Há anos que o Teatro Sá da Bandeira no Porto esteve à venda pela módica quantia de 5,5 milhões de euros. Pois, ao que parece, recentemente surgiu um interessado em comprar a casa de espectáculos mais antiga do país, só que, contrariamente às expectativas de vermos o teatro renovado, a proposta implica a transformação do teatro num hotel!
Classificado como imóvel de interesse municipal, o Teatro Sá da Bandeira, fundado em 1855 e reestruturado em 1877, mantendo ainda os traços arquitectónicos dessa época, é uma das salas mais emblemáticas e históricas do Porto. Diz fonte camarária que estará, em princípio, protegido por lei, o que impede a sua transformação para outro fim. O Águia D'Ouro foi outra sala de espectáculos que o Porto viu desaparecer. Não é bem o caso do Sá da Bandeira, que continua a exibir espectáculos (exibe actualmente o “As Encalhadas” e vai depois receber o espectáculo “Pinóquio, O Musical”), mas o antigo teatro e cinema Águia D'Ouro, que recordei neste poste, esteve abandonado por uma vintena de anos até ser comprado e transformado num hotel ‘low-cost'. Considerado um dos mais emblemáticos edifícios da Baixa portuense, decorrem hoje as obras e apenas a fachada resiste à transformação.
Ao longo da sua história, esta sala foi palco de grandes acontecimentos, tendo ali apresentado todo o tipo de espectáculos, nomeadamente teatro, revista, musicais, ópera, televisão, concertos de música, circo, cinema, entre outros filmes lúdicos exibidos madrugada fora. Para além de ser protegido pelo PDM, o Sá da Bandeira está implantado numa zona classificada como Património da Humanidade, pelo que também o IGESPAR terá uma palavra a dizer caso se tente alterar a função do edifício. Apenas pergunto, será assim realmente? É que depois do que assistimos, a autênticos atentados urbanísticos à nossa cidade perpetrados por este edil camarário à revelia de qualquer parecer superior, sinceramente eu tenho sérias dúvidas. O poder político local tem demonstrado negligência e um comportamento danoso no decorrer de todo este processo, revelando total desprezo pela cultura e pelo futuro do património da nossa cidade. Tudo bem, compreende-se que a câmara não tenha capacidade financeira para adquirir o teatro mas poderia ao menos intervir na questão. Assim o fez quando o Sr. La Féria pretendeu adquiri-lo e, ironia do destino, ofereceu depois o Rivoli ao mesmo senhor! Haja investidores e logo os interesses especulativos brotam que nem cogumelos. Vários edifícios históricos da cidade estão a ser preparados para acolher hóspedes. Um exemplo disso, e bem perto do Teatro, é o Palácio das Cardosas, na Praça da Liberdade. Passa por reformas de charme para depois esperar a chegada dos turistas endinheirados. Ao património português que está a morrer há muito tempo, pouco se faz para o evitar. Um dos grandes defeitos deste país sempre foi ter uma memória curta e deixar apagar o passado.
Corre pela net uma iniciativa que visa consciencializar a malta para o que pretendem fazer ao Teatro. A ideia é simples: dar um passo firme na defesa do que é nosso, motivando uma mobilização pacífica. Vamos colar lembretes (post-it’s) com frases reivindicativas na fachada do Teatro e assim lembrar a todos que passam o que realmente está em causa. Hoje mesmo irei lá colar o meu.
Classificado como imóvel de interesse municipal, o Teatro Sá da Bandeira, fundado em 1855 e reestruturado em 1877, mantendo ainda os traços arquitectónicos dessa época, é uma das salas mais emblemáticas e históricas do Porto. Diz fonte camarária que estará, em princípio, protegido por lei, o que impede a sua transformação para outro fim. O Águia D'Ouro foi outra sala de espectáculos que o Porto viu desaparecer. Não é bem o caso do Sá da Bandeira, que continua a exibir espectáculos (exibe actualmente o “As Encalhadas” e vai depois receber o espectáculo “Pinóquio, O Musical”), mas o antigo teatro e cinema Águia D'Ouro, que recordei neste poste, esteve abandonado por uma vintena de anos até ser comprado e transformado num hotel ‘low-cost'. Considerado um dos mais emblemáticos edifícios da Baixa portuense, decorrem hoje as obras e apenas a fachada resiste à transformação.
Ao longo da sua história, esta sala foi palco de grandes acontecimentos, tendo ali apresentado todo o tipo de espectáculos, nomeadamente teatro, revista, musicais, ópera, televisão, concertos de música, circo, cinema, entre outros filmes lúdicos exibidos madrugada fora. Para além de ser protegido pelo PDM, o Sá da Bandeira está implantado numa zona classificada como Património da Humanidade, pelo que também o IGESPAR terá uma palavra a dizer caso se tente alterar a função do edifício. Apenas pergunto, será assim realmente? É que depois do que assistimos, a autênticos atentados urbanísticos à nossa cidade perpetrados por este edil camarário à revelia de qualquer parecer superior, sinceramente eu tenho sérias dúvidas. O poder político local tem demonstrado negligência e um comportamento danoso no decorrer de todo este processo, revelando total desprezo pela cultura e pelo futuro do património da nossa cidade. Tudo bem, compreende-se que a câmara não tenha capacidade financeira para adquirir o teatro mas poderia ao menos intervir na questão. Assim o fez quando o Sr. La Féria pretendeu adquiri-lo e, ironia do destino, ofereceu depois o Rivoli ao mesmo senhor! Haja investidores e logo os interesses especulativos brotam que nem cogumelos. Vários edifícios históricos da cidade estão a ser preparados para acolher hóspedes. Um exemplo disso, e bem perto do Teatro, é o Palácio das Cardosas, na Praça da Liberdade. Passa por reformas de charme para depois esperar a chegada dos turistas endinheirados. Ao património português que está a morrer há muito tempo, pouco se faz para o evitar. Um dos grandes defeitos deste país sempre foi ter uma memória curta e deixar apagar o passado.
Corre pela net uma iniciativa que visa consciencializar a malta para o que pretendem fazer ao Teatro. A ideia é simples: dar um passo firme na defesa do que é nosso, motivando uma mobilização pacífica. Vamos colar lembretes (post-it’s) com frases reivindicativas na fachada do Teatro e assim lembrar a todos que passam o que realmente está em causa. Hoje mesmo irei lá colar o meu.
5 comentários:
Realmente é um bocado infeliz… Há anos que me lembro de o ver à venda e a ser usado quase para tudo menos para teatro. Infelizmente acho que não haverá nada a fazer. Pessoalmente apesar de achar que é uma grande falha, não sou muito fã de teatro mas compreendo a sua importância cultural e fico triste por saber que é algo a que se dá cada vez menos valor. Abraço.
Para grande alegria do Rui Rio, mais um teatro ameaçado de desaparecimento no Porto. Aposto que se ele pudesse construía lá um autódromo, porque a cultura dele reduz-se a corridas de automóveis.
Pois eu se vivesse perto também ia lá colocar o meu post-it. É vergonhoso o que fazem do nosso património cultural (e arquitectónico) - simplesmente atiram-no para o lixo, se houver alguém a pagar!
Aqui com cantigas dessas fecharam a Feira Popular, que iria abrir em breve lá para Monsanto... O tanas! Não abriu nem ninguém fala mais nisso, com as desculpas de sempre. Raios partam estes dirigentes camarários que são tão bons como os outros, nem interesse pela sua cidade têm! rsrsrs
Bom fim de semana para ti!
Ó nino mas se já o compraram, já devem ter a licença para um hotel..tudo vai ruindo, desaparecendo e ninguém se rala com isso, mas daqui a anos é que a saudade vai voltar...
Que pena.
um xi da laura
Num país onde a cultura só é vista (quando é vista) como uma coisa que não dá dividendos...
Nem dividendos nem projecção!
Não confundir com os eventos culturais que chamam à "fila da frente" as mais destacadas figuras nacionais, politicas e outras!!!
Não admira pois que locais emblemáticos com anos de história por terem sido palcos de numerosos momentos culturais, sejam deixados ao abandono e ao apetite de quem der mais!
Quem não tem este tipo de legado procura adquiri-los; nós que (ainda) os temos...
Akele abraço pah!
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