Passo a explicar. Encontro-me em frente ao monitor, refastelado na cadeira e numa viagem virtual. Aproveitando a boleia do Astra do Tio Google, passeio errante pelas ruas do Porto. Sem o mínimo esforço, salto, instante a instante, a cada clique no rato. Escalo em marcha a ré a Rua de D. Pedro V e é quando percebo, aproximando-me lentamente, o ciclista.
Por alguma razão a sua figura me chama a atenção. Caminha rua acima, empurra nas mãos uma bicicleta que, se não me iludir a vista, poderia até dizer muito boa. Ele, por sua vez, completa uma condição de solidão, mas parece determinado. Como leva o bagageiro vazio e carrega uma mochila volumosa às costas, poderia supor tratar-se de um estudante. Algo me diz no entanto que vem da labuta, como cantoneiro, pedreiro ou algo assim. Aparenta ter vários anos, talvez mais, e veste roupas de trabalho. Ali, o estaleiro de umas obras de Santa Engrácia rouba-lhe o passeio e arreda-o para o asfalto, onde alguns carros passam rente. O curioso, no entanto, é que apesar desta rua ser muito íngreme, ele resguarda uma espécie de humildade e mesmo cansado consegue sobressair. São as pessoas muitas vezes humildes que fazem da bicicleta um instrumento de brio.
Fiquei por momentos a matutar, melhor, a tentar entender o que tanto me atraiu na cena. Pode ter a ver com o anonimato do ciclista, com sua condição desfavorecida, com a fragilidade das suas forças físicas e o peso da bicicleta para enfrentar os obstáculos que muitas vezes enfrenta pelas ruas da vida. Pequenas coisas que também me fazem pensar, por um instante, na nossa insignificância contra as leias da natureza e dentro dos nossos limites, que é pedalar uma bicicleta. Ou quando o obstáculo é maior do que nossas forças, surge sempre a honrosa opção de desmontar e seguir a pé, levando-a pela mão, até chegarmos ao destino.
Por alguma razão a sua figura me chama a atenção. Caminha rua acima, empurra nas mãos uma bicicleta que, se não me iludir a vista, poderia até dizer muito boa. Ele, por sua vez, completa uma condição de solidão, mas parece determinado. Como leva o bagageiro vazio e carrega uma mochila volumosa às costas, poderia supor tratar-se de um estudante. Algo me diz no entanto que vem da labuta, como cantoneiro, pedreiro ou algo assim. Aparenta ter vários anos, talvez mais, e veste roupas de trabalho. Ali, o estaleiro de umas obras de Santa Engrácia rouba-lhe o passeio e arreda-o para o asfalto, onde alguns carros passam rente. O curioso, no entanto, é que apesar desta rua ser muito íngreme, ele resguarda uma espécie de humildade e mesmo cansado consegue sobressair. São as pessoas muitas vezes humildes que fazem da bicicleta um instrumento de brio.
Fiquei por momentos a matutar, melhor, a tentar entender o que tanto me atraiu na cena. Pode ter a ver com o anonimato do ciclista, com sua condição desfavorecida, com a fragilidade das suas forças físicas e o peso da bicicleta para enfrentar os obstáculos que muitas vezes enfrenta pelas ruas da vida. Pequenas coisas que também me fazem pensar, por um instante, na nossa insignificância contra as leias da natureza e dentro dos nossos limites, que é pedalar uma bicicleta. Ou quando o obstáculo é maior do que nossas forças, surge sempre a honrosa opção de desmontar e seguir a pé, levando-a pela mão, até chegarmos ao destino.
7 comentários:
:))
Apostava mais em ser um estudante, mas fiko c duvidas, um estudante de bicla?? isso é ninharia pós nossos miudos doje irem pá escola O:))
Cold play, certo bizinho?? Thankssssss pelo bom momento :)))
Besuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuus
É bizinha, pois eu lá em casa não tenho dúvidas que é possível. Like father like sun.
Beijos
Eu reparei foi no pormenor de ser ele a ir mais dentro da estrada e não a bicicleta, logo mais sujeito a levar uma panada.
Regressado de férias passei aqui só para te deixar um abraço, mas entretanto fui viajar no Google (a pé...)
Agora tenho de continuar as visitas.
Abraço
Ora, só podes estar a brincar, né? Para ti bastava ter só a bicicleta para te identificares... :)))
Um anónimo ciclista :)
Ainda não tirei a minha bicla da garagem este Verão, mas o tempo por cá também não tem ajudado como bem sabes.
Espero que Agosto seja mais sorridente!
Um abraço
E as tais vias para bicicletas?
Se nas ruas e estradas há a desculpa de serem estreitas, que desculpas há para as avenidas e outras tão largas, (ou quase)?
Houve um tempo em que a bicicleta era o melhor meio de transporte (porque mais barata que um carro) para ir trabalhar.
Talvez que esse tempo, longe de 7 a 8 décadas, esteja a regressar...
1 abraço!
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