Eu conto. Quando dei por mim, estava eu de pé, perdido, com um papel na mão e um olhar inexpressivo para um mapa que, supostamente, me iria ajudar a decifrar o meu enigma: Como raio iria sair daquele labirinto. E ainda por cima a minha primeira e única aventura nesta giga-mega-multi-empresa começou com a inocente necessidade de adquirir um simples banquinho que fosse leve, confortável e regulável em altura. E deram-me esta ikea… digo, ideia: – Ó Paulo, porque não perguntas à Anna lá no site dos gajos? E assim foi. Virtualmente, dei com dito objecto, mesmo à medida das necessidades da minha cara metade. Nada que o nome com que o banquinho foi baptizado, de VITAMIN, não me tivesse sugerido que poderia até ser um iogurte ou um creme dermatológico em vez do nome de uma aldeia piscatória da Suécia ou de uma qualquer tribo do Senhor dos Anéis e fomos lá, comprá-lo.
É claro que tudo começou muito bem! Aquilo é enooooorme. Logo ao cimo das escadas rolantes, mesmo à entrada, oferecem espaço para a alimentação. Fiquei confuso. Até existe lá uma creche! Deve ser para que inconveniências como crianças ou fome não atrapalhem as compras, pensei! Lá mais para a frente, no final da minha aventura, até achei que nem seria má ideia se houvesse também um serviço de relações conjugais ou aconselhamento matrimonial! Li inclusive, há dias, que na Noruega o Ikea oferece a possibilidade dos clientes pernoitarem. Não sei se ficaria mais barata a estadia caso tivessem de montar as próprias camas! Assim até teriam de ficar uma semana! Adiante.
Entro num intrincado sistema de corredores, de sentido único, e percorro tudo o que não me interessa até chegar ao dito banquinho. Embora de início tenha ficado com dúvidas para que serviria, felizmente não aceitei o enorme saco amarelo que me foi proposto. O Ikea diz-nos o que podemos encontrar e quem quiser alinha, libertando assim espaço na sua vasta colecção de coisas para encher com mais coisas. Pelos vistos não foram só os portugueses que se deixaram enfeitiçar pelo negócio. Aquilo estava cheio de casais espanhóis que cá vêm entupir o parque de estacionamento e os corredores da loja, dando um colorido sonoro à experiência. Antigamente, íamos nós ao Corte Inglês! Mudam-se os tempos... E bem que se podiam inspirar na arrumação cuidada e minimalista dos espaços onde são recebidos, mas não! Circulam descuidados e animalescos (dando razão aos meus receios), de mãos dadas, a passear por cenários utópicos, imaginando-se num quarto Aspelund, confortavelmente deitados numa cama Camila, envoltos em têxteis Beata, admirando a textura dum móvel Bestå. É de facto uma loja multifacetada, tem tudo o que não precisamos num sitio só. Ali, “hombres” viris, machos latinos, transformam-se subitamente em dedicados elfos do lar, com particular interesse nas panelas, nos abat-jours ou em tábuas de engomar.
No meio do processo fiquei sozinho, como uma criança perdida, e fui salvo no último momento ao socorrer-me do GPS de bolso. O que me valeu foi o telemóvel para reencontrar a família. Munido do talão de encomenda, percorro, soando as estopinhas, todo o longo percurso que me iria devolver à natureza. As indicações levam-me até um descomunal elevador e, sem saber bem como, saio para um armazém tipo hangar de aviões, repleto de prateleiras cheias até ao tecto. Mais ao fundo, vislumbro finalmente uns raios de luz e aí as minhas esperanças de sobrevivência renovam-se. Uma vez chegados às caixas foi só seleccionar ,das 4 que estavam abertas, a que tivesse uma fila menor e esperar uma meia hora. O cheiro gorduroso que vinha da esplanada de alimentação, mesmo em frente, fez-me então perceber que já passava da hora do almoço, e o quanto a resistência pode ser fútil. Pagamento feito, ainda faltava um pequeno e relevante acto final, recepcionar o objecto motivador de toda esta epopeia. E o que é que era mesmo? Ahhh… o banquinho VITAMIN. Com a caixa debaixo do braço, seguimos cambaleando até ao carro, exaustos e aliviados por termos escapado à tortura. A nossa relação sobreviveu à provação do IKEA, bem como o banquinho que ainda resiste, não tivesse sido eu a montá-lo!
É claro que tudo começou muito bem! Aquilo é enooooorme. Logo ao cimo das escadas rolantes, mesmo à entrada, oferecem espaço para a alimentação. Fiquei confuso. Até existe lá uma creche! Deve ser para que inconveniências como crianças ou fome não atrapalhem as compras, pensei! Lá mais para a frente, no final da minha aventura, até achei que nem seria má ideia se houvesse também um serviço de relações conjugais ou aconselhamento matrimonial! Li inclusive, há dias, que na Noruega o Ikea oferece a possibilidade dos clientes pernoitarem. Não sei se ficaria mais barata a estadia caso tivessem de montar as próprias camas! Assim até teriam de ficar uma semana! Adiante.
Entro num intrincado sistema de corredores, de sentido único, e percorro tudo o que não me interessa até chegar ao dito banquinho. Embora de início tenha ficado com dúvidas para que serviria, felizmente não aceitei o enorme saco amarelo que me foi proposto. O Ikea diz-nos o que podemos encontrar e quem quiser alinha, libertando assim espaço na sua vasta colecção de coisas para encher com mais coisas. Pelos vistos não foram só os portugueses que se deixaram enfeitiçar pelo negócio. Aquilo estava cheio de casais espanhóis que cá vêm entupir o parque de estacionamento e os corredores da loja, dando um colorido sonoro à experiência. Antigamente, íamos nós ao Corte Inglês! Mudam-se os tempos... E bem que se podiam inspirar na arrumação cuidada e minimalista dos espaços onde são recebidos, mas não! Circulam descuidados e animalescos (dando razão aos meus receios), de mãos dadas, a passear por cenários utópicos, imaginando-se num quarto Aspelund, confortavelmente deitados numa cama Camila, envoltos em têxteis Beata, admirando a textura dum móvel Bestå. É de facto uma loja multifacetada, tem tudo o que não precisamos num sitio só. Ali, “hombres” viris, machos latinos, transformam-se subitamente em dedicados elfos do lar, com particular interesse nas panelas, nos abat-jours ou em tábuas de engomar.
No meio do processo fiquei sozinho, como uma criança perdida, e fui salvo no último momento ao socorrer-me do GPS de bolso. O que me valeu foi o telemóvel para reencontrar a família. Munido do talão de encomenda, percorro, soando as estopinhas, todo o longo percurso que me iria devolver à natureza. As indicações levam-me até um descomunal elevador e, sem saber bem como, saio para um armazém tipo hangar de aviões, repleto de prateleiras cheias até ao tecto. Mais ao fundo, vislumbro finalmente uns raios de luz e aí as minhas esperanças de sobrevivência renovam-se. Uma vez chegados às caixas foi só seleccionar ,das 4 que estavam abertas, a que tivesse uma fila menor e esperar uma meia hora. O cheiro gorduroso que vinha da esplanada de alimentação, mesmo em frente, fez-me então perceber que já passava da hora do almoço, e o quanto a resistência pode ser fútil. Pagamento feito, ainda faltava um pequeno e relevante acto final, recepcionar o objecto motivador de toda esta epopeia. E o que é que era mesmo? Ahhh… o banquinho VITAMIN. Com a caixa debaixo do braço, seguimos cambaleando até ao carro, exaustos e aliviados por termos escapado à tortura. A nossa relação sobreviveu à provação do IKEA, bem como o banquinho que ainda resiste, não tivesse sido eu a montá-lo!
14 comentários:
É por relatos como o teu que ainda não entrei lá nem faço tensões disso!!
:) Beijinho
Por já ter percorrido outros idênticos tortuosos e irritantes corredores desse mesmo parque de diversões, cá para os meus lados, sei dar o valor aos teus tormentos.
Mas como na vida tudo é relativo, há pessoas que vão ao IKEA com outros propósitos.
E quando se lhes pergunta: mas precisa de comprar algum móvel ou candeeiro, ou...?
-Não! Vou só lá passear e ver se há novidades...
Abraço pah!
Sei bem o que isso é; é por isso que só lá vou quando é mesmo preciso e só foram 3 vezes (todas com aventuras para contar).
Depois de ler a tua aventura ,veio-me à mente aquilo porque passei,só que não encontrei o banquinho.
Um abraço
Caro vizinho,
Como eu lamento o seu estado!
Espero que já se encontre melhor desta aventura doentia, sobretudo no que diz respeito ao túnel cárpico, que terá sido afectado, pelo uso abusivo da chave de parafusos!!
E quase que aposto: Marshopping, certo??
Oh valhameDeus! Mas quem é que se mete no Ikea, para comprar um simples banquinho?
Também fui uma vez e até hoje não voltei lá! Ikea rima com má ideia! Por pouco não voltámos para casa a alancar com um móvel para CDs sem uma porta e um sofá às costas, que eles insistiam que eram muito fáceis de montar. E depois com o transporte e a montagem, os preços sobem upa-upa, nem são tão mais baratos assim que noutras lojas. Além de que os empregados pareciam estar todos a fazer um enorme frete...
Ná, enquanto me lembrar dessa, não volto lá! ;)
Beijocas!
Pois eu afirmo, com orgulho, que já fui duas vezes ao IKEA e mantenho a minha faceta de orc intacta!
Abraço!
Sentiste-te perdido?? Experimenta comprar o banco e perder o livro de instruções!!!
Grande aventura para teres esse banquinho...
Abraço
:))
lolollllllllll bizinho, é memo memo uma grande abentura andar no ikea, só é preciso ter paxorra :))
Só fui lá uma vez, c os miudos, kórrooooooooooor, a dada altura taba mais trómatizada có q sou lolol
xinhinhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuus e curti ler a tua história pois assim fikei a saber n sou a unica q me sinto uma extraterrestre dentro dakilo
Continuo galhardamente a resistir. Nunca entrei numa IKEA e, para ser sincero, nem sei bem onde fica cá em Lisboa.
Acreditas que já lá fui 3 vezes e saio sempre de mãos a abanar, porque não me entendo naquele labirinto cheio de gente!!!
;))
ps:mas não vou desistir...
Paulo,
ai o que eu senti a ler esta descritiva 'aventura'! por mim também já vivida... rsrs
sorrisos :)
mariam
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