"pela minha rica saúde"

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Nós e as nossas pequenas mentiras. Vivemos delas, convivemos com elas. No trabalho, em casa, na rua, no teatro da vida, por onde andamos e estamos. Ocultamos parte das nossas verdades para não melindrar, para não ferir susceptibilidades, para não dar o braço a torcer, para agradar, lograr, salvar a pele, conviver, melhor ou pior para driblar pequenas mentiras que nos querem engrupir.

Convenhamos que estas pequenas mentiras fazem parte do nosso dia-a-dia, por mais que se pretenda dizer a verdade tenta-se sempre amenizar com palavras. Logicamente que a mentira é uma via de dois sentidos, na qual podemos ter o lado negativo como o lado positivo. Assegurar à esposa que o vestido lhe assenta bem, afirmar à colega que está mais magra, dizer que o chefe tem razão, mesmo pensando o contrário, não nos custa nada e torna a coexistência por vezes mais tolerada. Por exemplo a clássica e esfarrapada desculpa de quando não querermos ser incomodados ou atender o telefone mandarmos dizer que não estamos. E a mentirinha da praxe à operadora de telemarketing para escapar à publicidade bancária, não ofendem, prejudicam ou nos deixam de consciência pesada.

Mas depois tem aquelas que alguns acham “necessárias” e que garantem a sobrevivência neste mundo competitivo. Estará correcto? Claro que não. Demonstra falta de carácter, falta de ética, é imoral. Estejamos preparados então para voltar a ser engrupidos, comidos por lorpas. Por quem!? Ora, por quem. Não é porque o pinóquio-chefe pediu a demissão que agora irão vestir a capa da sinceridade e hombridade para com a plebe. Todos exibem destreza na arte de distorcer os factos. Lá voltarão as falsas promessas, de mundos e fundos, a “omitir a verdade”, para não assustar os mercados, pelo interesse nacional! Pura dissimulação, aldrabice e falta de consideração. Pior ainda é que muitos papalvos vão novamente deixar-se enganar, entrar no “jogo de cintura” da politiquice e não querer ouvir as verdades.