Prossegue no Japão um imenso esforço social, de mobilização, de recursos humanos e materiais, em busca de sobreviventes e apoio às vítimas da recente tragédia natural. A riqueza cultural do Japão e a seriedade impressionante das normas que regem a construção civil evitaram, por enquanto, uma tragédia maior. Mas a destruição causada pela força do tsunami, que se formou após o abalo inicial, é impressionante. A rede global faz circular à velocidade da luz, milhares de imagens e vídeos sobre o desastre por todo o planeta. Tirando proveito da tecnologia do Google Earth, dois trabalhos jornalísticos merecem destaque. Comparam as situações antes e depois do terramoto, nas localidades japonesas mais atingidas. A agência de notícias australiana ABC produziu uma série notável de fotografias. O trabalho pode ser conferido aqui. Já o New York Times produziu, com auxílio do Google Maps, um trabalho que, além de apontar com precisão o epicentro do sismo e as áreas mais atingidas, associa, a cada uma delas, dados, vídeos e fotos sobre o Japão após o terramoto.
Mas a maior ameaça à população japonesa provem de uma outra tecnologia, a nuclear. A fuga de partículas radioactivas na atmosfera. A ameaça não se sente, não se vê e não se cheira, mas é assustadoramente real. Nos últimos dias, o maior de todos os temores, que atrai a atenção e as preces de todo mundo, ironicamente, é causado pela mesma tecnologia que devastou o Japão em 1945, usada para outros fins. Não é a primeira vez que o Japão tem um acidente deste tipo. O mais recente foi em 2007, após um terramoto, nas centrais de Kashiwazaki-Kariwa. Sempre se soube que os reactores nucleares poderiam não ser capazes de aguentar grandes abalos sísmicos, e situações adversas combinadas, como é o caso de Fukushima. Catástrofes simultâneas podem acontecer. Na verdade há sempre uma grande probabilidade que aconteçam acidentes e falhas em locais de risco. O mesmo que ocorre no Japão agora, a dificuldade em se obter água para arrefecer os reactores, dentro de vários outros problemas combinados, tornou-se numa cadeia de graves acontecimentos que pioram a cada momento. A calamidade japonesa colocou novamente em xeque, em todo o mundo, a questão das centrais nucleares. O pior cenário da tragédia nuclear, a fusão do núcleo dos reactores, já ocorreu ou está a ocorrer a pior crise possível. A situação é dramática e parece estar descontrolada. As informações têm sido contraditórias porque o governo japonês quer evitar o pânico. Nunca é tarde para reconhecer o erro, porém, ainda há tempo para repensarmos a questão energética. Este é o momento para actuar e reflectir, para expormos os pontos fracos dessa tecnologia, e como é sério o risco de ameaça de milhões de vidas em todo o mundo. Se realmente acontecer o pior desastre nuclear possível, os especialistas prevêem que a região ficará inabitável por mais de 300 anos. Sobretudo para um país com uma densidade demográfica tão grande, não são apenas os japoneses que estão em risco, mas várias nações que optaram erradamente por essa tecnologia. Actualmente existem mais de quatrocentas centrais nucleares em actividade no mundo, a maioria no Reino Unido, EUA, França e Leste europeu. Ao longo da história nuclear mundial, fugas radioactivas e explosões nos reactores, por falhas dos seus sistemas de segurança, provocaram graves acidentes. O mais grave, em Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, que para além de mortos e feridos formou uma nuvem radioactiva que se espalhou por toda a Europa. O número de pessoas contaminadas é incalculável. Submarinos nucleares afundados durante a 2ª Guerra Mundial também constituem grave ameaça. O mar Báltico é uma das regiões do planeta que mais concentram esse tipo de sucata. É emergente que o mundo inteiro interrompa os seus planos de expansão de desenvolvimento nuclear e rapidamente substitui-a essa fonte por outras limpas, renováveis e o mais importante, seguras.
Mas a maior ameaça à população japonesa provem de uma outra tecnologia, a nuclear. A fuga de partículas radioactivas na atmosfera. A ameaça não se sente, não se vê e não se cheira, mas é assustadoramente real. Nos últimos dias, o maior de todos os temores, que atrai a atenção e as preces de todo mundo, ironicamente, é causado pela mesma tecnologia que devastou o Japão em 1945, usada para outros fins. Não é a primeira vez que o Japão tem um acidente deste tipo. O mais recente foi em 2007, após um terramoto, nas centrais de Kashiwazaki-Kariwa. Sempre se soube que os reactores nucleares poderiam não ser capazes de aguentar grandes abalos sísmicos, e situações adversas combinadas, como é o caso de Fukushima. Catástrofes simultâneas podem acontecer. Na verdade há sempre uma grande probabilidade que aconteçam acidentes e falhas em locais de risco. O mesmo que ocorre no Japão agora, a dificuldade em se obter água para arrefecer os reactores, dentro de vários outros problemas combinados, tornou-se numa cadeia de graves acontecimentos que pioram a cada momento. A calamidade japonesa colocou novamente em xeque, em todo o mundo, a questão das centrais nucleares. O pior cenário da tragédia nuclear, a fusão do núcleo dos reactores, já ocorreu ou está a ocorrer a pior crise possível. A situação é dramática e parece estar descontrolada. As informações têm sido contraditórias porque o governo japonês quer evitar o pânico. Nunca é tarde para reconhecer o erro, porém, ainda há tempo para repensarmos a questão energética. Este é o momento para actuar e reflectir, para expormos os pontos fracos dessa tecnologia, e como é sério o risco de ameaça de milhões de vidas em todo o mundo. Se realmente acontecer o pior desastre nuclear possível, os especialistas prevêem que a região ficará inabitável por mais de 300 anos. Sobretudo para um país com uma densidade demográfica tão grande, não são apenas os japoneses que estão em risco, mas várias nações que optaram erradamente por essa tecnologia. Actualmente existem mais de quatrocentas centrais nucleares em actividade no mundo, a maioria no Reino Unido, EUA, França e Leste europeu. Ao longo da história nuclear mundial, fugas radioactivas e explosões nos reactores, por falhas dos seus sistemas de segurança, provocaram graves acidentes. O mais grave, em Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, que para além de mortos e feridos formou uma nuvem radioactiva que se espalhou por toda a Europa. O número de pessoas contaminadas é incalculável. Submarinos nucleares afundados durante a 2ª Guerra Mundial também constituem grave ameaça. O mar Báltico é uma das regiões do planeta que mais concentram esse tipo de sucata. É emergente que o mundo inteiro interrompa os seus planos de expansão de desenvolvimento nuclear e rapidamente substitui-a essa fonte por outras limpas, renováveis e o mais importante, seguras.
4 comentários:
Muito nos passa ao lado, ficamos inconscientes, anestesiados com tudo o que nos rodeia, seguimos em frente porque não nos toca de frente, mas só de imaginar, cruzes, só de assistir, ler e fazes bem em reforçar a tragédia, a calamidade, o nosso umbigo está salvo, mas o mais certo é sair da zona de conforto.
Bom texto!!..
Beijokas
Não entendo como é possível que hajam matérias potencialmente perigosas e que não sejam planificadas até à exaustão processos de reparação/anulação para quando/e se acontecerem desastes ou anomalias de qualquer tipo!
Menos ainda se compreende se pensarmos que estamos no século XXI quando se diz que estamos a um passo das viagens espaciais para todos (os que tenham dinheiro para pagar).
Iniciei o meu blog à quase 4 anos com um post deste teor. Podia ter sido hoje...
Akele abraço pah!
É o animal humano se aniquilando.
A raça já determinou seu próprio colapso e está tentando se enganar.
Foi incompetente no cuidado de sua própria casa e é tarde para tentar conquistar outras no espaço.
"O animal humano só é a mais inteligente das espécies porque nenhuma outra contestou esta pretensão"
Tentei não ver imagens da tragédia, nem na TV, nem em blogues ou jornais, nem em lado nenhum. Terramotos e tsunamis são fenómenos naturais que me apavoram demais! Já vi imagens dessas, noutros locais, e não consigo deixar de me comover: são eles, podíamos ser nós!
Mas, no meio disso tudo, abri uma imagem no FB que supostamente não tinha nada a ver, mas até tinha: um urso panda abraçado à perna de um polícia, perto do Zoo, ainda evidenciando o medo. E olha, ainda não me saiu da cabeça...
Quanto às consequências da energia nuclear no Japão, só nos resta aguardar que consigam evitar mais desgraças!
Bom fim de semana!
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