O nosso amigo e blogovizinho Carlos, no topo do seu Rochedo, incentivou-nos a que vasculhássemos os tarecos de casa em busca de postais, daquelas verdadeiras relíquias com selo e carimbo, preciosidades cada vez menos em voga, trocadas pelos descartáveis postais electrónicos, os emails. Então, ontem dediquei algum tempo a revirar gavetas em busca de cartões com que fazíamos inveja aos nossos familiares e amigos pelas imagens sugestivas e palavras bem dispostas das nossas férias, e… o que eu fui encontrar!
Durante a vida há pessoas que, mesmo de passagem, nos marcaram pela sua presença, alegria, simplicidade e grande amizade. Fred e Zenaide chegaram de João Pessoa, estado de Paraíba, Brasil, carregados de sonhos, em busca de uma realização pessoal e profissional. Ele, modelista, pintor e músico incompreendido. Se aquele cara, o Rui Reininho, canta bem então eu sou o Sinatara, dizia ele. Ela, dentista, batalhou e montou um consultório, mas… Dois anos e alguns meses mais tarde vieram cá a casa, de malas feitas, para se despedirem. Com a mesma alegria que transportavam nos seus belos rostos, com muita emoção nas palavras, foram embora para tentar a sorte num outro lugar. Guardaram os mesmos sonhos na bagagem e levaram a melhor recordação de Portugal, o pequeno Gabriel. Eu e a Carla ainda curtíamos o nosso casório quando recebemos na caixa do correio este postal que nos enviaram de Oxford, Inglaterra. Que saudade porra. Passaram 16 anos e não voltamos a ter notícias suas. Nem outro postal. Pena que não se tenham lembrado de escrever um endereço.
Fred, Zenaide, escrevam tá! Beijão.
5 comentários:
Bem, o Fred não deve ter apanhado o Abrunhosa senão nao se queixava do Reininho :)
Também tenho saudades de postais e de cartas manuscritas, mas felizmente vou recebendo uns raios de sol na caixa do correio volta e e meia. Sabe tão bem!!
Beijinho
Talvez através do Orkut seja possível encontrá-los.
Lindo, Paulo.
Aposto que até no FB já os podes encontrar.
Encontrei amigas de infância, que nunca mais vi.
Constato que este passatempo está a obrigar algumas pessoas a mexer nos seus baús. Até eu já o fiz. O poatsal remete-me para a minha vivência em Inglaterra e a história fez-me lembrar os (Des)encontros da vida.
Obrigado pela participação, Paulo. O link segue dentro de uns dias, tá?
Abraço
Gosto do sentimento provocado pelo ressuscitar de lembranças e de amigos de quem perdemos o rasto. Esse misto de nostalgia, felicidade e ansiedade por voltar a reencontrar certas pessoas também eu o revivo quando me dá para vasculhar o baú dos papéis velhos.
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