Senhores que mandam neste País, poupem-nos que a gente está de rastos com tanta má governação. Todos que passam pelo púlpito governativo falam sempre em nome dos Portugueses, mas francamente, poupem-nos aos vossos logros. Eu também "não preciso de lhes dizer” que, se estamos nesta situação de pré catástrofe, não é a gente que trabalha e desespera por um trabalho que tem culpa no cartório. A gente aperta, aperta, e depois vai-se a ver e volta tudo à estaca abaixo de zero: "É só mais um furito no cinto, vá lá!...." E a gente aperta, aperta. E fecha mais uma empresa, e mais uns quantos pró desemprego, e mais desemprego, e a pobreza e a miséria a aumentar. A vida corre mal, isso não é novidade para ninguém, mas porque será que quem paga as favas são sempre os malandros dos trabalhadores, dos que se pelam por manter um trabalho e receber o ordenado. Malandros que esperam pelo subsídio para aliviar um pouco o sufoco. Malandros que têm de pagar livros e alimentar os filhos. E como a culpa é sempre dos malandros que trabalham, peguem lá mais um incentivo para a economia nacional. Os senhores que mandam neste País, todos prometem que vão fazer isto e aquilo pelos Portugueses e a malta come e cala. "É só mais um pequeno esforço, só mais um pequeno sacrifício que logo virão dias melhores...". Ou não fôssemos bons portuguesinhos de gema.
Austeridade, para quem? Convém desde já tornar claro que o facto de o Sr. primeiro-ministro de Portugal estar há poucos meses no poleiro, não me retira o legítimo direito de dizer aqui o que penso. Sendo o Sr. chefe do governo, que exige aos portugueses sacrifícios pessoais e apela ao rigorismo, poderia muito bem ter dito logo na campanha eleitoral que iria ser descarado no gamanço aos nossos bolsos. Mas se calhar sou eu, que cada vez percebo menos disto! Se todos os PECados do Estado do seu antecessor afinal não chegaram, compreende-se que agora tenha ido com tudo de uma só vez ao saco do dinheiro. Este Orçamento vai adiantar de quê? Gostaria que me respondesse como vai assim revitalizar uma economia que está destruída e moribunda? Até porque, segundo a imprensa, nem todos os governantes não estão no nosso barco. Só um exemplo: dois colegas do Sr. primeiro-ministro, Miguel Macedo e José Cesário, que com casa própria em Lisboa, mas por serem da “província”, recebem um subsídio de 1150 euros por mês para alojamento! Aliás, subsídios e ajudas de custo que já não tenham beneficiado outros ministros de outros governos. É um direito, dirão! Ok, tudo bem, mas os subsídios de férias e Natal de outros portugueses são também um direito, legal e constitucional, mas quis o Sr. e o seu governo que se acabasse com isso. Tratando-se de membros de um governo que obriga a que os portugueses apertem cada vez mais o cinto, para bem da transparência, do rigor, exigir-se-ia por parte de quem governa, mais solidariedade e melhor exemplo. Porque simplesmente já não temos mais onde cortar. Valha-nos a nossa pobre cachimónia, as nossas almas fartas de tanta imaginação para dar a volta a mais esta desconsideração para com o bom povo de Portugal.
3 comentários:
O que mais me custa é que os sacrifícios pedidos aos portugueses em geral e aos funcionários públicos em particular, apenas vão servir para daqui a dois anos estarmos iguais ou piores do que a Grécia.
Ao menos, podiam ter poupado os pensionistas!
O único consolo que tenho é que este Coelho nunca me enganou: é um bandalho pior que o Sócrates!
Também me parece que o exemplo deveria começar em cima.
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