Depois do stress da semana, seis dias inteirinhos a trabalhar arduamente na confecção, a saborear a poluição ruidosa e atmosférica da fábrica, a aturar o trânsito e o patrão, chega finalmente a folga! Apenas um dia pois as férias, essas, nem vê-las! Parece que o sol está para ficar e é melhor aproveitar! Onde ir então? Prá praia? Vá’mbora pessoal...
São quase oito da manhã de Domingo, a malta aglomera-se na rua do bairro e espera o transporte para a divertida excursão. Estão todos lá com o kit básico: calção largo e folclórico, camisola cabeada e justa, chapéu contrafeito do clube desportivo, chinelos comprados nos chineses, fato de banho verde fluorescente. No farnel apenas o indispensável: marmita com arroz de tomate, bolinhos de bacalhau, panados vários, broa de Avintes, sandes e pacotes de batatas fritas, coisa pouca! Na geleira azul não faltam cervejas e refrigerantes, enquanto as garrafas de água ficam de fora porque já não cabem!
A ferrugenta Toyota Hiace, que o Sr. Silva da mercearia emprestou, chega e começa o tumulto. A mãe grita: Vanessa, trás a cesta e o guarda-sol… O mais velho birra porque se esqueceu da psp, o puto chora porque quer ir à janela, ou quer fazer xixi, depois já não quer ir, a mais pequena de tanto teimar lá convenceu o pai a levar a bicicleta. E o raio do cão que não para de ladrar! O pai deixa-os com as arreliações e vai comprar cigarros e pilhas para o rádio. Vanessa, dá-me o telemóvel já! Um pandemónio…
Finalmente, depois de muita confusão e troca de galhardetes, o autocarro turístico lá se pôs em marcha, em direcção ao litoral, para a praia do costume. Pelo caminho, uma mistura de sons, choros, pimbas, cantorias, vamos à la playa ô ô ô ô ô, anima a viagem… F#&@-$£, esqueci-me de comprar “A Bola”!
Nove horas e chegam à praia. Um areal bege, perfeito, que logo se transforma numa superfície lunar cheia de cores e cabeças. Estendem-se toalhas estampadas com sereias, âncoras e rodas de leme, abrem-se guarda-sóis tricolores e floreados, espetam-se paus com panos publicitários para tapar o vento, montam-se tendas de campanha, douram-se os pêlos das pernas e dos braços, besuntam-se as caras e barrigas da canalhada. Aí, as raquetes de ténis, bolas, bóias, baldinhos de plástico, entram em acção. Vai dizer ao teu irmão para sair da água, jáááá! Ó mãe, tenho fome. Espera que ainda não acabei a Maria.
Ao meio-dia, o sol já está mais quente do que o interior da marmita. Estende-se a toalha na mesa à sombra, desdobram-se as cadeirinhas, todos sentados e quietos, começa a farra da comida. É uma festa à parte acompanhada de copos, talheres, pratos descartáveis e bolas de borracha vindas do ar… F#&@-$£, quem foi o gajo?
Depois, até às 4 da tarde, há que fazer a digestão do repasto. Corpos suados e pesados deitam-se à sombra, adultos e mais pequenos dormem a sesta, embalam-se ao som das ondas e dos roncos do pai. Quem não dormir ou toma conta do acampamento ou vai passear o cão!
Ao fim da tarde começa outra aventura, o regresso. Corpos queimados, vermelhos, cobertos de areia, sacodem-se, mal dispostos, juntam a tralha e a garotada, arrumam as amarguras e a alegria de novo na carrinha que os levará de volta ao bairro.
E assim termina um dia típico de praia de uma típica família. Ó Pai...! Então pai, a senhora professora ensinou-me que devemos deixar as praias limpas! F#&@-$£...
São quase oito da manhã de Domingo, a malta aglomera-se na rua do bairro e espera o transporte para a divertida excursão. Estão todos lá com o kit básico: calção largo e folclórico, camisola cabeada e justa, chapéu contrafeito do clube desportivo, chinelos comprados nos chineses, fato de banho verde fluorescente. No farnel apenas o indispensável: marmita com arroz de tomate, bolinhos de bacalhau, panados vários, broa de Avintes, sandes e pacotes de batatas fritas, coisa pouca! Na geleira azul não faltam cervejas e refrigerantes, enquanto as garrafas de água ficam de fora porque já não cabem!
A ferrugenta Toyota Hiace, que o Sr. Silva da mercearia emprestou, chega e começa o tumulto. A mãe grita: Vanessa, trás a cesta e o guarda-sol… O mais velho birra porque se esqueceu da psp, o puto chora porque quer ir à janela, ou quer fazer xixi, depois já não quer ir, a mais pequena de tanto teimar lá convenceu o pai a levar a bicicleta. E o raio do cão que não para de ladrar! O pai deixa-os com as arreliações e vai comprar cigarros e pilhas para o rádio. Vanessa, dá-me o telemóvel já! Um pandemónio…
Finalmente, depois de muita confusão e troca de galhardetes, o autocarro turístico lá se pôs em marcha, em direcção ao litoral, para a praia do costume. Pelo caminho, uma mistura de sons, choros, pimbas, cantorias, vamos à la playa ô ô ô ô ô, anima a viagem… F#&@-$£, esqueci-me de comprar “A Bola”!
Nove horas e chegam à praia. Um areal bege, perfeito, que logo se transforma numa superfície lunar cheia de cores e cabeças. Estendem-se toalhas estampadas com sereias, âncoras e rodas de leme, abrem-se guarda-sóis tricolores e floreados, espetam-se paus com panos publicitários para tapar o vento, montam-se tendas de campanha, douram-se os pêlos das pernas e dos braços, besuntam-se as caras e barrigas da canalhada. Aí, as raquetes de ténis, bolas, bóias, baldinhos de plástico, entram em acção. Vai dizer ao teu irmão para sair da água, jáááá! Ó mãe, tenho fome. Espera que ainda não acabei a Maria.
Ao meio-dia, o sol já está mais quente do que o interior da marmita. Estende-se a toalha na mesa à sombra, desdobram-se as cadeirinhas, todos sentados e quietos, começa a farra da comida. É uma festa à parte acompanhada de copos, talheres, pratos descartáveis e bolas de borracha vindas do ar… F#&@-$£, quem foi o gajo?
Depois, até às 4 da tarde, há que fazer a digestão do repasto. Corpos suados e pesados deitam-se à sombra, adultos e mais pequenos dormem a sesta, embalam-se ao som das ondas e dos roncos do pai. Quem não dormir ou toma conta do acampamento ou vai passear o cão!
Ao fim da tarde começa outra aventura, o regresso. Corpos queimados, vermelhos, cobertos de areia, sacodem-se, mal dispostos, juntam a tralha e a garotada, arrumam as amarguras e a alegria de novo na carrinha que os levará de volta ao bairro.
E assim termina um dia típico de praia de uma típica família. Ó Pai...! Então pai, a senhora professora ensinou-me que devemos deixar as praias limpas! F#&@-$£...
7 comentários:
Há mar e mar há ir e deixá-los afogar.
Brincadeira à parte, eu já protagonizei uma cena digna desta família, quando os meus filhos eram pequenos. Pobres dos outros na praia!
eheheh bela descrição
beijo e bom fds
Substituindo a Toyota Hiace pela Camioneta dos "Espíritos Santos", adicionando a "Termos" e retirando o cão. Este filme já foi meu....e que bom filme...Adorava a praia.
Lembro-me de passar as 3 horas (da digestão) a perguntar aos meus Pais, de 5 em 5 minutos se já podia ir para a agua. Depois da esperada permissão, tinham que ser os meus Pais a tirar-me da agua (roxo, a tremer e todo "encorrilhado"). Bons Tempos!
Ah, ah, ah, exceptuando as últimas frases (que naquele tempo as professoras não tinham preocupações dessas), essa parece uma ida à praia de uma típica família portuguesa, nos anos 60/70.
Eu ia com os meus pais e irmã, sem cão, nem telelés, nem psps, evidentemente, mas levávamos a casa atrás: guarda-sol, cadeira, geleira e até um barco de lona onde cabíamos os 4 e a bagagem, mais a bomba para o encher, que era coisa para demorar cerca de 10 minutos. E era TODO o dia na praia (na lagoa de Albufeira, perto de Sesimbra), no barquito passávamos para o outro lado, onde havia muito menos gente. Ah, e também não levávamos marmitas, normalmente eram sandes, folhados de carne, fruta, águas e sumos. Mas bem víamos pessoal a levar tachos, mais o respectivo garrafão de tintol... :)))
Creme nívea, da lata azul! Até sinto o cheiro do creme no ar...
Bom fim-de-semana! E, se for caso disso, boa praia!
Foram agumas cenas dessas que me fizeram detestar a praia no Verão...
rsrsrsrsrsrsrsrs..........
Abraço
É o que temos...
Abraço.
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