c.d.s.

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A casa da sogra é aquele lugar onde o marido da filha pode ficar à vontade, beneficiando das mordomias do lar aconchegante em que a esposa cresceu. A sogra resigna-se e assume adoptar o novo “parente”, o genro. Etimologicamente, “genro” tem a ver com gens, com uma outra raça, outra gente que se une à nossa. Antes de ser “parente” o genro foi namorado. Desconfiada, a sogra recebe-o com reservas e olhares atentos. Ele, achando-se senhor do seu nariz, vai chegando de mansinho, recusa um biscoito, prefere um copo de água, almoça com timidez fingida, depois com mais apetite para não fazer desfeita. Certa noite, já pleno de seus direitos de genro, fica para dormir na casa da sogra e, quando menos se espera, torna-se elemento integrante da nova família. Tenta impressionar, mostra-se mais útil ao trocar a lâmpada do quarto, consertar as torneiras da casa, até já dá umas dicas para o jantar. Um dia vão todos comemorar o nascimento do filho, orgulho do pai, e ao mesmo tempo primeiro neto, orgulho da avó. Neste dia vamos todos comemorar o aniversário da Dona Amália. Cheios de orgulho. Parabéns.