Ontem, 10 de Maio, a Câmara Munícipal do Porto ordenou a actuação policial para o despejo a todo o custo do grupo de voluntários que dinamizava o projecto ES.COL.A (Espaço Colectivo Autogestionado do Alto da Fontinha, no Porto), iniciativa que devolveu a vida a um cancro no centro de uma comunidade na Baixa do Porto. Os moradores da Rua da Fábrica solidarizaram-se com o grupo de "okupas" e manifestaram-se contra a ordem camarária (ver a reportagem na RTP1).
Em Abril, a antiga escola primária, desactivada há 5 anos, foi ocupada por um grupo de pessoas que, apesar de reconhecer a ilegalidade da ocupação do edifício, o queria “devolver o espaço à comunidade”. O movimento tem um blogue oficial e sempre teve um “prazo” para intervir no espaço, reabilitá-lo, recuperar o acervo abandonado da biblioteca e desenvolver, em conjunto com a população, um projecto educativo com as crianças do bairro com aulas de inglês, matemática, história e geografia; ateliês de leitura, xadrez, guitarra, ioga; cinema comunitário, oficina de arte, cicloficina, e o que mais pudessem oferecer.
É lamentável a atitude da Câmara Municipal do Porto, contrária à vontade e apelo dos moradores e frequentadores daquele espaço. A escola esteve 5 anos fechada, vandalizada e nunca ninguém quis saber. De facto há leis para tudo e as devemos respeitar e cumprir, mas num Estado dito evoluído, este tem responsabilidades perante os seus cidadãos, e, neste caso, o edil municipal tem obrigações perante os seus munícipes, no sentido de zelar e reabilitar os equipamentos sociais e culturais. Mais uma vez vemos travado um movimento cívico e social, que nada mais fazia do que reabilitar algo que o Estado e a Autarquia deveriam ter zelado. É esta a visão de "serviço público" e a sensibilidade social que têm os senhores que foram eleitos para supostamente representar a população?!
4 comentários:
"Sem palavras" para comentar uma atitude que se não é estúpida não andará muito longe.
"Sem palavras" para dizer o que penso de um presidente de câmara (admitindo que foi ele o mandante) que escorraça quem está fazendo um bem.
"Sem palavras" para chamar aos presidentes de câmaras o que eles merecem por ignorarem e/ou esconderem locais que devem ser limpos e libertos porque são antros de tudo o é condenável.
Sem palavras e no entanto sei muito bem o que lhes diria.
Akele abraço pah!
Como diz o Kok, atitude miseravel e lamentavel...
Abç
Às vezes penso que esta gente droga-se: então enquanto o espaço anda esquecido e vandalizado, ninguém liga nenhuma; depois quando uma grupo de pessoas se junta e faz algo de positivo, já vão a correr despejar? É sinal que os representantes da edilidade não estão a bater muito bem das suas cabeças... :P
Não tendo visto a reportagem na altura um professor falou disso na faculdade. É realmente lamentável que mesmo neste momento quem queria fazer algo de produtivo, tenha esta retribuição. Estou “ansioso” para ver o que a câmara vai fazer com o local. Um abraço.
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