sexta-feira, maio 6

troikas e baldroikas

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Apoquentei o tico e o teco, inquiri o intelecto, revolvi o juízo que me resta à procura de um adjectivo para ilustrar o que conclui a respeito destes FaMIntos economistas e não achei nada mais apropriado do que “são todos uns conas”. Esqueçam todos os significados pejorativos ou sexuais da expressão e se apeguem apenas ao sentido que de "pessoas medrosas, enfadonhas, chatas" que ela expressa. Poderia até usar o "desencorajadores", mas não teria o mesmo peso ou impacto.

Sempre achei desinteressante esse assunto e não perco tempo tentando entender os “comos” e os “porquês” dessa ciência. Apesar da triste constatação da situação micro, macro, ou lá que for, económica do país, apesar da chiadeira generalizada dos políticos, nada confrontado com o argumento “sim, é uma matéria importante”, a introdução à economia não faz parte do meu currículo básico.

Na última semana, observando e conversando das troikas e baldroikas sobre a economia, o meu interesse pelo assunto aumentou ligeiramente. Não obtive respostas a algumas dúvidas e as conclusões não são nada animadoras. Os pobres ficarão mais pobres. Os desempregados continuarão desempregados. Os ricos não ficarão menos ricos. Os outros viverão remediados. A inflação não vai deixar de ser uma eterna ameaça. Pode até mudar, mas não antes dos nossos bisnetos morrerem de velhos. A economia não tem mais como crescer, que a situação portuguesa (e mundial) em relação à riqueza (mal distribuída), à inflação, ao desemprego, à pobreza são insanáveis. A coisa chegou a um ponto que não há muito mais o que fazer para melhorar o padrão de vida das pessoas. Em todos os países de economia capitalista, nos mais desenvolvidos ou equilibrados, a conta é a mesma e o desemprego o bicho papão. Logo, quando um político promete mundos e fundos, prenuncia a retoma económica, que vai atenuar o risco de inflação e aumentar os empregos, saibam que isso é irrealizável, até para o Tio Sam.

Então é o seguinte. Em determinado ponto sobre economia, a minha dedução relaciona a produção e o desemprego. Ou seja, para que a riqueza do país cresça é preciso que a produção aumente. Para a produção aumentar é preciso aumentar as ofertas de emprego. E se o número de empregados aumentar, melhora a economia e diminui a inflação. É lógico e racional. Se não baixar a taxa de desemprego, uma explosão inflacionária é iminente. Agora os tais economistas, senhores da troika, advertem que a taxa de desemprego vai disparar nos próximos anos! Está explicado porque o país se afunda.

Isto não é birra minha, é apenas a análise evidente que faço dos economistas, cujo raciocínio e fundamento são muito complexos, mas não deixam de ser uns conas... Pronto, não deixam de ser uns medrosos, uns enfadonhos e uns chatos. Eu percebi o esquema, mas acontece que é aquele tipo de coisa que “entendi como, mas não sei explicar porquê”. Isto significa que todos os entendidos na matéria, os tais economistas, governantes, gestores, doutores, actuam para tentar achar uma solução que sabem que não existe. É profundamente desanimador caminhar, caminhar, procurar alternativas para equilibrar a economia das empresas e do país, e saber que mais cedo ou mais tarde vamos embater contra a barreira das crises económicas. Em macro ou micro economias, a matemática não permite crescer como se sonha. E trabalhar para atingir um sonho, que se sabe ser impossível, é definitivamente desmoralizador.

Um abraço a todos os economistas que batalham dia após dia contra a crise.



5 comentários:

Laura disse...

Olá miudo, há tanto tempo que me perdi ...vá lá, sorry.

Acho que já não podemos sonhar como antes se não há quem pague os nossos sonhos...

Quanto ao trabalho até esse está mal distribuido, não é só a riqueza! Poderiam colocar o pessoal a trabalhar em part time, so manhãs e só tardes, só metade das noites e outros tomariam as restantes metades...assim acredito que haveria emprego para todos e todos teriam pão na mesa, um tecto por mais pobre que fosse, roupa e educação...mas? quem quer ganhar menos? quem quer deixar de ter os seus passeios as suas roupas as férias? ah, pois é, sacrificios ninguém quer..e que dizer que muitos têm mais que dois empregos e nem precisam deles mas é só para ganharem mais...
Enquanto não houver amor entre todos e entreajuda, nada feito.

Um abraço da laura

Teté disse...

Pois, estou como tu, não entendo nada de economia, com a agravante que fiz uma cadeira de introdução à economia na Faculdade, que me dava cá uma soneira... :)))

No meio disto tudo suponho que a única solução era mudar o modelo capitalista vigente. Mas isso, ninguém na Europa parece querer, com receio do papão comunista. E da vontade de enriquecer com o trabalho dos outros, também, por parte dos gajos das massas, que mandam no mundo! C'est ça! :S

Bom fim de semana para ti! :)

Rafeiro Perfumado disse...

As variáveis não andam consoante a nossa vontade, infelizmente. E vai haver mais desemprego porque o rendimento disponível vai baixar (para compensar o monstro da despesa, que entretanto se espera ser combatido). Baixando o rendimento, baixa o consumo e vão empresas à falência. Grosso modo é isto. Abraço!

Kok disse...

Não estudei economia (nem sequer introdução à mesma) o suficiente para poder debater o assunto; talvez por isso não perceba como ela pode melhorar e a produção pode aumentar quando as pessoas passam a ganhar menos.
Ou a ganhar o mesmo, sendo que os produtos aumentam de preço.
E já agora, se quem produz não vende porque não há poder de compra, então não é natural que parem de produzir?
Já estou com suores frios; deve ser por estar a pensar...

Akele abraço pah!

§-Sei que o que vou escrever de seguida não é correcto, mas ainda assim...
Seria uma solução se um terço da população morresse repentinamente? E se fosse 50%?

Anónimo disse...

De economia só percebo da doméstica. É ela que me permite chegar ao fim do mês com um encontro à justa entre activos e passivos.
Da outra, a que chamam macro, não quero nem saber. É uma ciência que adivinha as coisas depois de terem acontecido, por isso interessa-me tanto como a Estatística
Abraço