Estamos na era da tecnologia. Nos últimos anos a ciência mudou o mundo, um mundo em permanente evolução. Toda a sociedade beneficiou dessa evolução. Tudo é moderno, sofisticado. Tudo é reinventado. Mas, se observarmos bem à nossa volta, há objectos do nosso quotidiano que praticamente não se alteraram, não fizeram um upgrade. É o caso do chuço. Desde que foi inventado tem sido igual a si próprio, uma armação de varetas cobertas de pano e unidas a um pau! Há uns que se dobram, uma ou duas vezes, cabem nas carteiras de senhora e até têm uma capinha extra. Mas, quando se abrem, são iguais a qualquer outro. De pano negro ou colorido, de uso publicitário, com moca de madeira, de plástico ou metálico, pequeno ou familiar, são todos iguais. Porventura remonta aos primórdios da civilização, em que algum australopiteco mais intligente, um dia, se lembrou de juntar umas folhas de palmeira, espetou-as num galho, e cantou dançando à chuva, do mesmo modo que Gene Kelly cantaria milhões de anos depois! E o pior é que ficamos sempre molhados.
É definitivamente um objecto incompleto na sua função. Até porque, decididamente, não guarda chuva nenhuma. E depois de fechado, entra-se com ele nos autocarros, nos restaurantes, na casa dos outros e deixamos um rastro molhado num chão alheio. É um incómodo. O que fazer com aquele objecto desajeitado, molhado e frio quando a chuva passa? O que fazer com os que se vão embora e se esquecem do guarda-chuva em qualquer lugar. Sempre...
E de quem é o chuço que jazia revirado no passeio a caminho de casa? Certamente também andou a dançar à chuva...
6 comentários:
Vim aqui com a intenção de te dizer para não escreveres sobre chuva e chuços — chove aqui há 3 dias.
Mas o ler este teu texto com tanta piada, fiquei pelo menos, a gostar
do teu texto e dos chuços!
Gostei muito do texto e não posso estar mais de acordo.
O chuço é um objecto incomodativo.
Então aqui na zona onde moro se a chuva é puxada a vento, o que acontece quase sempre, e o abro, ainda me sujeito a levantar voo.
Obrigada pela visita e parabéns pela sátira.
Abraço.
Não sei de quem é o chuço mas, pela cor só pode ser de benfiquista!
As japonesas usam uns chuços muito giros e práticos. Vo ver se encontro uma foto para mostrar lá no CR.
Deve ter sido inventado ao mesmo tempo que a roda ehehhe. Mas agora que falas nisso pergunto-me porque será que não existem por exemplo chuços quadrados!!
Abraços e um bom fim de semana.
Olha, aprendi uma nova palavra: nunca tinha ouvido falar de chuços! :)))
E por acaso não uso, precisamente pelas razões que apontas: é preferível um kispo com capuz, que sempre resguarda mais! Além que tinha uma enorme tendência para os perder/esquecer em todo o lado... :D
Bom Domingo, com ou sem chuva!
Chuva conjugada com filosofia ;-)
Beijos.
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