Porque infelizmente são cada vez mais...
Algures, algumas vezes, já todos “tropeçamos” neles. Cruzamo-nos com seres humanos, pessoas que vivem na rua, que estendem a mão e nos pedem algo mais do que apenas uma moeda. Viramos-lhes a cara, fazemos de conta que não estão ali, mostramos desconforto e até sentimos nojo. Indiferentes, prosseguimos o nosso caminho, recusando ver a realidade que nos fere a alma e a consciência. É deprimente e chocante ver estas pessoas que bateram no fundo da sua condição social e às vezes humana, espezinhados pela vida, pela miséria, pela sociedade e pela injustiça. Por trás daquelas expressões vagas estão homens e mulheres, que já sem condições nem meios, tentam ainda manter um resto de dignidade e nos dão uma lição de coragem, de força e humildade, a todos nós que prosseguimos preocupados com as nossas pequenas aflições.
Ajudar reveste muitos gestos, muitas maneiras, muitas mãos, muito trabalho, muitas associações e todas valem a pena. Muito mais importante que a moeda, a comida e a roupa que possam receber, eles querem alguma atenção, querem quem fale com eles e que os ouça. Muitos provavelmente trocariam a esmola por um pouco de carinho. A solidão é brutal. Devemos o apreço e um profundo agradecimento aos que se preocupam, a todos aqueles que ajudam e se interessam, não só no Natal como no resto do ano, porque eles estão lá, sempre...
3 comentários:
Como bem referes no início deste texto, temo que sejam cada vez mais... :(
Bom fim de semana!
ps - obrigada pela dica, vou ver o que consigo corrigir. ai, ai...
É sem dúvida uma realidade assustadora e que aumenta de dia para dia...
Infelizmente retrataste-a muito bem. A indiferença das pessoas para com estes seres humanos chega a ser cruel. Contudo é importante saber ajudar e contribuir para o mendicidade com uma moeda não é a melhor forma. Existem dezenas de instituições (incluindo no Porto) que precisam sempre de mais um par de mãos para ajudar da forma certa.
Abraços
Regressei há poucas horas do Porto ( sim, na sexta lá estive no Dragão, mas sai frustrado...) e na sexta-feira dei uma volta a pé pela cidade.Pareceu-me que há cada vez mais gente nessa situação e, curiosamente, quando um me veio pedir um cigarro, (pedido a que não pude corresponder porque fumo pouco e não ando normalmente com cigarros no bolso)entabulei conversa.
Quando, depois de tomarmos um café e ele ter comido um "lanche", o deixei, pareceu-me que estava mais confortado com a conversa do que com a comida.
Tens toda a razão, Paulo. Toda a gente se sente muito aliviada por dar esmola, mas poucos tem tempo para dar um pouco de conforto a quem precisa.
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