Por estes dias em que estive ausente do gabinete numa proveitosa forma(ta)cão - para a semana ainda terei outra dose – dei-me conta que a minha caligrafia já teve melhores dias. Em papel branco, rascunhei assuntos que não podiam esperar espaço na memória, num bloco de notas anotei apontamentos com interesse, em papelinhos amarelos registei algumas ideias que surgiam rápidas. Com as necessidades, que são justificáveis, e as modernas possibilidades que surgiram para novos hábitos de escrita, já não desenho as letras com graça e descansei à sombra do processador de texto. Sempre gostei de escrever. Com caneta ou lápis, cheia de imperfeições, rabiscos e correcções, mesmo assim sinto que é mais perfeita e sempre tem o meu cunho pessoal. É a minha assinatura.
Com o advento da informática, o hábito da escrita manuscrita vai-se perdendo de alguma forma. Recordo com saudade os tempos de escola primária em que escrever ditados, redacções e composições, era o pão nosso de cada dia. A escrita surgia como arte, surgia fluida, a imaginação florescia e comandava os dedos num belo bailado entre a tinta e a folha de papel. Depois aguardava com impaciência a correcção dos textos e a “estatística” final, contabilizada em erros gramaticais, de pontuação e de palmatória. Agora, abre-se um programa informático e deixamos que a escolha da fonte e do tamanho da letra transmita a força e o espírito da nossa mensagem a quem a leia. Tudo é mais efémero, mais rápido e fácil, onde um quadradinho do “post” se ajusta na perfeição àquilo que se quer contar, que se quer dizer.
O homem das cavernas deixou gravados pedaços de história e, dessa forma, conquistou o poder da comunicação. Hoje em dia basta passar uma borracha, um corrector, “delete”, e pronto, é como se nunca tivesse sido escrito. De qualquer forma o importante é escrever, registar, mostrar o que se quer dizer, seja num “best-seller” ou até mesmo numa porta de casa de banho. Deve-se ler! Ler, mesmo se chegar ao ridículo de eu não entender a minha própria caligrafia!
O homem das cavernas deixou gravados pedaços de história e, dessa forma, conquistou o poder da comunicação. Hoje em dia basta passar uma borracha, um corrector, “delete”, e pronto, é como se nunca tivesse sido escrito. De qualquer forma o importante é escrever, registar, mostrar o que se quer dizer, seja num “best-seller” ou até mesmo numa porta de casa de banho. Deve-se ler! Ler, mesmo se chegar ao ridículo de eu não entender a minha própria caligrafia!
7 comentários:
Nem me fales nisso, Paulo. às vezes vejo-me aflito para decifrar os apontamentos que tiro em conferências e reuniões. Uma lástima!
Bom fds
Ah pois ....
Eu, passados cinco minutos não consigo ler o que escrevi.
Além dos problemas "tendinites e afins" causados pelos teclados e o uso continuado do mouse, depois não há mão que aguente muito tempo a escrever (falo por mim), enfim ... vantagens e desvantagens das sempre novas tecnologias.
Bjs .... bom fds
A tua caligrafia anida se consegue perceber...tens que ver a minha!!!!
Abç
:))
Ó bizinhu, tens ma letra benita, e legibel, pracasu :))
xinhinhus pa tu da lua
Eu teclo imenso mas mantenho a minha linda caligrafia.
Não te desculpes, meu menino. ;)
É verdade, os PCs tîveram imensas vantagens, mas essa de se perder uma boa caligrafia é certamente uma das desvantagens. Também me orgulhava da minha letra certinha, 'tá que ainda não chego ao ponto de não conseguir ler o que escrevo, mas que a caligrafia bonita foi à vida, lá isso... ;)
(a propósito, também ainda consigo ler a tua, eheheh!) :D
Grande verdade. Uma pessoa agora só escreve no pc e depois quando tem que usar a mão para escrever, parece difícil às vezes...
Abraço
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