vida fui aprendendo e percebendo que, como pai, mais tarde ou mais cedo iria ter que ajudá-lo, teria que compreender as mudanças nele verificadas e actualizar-me para que eu lhe soubesse transmitir conselhos e valores, usando a minha experiência de vida. Algo sobre o que é ser quase um adulto, ser um homenzinho. Um dia destes, assim que cheguei a casa, a mãe chamou-me: Paulo, o teu filho tem uma coisa para te perguntar. Ai, sim! Tás fixe, correu-te bem o dia na escola? A mãe disse-me que tu tinhas uma coisa para me perguntar, diz lá? Óh pai, o que é a ejaculação precoce???

Anda cá!!! É hoje que vamos ter a tal conversa, de homem para homem...


terça-feira, outubro 21

preso num momento

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Deixa lá que vai passar. Não estejas assim, vai passar. Dói mas é dor passageira. Parece que não dá para aguentar mas és forte. Parece que tudo vai descambar, mas não cais. Dá vontade de soltar um berro e acaba saindo tudo em palavras de amizade. É mesmo assim. Agora está difícil mas no fim destas linhas tudo será passado. Arde e depois passa. Como um navio lá longe no horizonte, que agora está ali mas daqui a pouco quando se voltar a olhar para ele já estará mais adiante. Ter, perder e voltar a ter. Tem que se ter coragem, olhar bem no fundo dos olhos, ouvir uma coisa indesejável mas que tem que ser dita. Tem que ser ouvida. A vida é mesmo assim. Perdemos, levamos um murro no estômago, caímos, levantamos, passamos para trás e seguimos em frente, Tudo passa. A montanha está ali, alta e íngreme. Vamos lá subi-la, vamos sentir o frio lá em cima, vamos sentir o cansaço pelo desafio. Ninguém vai querer desistir porque a vontade é forte e porque depois do topo ela já não é mais montanha, diminui e fica para trás. Vamos ser felizes e continuar o caminho, andando. Vês, já passou...

segunda-feira, outubro 20

cor da razão

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Uma dúvida encontrou paradeiro em mim. Razão ou coração? Não é fácil encontrar um equilíbrio, pois por vezes é difícil perceber quando uma começa e outro termina. Mas qual deveremos seguir? A razão do juízo, da inteligência, do raciocínio, do bom senso, ou o coração, da emoção, do afecto, do amor? O mesmo impulso que nos atrai e nos atira no meio dessa química, complexa mistura de sentimentos. A razão disso não quer saber, simplesmente ignora as sensibilidades e segue a sua linha lógica, fria. É como um despertador barulhento que nos acorda no melhor dos sonhos. Posso estar dar a entender alguma fraqueza ou vulnerabilidade. Talvez até esteja, mas não lhe quero dar razão se é do coração que quero falar. Cuidem bem dele, do vosso, esse músculo que nos acompanha a tanto tempo, incansável, marcando o tempo com uma escala própria. Mas não me refiro aos problemas cardiovasculares, não! Apenas que lhe sejam fiéis e, de vez em quando, ouçam o que ele tem para vos dizer, ouçam aquela voz que grita alto bem dentro de nós e que nos leva a transformar a ilusão em realidade. Às vezes dá certo. Ah, a razão! E a intuição? Será que a razão tem sempre razão? Deixo-a para vocês.

sábado, outubro 18

Deseo en una lluviosa tarde

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Desire on a Fall Afternoon

sexta-feira, outubro 17

tendências crise 2009

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quinta-feira, outubro 16

e tudo o tempo levou

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Tudo acontecia na Praça da Batalha. Os passeios de eléctrico, a comédia das vendedeiras, o romance dos namorados, as encenações no São João. A estreia do filme do momento, vai no Batalha diziam! Nas tardes de Domingo subíamos Santa Catarina como sempre o fazíamos, sem pressas. A primeira sessão da matiné do Águia d’Ouro era às 3 horas da tarde, ainda a tempo de espreitar umas montras, de tomar um quente cimbalino e de encontrar a bilheteira aberta, a tempo de voltar e satisfazer a constante curiosidade e alegria em conhecer o cinema por dentro.

Cinema de culto, de aparência gasta e cinzenta, animado pelos cartazes dos filmes em exibição e sempre com fila na bilheteira. De bilhete rasgado, entramos naqueles corredores húmidos com cheiro a mofo. À entrada ficavam as portas de acesso à plateia, os lugares mais caros. Subíamos as escadas para o 1º piso e nos reuníamos num pequeno quiosque onde se vendiam uns gostosos caramelos e chocolates, óptimos para confortar os estômagos durante a exibição cinematográfica. Empurramos a porta do 1º Balcão - ímpares. Um velho funcionário, de lanterna na mão, recebia-nos e guiava-nos pela sala escura e ampla, perfilada de cadeiras de madeira e couro coçado, até ao lugar indicado no resto do bilhetinho.
Enquanto a sala enchia e murmurava nós aguardávamos à conversa, acomodados perante uma enorme cortina castanha que escondia a tela branca, como um espelho reflector das luzes que trespassariam as fitas. De súbito ouvia-se o sino característico do sinal de início da sessão. As luzes apagavam-se lentamente, a cortina subia, e do projector surgia aquele momento mágico na imensa tela branca e suja. Um intenso brilho colorido seguida da música inundavam o anfiteatro, desenho após desenho, o mundo fantástico da bicharada de Walt Disney lá estava.

Depois o filme. Um filme de acção com os melhores actores da sétima arte, intercalado por um intervalo para uma mijinha e um cigarrito conversador. Bons tempos aqueles, mas, como tudo o que é bom dura pouco, um dia acabou. O fim do cinema Águia d’Ouro aconteceu em 1989. A geração actual, habituada às salas quadradas e sem cor, às pipocas e baldes de palhinhas, jamais vai conhecer o clima de mística e magia que naquela sala fervilhava nas matinés de Domingo.

That´s all folks

quarta-feira, outubro 15

orhleas de bruro

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Não, não etsou a faalr do goervno nem do Oraçmteno do Esatdo. Só não sei o que se psasa coigmo. Adno a dar eorrs orfográtcios a totro e a diteiro! Uimltaemtne etnão tem sdio um ftaorte de erors. Tvaelz sjea do cnaçaso, ou etsou enexgrar mal, ou prua e siplmesenmte é a mihna bruirce a relvera-se. Adno a dar erors de plamtaróia e nem cosngio acreidatr no que tehno ldio!

Fui eu que esercvi auqlio?

Bem sei que só as pssaoes epsertas enetnedrão itso. Asism, e sem me ipomtrar miuto se cnsoeugem ou não ler o que auqi etsá esricto, esrcevo dsede já um chrurliho de eorrs suifceinets praa uma boa tmeproada. Se não pdoes ler itso enãto faz cmoo eu, pssaa aidntae!

p.s.: O crorcetor auotmtáico auqi do bgloger deimitu-se. Exescso de tarblaho, diz ele!

terça-feira, outubro 14

com a listinha

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Pior que a pasmaceira da VCI, só mesmo as filas nas caixas registadoras do supermercado. Não há mesmo nada pior do que ir fazer compras e apanhar uma valente de uma seca, e só para pagar! Cá por mim até nem pagava. Aliás, seria até um cliente “bic”, bué de importante caloteiro. Mas porque será que, havendo tantas caixas, só meia dúzia delas estão abertas a atender? E com tanto desemprego que por aí há! Tenho cá para mim que, por detrás disso, não passa tudo de uma estratégia de marketing. Ah! Também acham isso, não é? O objectivo das grandes superfícies, no que diz respeito ao processo de pagamento das compras, não é ser algo rápido, fácil e barato, não! É mais do género, um gajo fica ali na fila, às tantas olha à volta e logo logo descobre algo mais, volta atrás e pega naquilo que até nem é assim tão necessário.

Já agora, porque inventaram as caixas de 10 unidades! Alguém acredita que aquilo é mais rápido! 10 produtos ou 10 embalagens? Se é só passar o código de barras pela luzinha vermelha, porque demoram assim tanto? Ah como eu adoro sair de lá pela porta dos "sem compras"!

Outra coisa é a localização dos produtos! Porque será que não colocam todos os produtos complementares juntos no mesmo corredor? Lá está, mais uma vez as estratégias de marketing. Tanto andamos de um lado para o outro que acabamos sempre por levar uns bombons, que até nem queríamos assim tanto! Falo por mim, mas digo-vos que nós, os homens, quando vamos ao hipermercado levamos sempre uma listinha, e jamais nos atrevemos a comprar algo que nela não esteja incluído. E se levarmos tudo o que lá está registado já é uma sorte!

E porque será que escolho sempre o cestinho que tem a roda da frente do lado esquerdo empenada, porquê? Um tipo em cada cem empena um e por azar é sempre o nosso! Até os meus carrinhos de rolamentos funcionavam melhor, cum carago!

Da próxima já sei, não voltar a fazer compras num hipermercado aos Sábados de manhã!


segunda-feira, outubro 13

tempo de crise

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Se um homem prevenido vale por dois...

Fiquei a pensar seriamente sobre isso enquanto observava esta interessante fotografia que o meu irmão tirou nas ruas do Porto e me passou. E a mulher também? Bem, sinceramente não foi bem o caso, mas fiquei a pensar!

Neste período de crise que estamos a passar, é natural que os homens andem bem mais desconfiados e, consequentemente, duplamente prevenidos. Mesmo assim não será necessário que sejam tão prudentes e desconfiados nas suas escolhas. Se "a cavalo dado não se olha o dente", para quê desperdiçar novas oportunidades quando elas surgem pela frente?


sábado, outubro 11

bom fim-de-semana

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Gomo - Feeling Alive


sexta-feira, outubro 10

algo completamente diferente

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Hoje não vou escrever nenhum texto nem vou colocar alguma imagem. Hoje vou postar um exemplo de criatividade para quem acha que já viu tudo na Internet, ou então não! Não interessa, clica aqui, deixa-a no tamanho que abrir e vê lá o que acontece.

Tem um bom e divertido dia.

quinta-feira, outubro 9

tem carta

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-Meu filho, vai lá deixar esta carta nos Correios. Pega dinheiro para os selos. As moedinhas tilintam na mão do rapaz. A carta da Dona Fernanda dobra a esquina. Demorará uns quatro ou cinco dias até chegar ao destino. O menino não sabe, mas carrega nas mãos um mundo de sentimentos, porque a Dona Fernanda escreve tudo, solta-se nas frases, fala das alegrias e sobretudo das tristezas. Dona Fernanda é teimosa, insiste em escrever aos parentes com papel e caneta, não quer usar o telefone nem sabe o que é a Internet. Nada lhe tira o papel manuscrito, a carga de sentimentos sinceros em traços, cheiros e amassos de uma folha dobrada pelas mãos queridas. A viúva que não faz mais que cuidar da terra, do gado e de esperar que os filhos mandam lembranças. É teimosa como uma mula e não quer ir para junto deles. Fica por lá, a tomar conta dos tarecos e das rugas. O Joaquim, o único rapaz do lugar, é que lhe faz os recados e companhia. Ela quando escreve é como se estivesse a conversar com outra pessoa. Pelos traços da letra percebe o estado de espírito de quem lhe escreveu. E comove-se. Seus olhos percorrem as linhas da carta trémula e despejam uma lágrima de saudade. E como gosta quando recebe uma carta! A aposentada aguarda sempre com ansiedade a chegada do carteiro, a vinda de boas novas dos filhos. No Natal e no seu aniversário recebe postais e cartas. Tesouros guardados na cómoda entre combinações e meiotes. -Já vieste meu filho? Deixaste a carta direitinha no marco? Fica com o troco e compra uns rebuçados para ti.

Há cinco mil anos, as cartas eram escritas em pequenas tábuas de barro, depois de pedra, madeira e, derivado desta, celulose, a folha de papel, que arrancada, voa, literalmente, milhares de quilómetros levando as mal traçadas linhas cheias de saudades e lembranças.


quarta-feira, outubro 8

sair da rotina

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Até podia te perguntar se tens rotinas? Imagino que sim! Porque quer queiramos quer não a rotina é parte integrante das nossas vidas. E a rotina aborrece-te? A mim não, já estou habituado e a rotina faz-me falta. Acordar, trabalhar, comer, dormir e outras tantas mesmas coisas intercaladas entres essas mesmas coisas fundamentais ocorrem todos os dias, à mesma hora, com a mesma frequência. Acho que a única coisa que muda é a forma como podemos tratar a rotina. Ser criativos e dar mais “sabor” a esta vida aborrecida e corriqueira. Bem sei que cabe-nos ser mais criativos, não deixar permanecer o ciclo e alternar o quotidiano. A vida não é como um filme de acção, sempre com novas aventuras todos os dias, diferentes paixões e emoções a cada esquina. Todos acabam por cumprir a sua rotina, desde o trabalhador que se levanta às 6 da manhã ao desempregado que acorda sem despertador marcado. Diariamente todos vivem as mesmas coisas, o mesmo ciclo. Ao contrário de ficarmos a reclamar que a nossa vida é uma seca, que é previsível e chata, seria melhor aproveitar cada segundo, cada momento, mesmo que saibamos antecipadamente que amanhã acontecerá a mesma coisa. É só uma questão de aceitar ou não. Sair da rotina, porque não! O que estava a fazer mesmo? Ahhh já sei...





terça-feira, outubro 7

divulgação

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Renoir - Nutriz

Tudo começa ao nascer. Nosso primeiro acto depois de nascer é sugar o leite materno. Este é um acto de afeição, de vínculo. Sem este acto, nós não sobrevivemos. É facto… É a realidade”.

Dalai Lama and Howard C. Cutler, The Art of Happiness A Handbook for Living.1998


segunda-feira, outubro 6

o menino tem presente

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Haverá algo no mundo mais querido que um bebé? Para alguns é claro que há, mas tentem questionar um casal de pais babados! E já agora porque não também fazer a mesma pergunta aos avós, aos tios, aos padrinhos, aos irmãos, aos cãezinhos, à gatinha… até ficarem reunidos todos os condimentos necessários a momentos únicos.

Sou pai e experimentei já essa fase em que ser pai significava ser ainda mais infantil do que o próprio filho bebé. Imaginem a situação de certo já vivida por vocês, todos reunidos à volta do carrinho de bebé a fazer caretas. Acham mesmo que a criança vai achar piada? O que estará ela a pensar “mas que malta divertida!”. Se pensasse, no mínimo seria “mas esta malta é parva ou quê?”. De súbito desatam todos a conversar com o bebé. E porque será que falam tão alto com aqueles sons estranhos e vozinhas finas e ridículas? Pra já a criança não é surda e depois não é assim que melhor vai perceber os gu-gus dá-dás dos adultos. Será que andaram a ler o dicionário de Português-Bebeguês? Afinal querem que ele aprenda a falar ou a emitir grunhidos? Depois vêm as observações geniais, “aiiii como ele é parecido com o pai”... “e tem os olhos do avô!”... “ahhh ele riu-se para mim, foi só para mim”! Ele quer lá saber disso. O que ele quer é comer e dormir. Se ri ou chora, isso depende sobretudo da barriguinha cheia ou não. A última prova é a mania das palavras acabadas em “inha(o)”. Comigo essa do inha(o) veio para ficar mesmo! É o “e vamos trocar a fraldinha, blú blú”, ou o “e vamos tomar banhinho, uiiii fofinho da mãmã”. Tá certo que o bebé é pequeno o que significa que tudo que veste, o que usa, é pequeno. Mas será que o que faz é também pequeno? Troquem-lhe a fralda e vejam o resultado.


o primeiro

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De manhã cedo, muito carinhosamente, és acordado. Depressa os teus olhos, meio fechados, ainda um pouco ensonados, formam um olhar intenso, ficam enormes com o teu sorriso. Logo neste primeiro momento do dia, podes ensinar o que é ser feliz, sem precisar de o dizeres. Não tarda nada estarás já ocupado com alguma coisa, com o que te rodeia. Ocupado a fazer sorrir. Aproveitas para brincar, entendes para palrar. Admirado, estás muito ocupado a ser criança. Não sabes o que é perder tempo. Não queres coisas inúteis, nem sabes o que são preocupações excessivas. Bebes o leite. Segues para o infantário com uma grande expressão de felicidade. Lá fora todo um mundo novo para descobrires, a cada segundo, a cada brincadeira. Cresces com os teus amiguinhos em cada asneira. Sempre ocupado a crescer. Regressas a casa, aos braços de sempre como um passarinho quando regressa ao ninho. Chegas, umas vezes cansado, outras cheio de energia, mas sempre pronto para continuar a brincar. Pronto a sonhar.

Feliz aniversário David. Um dia te irás recordar do tempo em que eras criança e acreditavas nas “histórias da carochinha”. Um dia te irás lembrar de todas as fantasias e sonhos, e de como a tua vida é linda.

Beijinhos Dé, nossos e do primo.

sexta-feira, outubro 3

memória de acesso aleatório

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Fotografia clássica de Robert Doisneau (1956)

…“que raio, como é que este gajo se consegue lembrar de tudo!”… foi o comentário do meu irmão à recordação da nossa viagem de comboio pelo Douro que aqui postei. De facto tenho uma boa memória, e o Google, mas nem sempre consigo lembrar-me de tudo.

No tempo da outra senhora, quando era estudante num colégio, arghhhh… é melhor nem me lembrar o colégio, havia lá um professor, por sinal director do colégio, arghhhh… mas porque fui eu me lembrar do colégio, que quando chamava um qualquer aluno à pedra, volta e meia saía-se sempre com a mesmíssima expressão. Já vos irei dizer qual era essa, enigmática para mim, “mesmíssima” expressão. Por enquanto vou retratar a postura do dito professor/director/inquisidor, na sala de aula.

Passo pesado, ora para um lado ora para o outro, o profe mantinha a classe suspensa. A certa altura parava, sentava o rabo na esquina da enorme e firme secretária que ficava numa ponta do estrado, uma espécie de cadafalso executório de fedelhos desmamados. Com uma perna suspensa e o tacão do sapato a bater na madeira da secretária, ar mórbido de troça, perscrutava a sala com os olhos à tona das lentes. -Tu aí! Apontava bruscamente o seu amarelado dedo indicador à vítima. -Anda cááááá… zombava enrolando e desenrolando o dedo. Subitamente senti um arrepio enquanto um suspiro de alívio pairava sobre as restantes cabecinhas penteadas da classe. Lentamente, cheio de tremeliques, não, borrado de medo mesmo, levantei-me e deslizei até ao cadafalso, digo estrado. Ali especado, esperava a pergunta como um condenado espera a rajada no momento da execução. Qual era a pergunta? Isso já não me lembro, do que tenho certo é que não sabia a resposta. Nem fazia a mais pequeníssima ideia. Deveria ser sobre História de Portugal e da vida de um descobridor qualquer. -Então, diga lá, os seus colegas também querem saber! E eu nada. -Não sabe? Tirava um molho de chaves do bolso do casaco e, com uma careta indescritível, escarafunchava toda a sua orelha direita com a ponta de uma chave que deveria abrir uma porta qualquer. Eu já nem pensava na resposta só de imaginar a respectiva fechadura daquela chave que certamente deveria estar já muito bem untada por tanta cera que ele retirava. -Mas você sabe que deveria ter a resposta na pontíssima da linguíssima, não sabe? Lembram-se da tal “mesmíssima” expressão de que vos falava no início deste palavreado todo. É essa mesmo, “na pontíssima da linguíssima”. Para este professor antiquado e execrável deveríamos ser decoradores de matéria, engolidores de personagens e vomitadores de datas históricas. Ele não entendia que a sua tarefa não era apenas "enfiar" o livro de História na cabeça das criançinhas, mas acima de tudo fazer entender, ensinar e dar o exemplo à classe.

Ora, e este paleio todo a propósito de quê?

Ahhh… já me lembro, a frase do meu irmão. Bem sei que nem sempre consigo lembrar-me de tudo. Para guardarmos informações bem mais simples de memorizar invariavelmente procuramos um auxiliar de memória que nos ajude nos mais diversos fins. Num computador ou mesmo num telemóvel, hoje em dia guardamos toda a informação fora da nossa memória. Assim, quando não podemos recorrer a esses auxiliares de memória parece que de repente ficamos ignorantes, como naquela sala de aula, sem a resposta na pontíssima da linguíssima.

quinta-feira, outubro 2

na bicicleta [3]

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pedalando sem rodeios por linhas semi-rectas



sobrevivente teimoso ao tempo sem metas



aprisionado no interior dum castelo isolado



continuo à deriva pelo real ilimitado



inspirado num sentimento de um passeio verdadeiro



meu cenário é de escarpas sobre um leito ribeiro



ancorando a vida num pátio soalheiro



rejuvenesço na paisagem de paz que guardei



espalhando-me a direito pelo caminho que sei



de uma silhueta humana com causa e efeito



permanece a memória do presente imperfeito




Fim de tarde, terça-feira, 30 de Setembro.
Porto (parque da cidade; castelo do queijo; foz; massarelos; ribeira)
V.N.Gaia (arrábida; afurada; cabedelo; madalena)