(imagem Google Maps)
No cruzamento das ruas Augusto Luso com a da Boavista, às 8 e tal desta segunda-feira, vários automóveis aguardavam a mudança do semáforo para avançar. Assim que eu surgi ao cimo da rua, como habitualmente, coloquei-me na faixa da esquerda para seguir em frente. Quem conhece esta artéria, de um sentido, sabe que infelizmente é usual deixarem ali carros estacionados em segunda fila, e hoje não era excepção. A uns dois metros da passadeira lá estava um popó preto, abandonado e com os pisca-piscas ligados. Ao lado deste, um pouquinho atrás, um veículo cinzento esperava que o verde lhe desimpedisse a passagem para ocupar o seu lugar na grelha de partida. Como a rua desce bem, naturalmente que a bicla ganha velocidade e o ciclista aproveita, só que desta vez cometi uma pequena imprudência. Nisto o semáforo vira verde e, aqui o je, numa de aproveitar o balanço, tenta esgueirar-se entre os carros. Naturalmente que o carro cinzento também avançou e fechou-me a passagem. Vai daí, para não ficar entalado entre os dois, travei a fundo. A roda traseira derrapa no paralelo, para endireitar a bicicleta e não esmurrar os cotovelos solto o travão de trás e, já num acto de desespero e numa travagem de emergência ao bom estilo Flinstone, finco os pés no chão sem soltar o travão da frente. A dona Etielbina, ao sentir-se leve sem o peso do meu rabo no selim, qual touro enraivecido, dá um autêntico coice, levanta a roda traseira e deixa-me numa situação caricata. O condutor apercebendo-se da minha inusitada aparição para a marcha do carro, e eu, numa estranha apetência para o equilibrismo, encosto o ombro ao carro, entortando-lhe o espelho retrovisor com o braço. Com o peso da bicha sobre mim consegui ser capaz de voltar à posição normal e, sem estragar a pintura a nenhum dos carros, dominar a fera deixando cair lentamente a roda traseira no chão. Não cheguei a ver a minha cara ao espelho mas imagino que deveria estar entre o desbotado e o descorado. Enquanto colocava a mão fora da janela e endireitava o retrovisor, o automobilista procurou garantir que eu não me havia magoado. Considerei a sua preocupação e agradeci o gesto, assegurando-lhe que estava tudo bem.
É senso comum, e já tenho idade suficiente para aprender, só que às vezes esqueço-me, que quem circula em duas rodas na malha urbana, entre veículos e peões, deve estar atento, concentrado, acautelar-se e não facilitar para não ser surpreendido. Ficou o susto.
É senso comum, e já tenho idade suficiente para aprender, só que às vezes esqueço-me, que quem circula em duas rodas na malha urbana, entre veículos e peões, deve estar atento, concentrado, acautelar-se e não facilitar para não ser surpreendido. Ficou o susto.
8 comentários:
Tinha uma amiga que em tempos se deslocava em Lisboa de mota e quase todos os dias tinha histórias dessas para contar... Mas o importante é que não passou do susto! :)
Tenho que te dizer que tens a "mania" de fazer umas "éguas". Ainda me lembro da ultima que te vi a fazer. :)
Pois NUC, essa também não me esqueço, fui de queixos. Pena não teres levado a tua máquina fotográfica!
Este foi para acordar de vez Teté, felizmente não cheguei a cair. Aliás, já tenho um catálogo de trambolhões, qual deles o mais caricato.
Parece ter sido uma situação bem complicada, ainda bem que terminou bem.
Paulo ,pelo que me deu a entender,a tua sorte foi não estar o piso molhado.Espero não ser nada de maior.
Tudi bem quando acaba em bem, não é, Paulo?
Só para te deixar um abraço e dizer-te: cuidado!
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