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Sábado 30, 7 da manhã. Ainda poucos se aventuravam a colocar o nariz fora da porta e já eu dava as primeiras pedaladas para mais uma etapa ciclista até Fátima. Pela segunda vez aceitei o desafio do meu amigo Rui e, desta vez, tivemos a companhia do seu irmão. Assim e bem escoltado por um enfermeiro e um agente da autoridade, para o que desse e viesse, de máquinas afinadas, bolsos cheios de calorias e num dia muito feio de Agosto, calmamente encaramos a distância de mais de 200 quilómetros que nos separava do destino. Atempadamente, havíamos já marcado a data desta “peregrinação” ciclista. Até estava esperançado em aproveitarmos as nortadas desta época, mas cedo me apercebi que Eólo, o deus do vento, estava contra nós.
Rumo ao sul, pela marginal duriense e marítima de Gaia até Espinho, a primeira hora de pedalada foi cumprida a gosto. A partir daí, até à Figueira da Foz, pela N109, nada de especial se passou senão pedalar e pedalar, enfrentar as rajadas de vento frontal, uma chuvada forte e fazer duas bem desejadas paragens técnicas. A primeira em Aveiro para a necessária alimentação, hidratação e micção. Depois de ultrapassada a barreira psicológica dos 100 quilómetros, outra paragem em Mira, desta vez também para a aquisição de uma pomadinha milagrosa que ajudasse a aliviar a tendinite e as caímbras que afligiam os meus companheiros de “route”. Contrariamente à viagem do ano transacto, em que bem cedo senti muitas dores musculares, felizmente eu encontrava-me bem. Chegados à Figueira, já muito para além das 13 horas, paramos para confortar o estômago e deixar o corpo descansar naquela relva refrescante, mas não tardou muito para voltar a sentir o rabo espalmado no selim desconfortável. E de novo o vento, o asfalto e aquelas rectas intermináveis até Leiria. Agora sempre que aparecesse uma pequena subidita, era já ultrapassada a um ritmo bem mais pesaroso: “Mais cedo ou mais tarde havemos de chegar, ai havemos, havemos”.
A certa altura, lá para os lados da Guia, saímos da N109 para uma estrada secundária, bem esburacada por sinal e propícia a furar pneus, mas que nos permitiu atalhar caminho. Mais uma paragem, mais uma litrada de água para o bucho e outra contra uma árvore, agora já na companhia do carro de apoio que haveria de nos trazer de volta. Aí, o vento já nem se sentia tanto mas o calor apertava, e bem. A hora prevista para a conclusão da etapa há muito que tinha já passado e ainda nos faltavam cumprir aqueles últimos e penosos 12 quilómetros da N357. Já só faltava a escalada final e a descida saborosa até a Cova da Iria. Sentindo a meta já bem perto, esgotavam-se as poucas energias de reserva até que, enfim, lá chegamos já bem perto das 18 horas.
Depois, foi só refrescar a carcaça, trocar de equipamentos, colocar as escravas no tejadilho da viatura e voltar para casa.
Por enquanto ainda estou a gastar os poucos dias de férias que me restam. Bom trabalho para quem o recomeçou e boas férias para quem ainda as tem. Fiquem bem.
13 comentários:
Ora qui está algo que "invejo"... Parabéns.
Abraço.
Só de ler ficou-me a dor as pernas... :)
Ainda não percebi uma coisa: já chegaste a Fátima ou nem por isso?!? Reza lá uma avé-maria pela malta!
bjs
Muitos Parabéns pela tua coragem, sim senhora! Tiro-te o chapéu!
:) Beijinho
Oh faxabôre:
Eh lá, que quando o rapaz diz que faz, faz mesmo!
Quantos km? Bonito, sim senhora!
Essa de voltar de viatura de 4 rodas é que não 'tá com nada.
Mas como és tu, até te desculpo, pronto, 'tás perdoado.
A preparar para a "bênção das bicicletas"???? Penso que é em Outubro, e claro em Fátima! Férias... comecei hoje, mesmo! Uma beijoca grande para vocês
Pessoal, voltei só pra comentar os vossos comentários. Não tarda nada estarei por aí a comentar os vossos posts. Sorry pela demora.
Francisco, só é preciso dar o primeiro passo, ou neste caso a primeira pedalada. Abraço
Nuno, continua a treinar continua que pró ano também vais. Abraço.
Lenib, então não se prova pela foto que cheguei a Fátima, e olha que não foi pra rezar, pelo menos eu!!! Beijinho.
Liamaral, também tiro o chapéu a quem tem coragem para andar pendurada naquele cabo. Beijinho.
Patti, eu andei 220km às voltas do bairro só para postar isto, sabes? E ainda pensei voltar em cima da bicla, em cima no tejadilho do carro, mas disseram que havia lugar pra mim lá dentro!!! Beijinhos.
Boas férias Inês que das minhas já estou a ter saudades. Beijinho.
Continuação de boas férias então; eu também acabei de chegar duns steps e piruetas.
Oh podias ter dito que eu arranjava-te algum isostar para a viagem...bem fica para a próxima, para já ficou a publicidade...vendedores são assim mesmo nunca perdem uma oportunidade...lol
Bjinhos
Na Decatlon existem umas almofadas de gel especificas para o selim...tenta usar na próxima corrida!!
Beijos ;)
Gi, já só me resta um dia de férias e vou aproveita-lo a assistir de perto as piruetas dos avioezinhos. Beijinho.
Filipa, olha que teria me dado imenso jeito. Já agora umas camisolas publicitárias não há? Beijinho.
Gata, pois existem. Vê bem, o selim que tenho na bicla foi comprado na Decathlon, e é de gel, mas quase 10 horas sentado naquela coisa não há rabo que resista! Tás a ver? Beijinho.
aaaahhhhhhhhh
Eu conheço esta rua...porque será????
Beijinhosssss
impressionante...tão perto e tão longe...lol
Hummmm... a minha rua está a ficar muito conhecida!!!
ehehe
Beijinho Ka
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