Aqui o tempo passa devagar, em silêncio, ritmado pela própria tranquilidade do Douro, numa ondulante sinfonia, que se move acobreado a caminho do mar. Daqui, a cidade parece pequena, buliçosa, e ela afinal está tão perto, ansiosa que eu chegue e lhe leve a noite. E é a música da água que cria o silêncio, entre a minha solidão e o final de tarde, entre luzes turvas sonoramente conduzidas ao longo da marginal. As palavras ecoam na minha cabeça como batidas fortes e quentes vindas do coração, reflectem-se coloridas num espelho que encandeia e incendeia o meu pensamento, em tons rosados de um azul profundo. Aqui o silêncio e a tranquilidade imperam voláteis como o aroma quente de um café numa noite de primavera. Aqui no meu Porto de abrigo.
E assim, aqui, deixo a minha pequena participação ao desafio: "Cidades das nossas vidas" que o nosso amigo Carlos lançou há dias no seu Rochedo. Como eu não sou muito viajado já se estava a ver qual seria a minha escolha. Um primaveril fim-de-semana a todos.
6 comentários:
Aí...é muito bonito.
Vim até aqui pelo link do Crónicas do Rochedo.
Gostei da sua cidade. Agora vou descobrir um pouco mais do seu blog...
Não consegui ver o vídeo, tenho pena.
Mas o texto revela o amor que tem pelo seu Porto de "abrigo".
Abracinho
E escolheu muito bem. O Porto é uma cidade lindíssima e com um ambiente muito especial.
Foi através do Rochedo (do Carlos), que cheguei a este seu bonito espaço.
Tive o prazer de conhecer seu Porto em minha segunda visita a Portugal e por ai estive por 10 lindos dias. Acredite, senti-me quase em casa.
Linda cidade, bonita sua homenagem a ela.
Um abraço
Dulce
Ah, esta postagem escapou-me de todo! Mas não há cidade/terra como aquela em que nascemos, crescemos e vivemos... :)
Conheço mal a tua cidade, ainda no ano passado aí estive, mas o tempo esteve tão mau que não demos metade das voltas que gostaríamos. Ficou para uma próxima...
Beijocas!
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