quinta-feira, julho 2

ouve... sem preconceito

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Estes são dias das mãos abertas e não serão os últimos. Olha á tua volta. Estes são os dias dos mendigos e dos oportunistas. Este é o ano do homem faminto cujo lugar está no passado, de mãos dadas com a ignorância e legítimas desculpas. Os ricos declaram-se pobres e a maioria de nós não tem a certeza se temos muito, mas aproveitemos todas as oportunidades porque Deus parou de o fazer. Acho que algures, ao longo do caminho, Ele deve ter-nos deixado de fora, a jogar. Virou as costas e deixou os Seus filhos rastejarem pela porta das traseiras.

E é difícil amar, há tanto a odiar, esperançados quando não há esperança para dar. E o céu ferido, sobre nós, diz que já é demasiado tarde! Bem, talvez, todos nós, devêssemos rezar por tempo.

Estes são dias de mãos vazias, agarramo-nos a tudo o que podemos e a caridade é um casaco que usas duas vezes por ano. Este é o ano do homem culpado, a tua televisão toma o seu lugar e tu descobres que o que estava ali, está aqui. Então gritaste por detrás da porta, disseste "o que é meu é meu e não é teu", talvez tenha demasiado mas aproveitei as minhas oportunidades porque Deus parou de o fazer! E dependes daquilo que te venderam, tapaste os olhos quando te disseram que Ele não voltaria mais porque não tem mais filhos por quem regressar.

E é difícil amar, há tanto a odiar, esperançados quando não há esperança para dar. E o céu ferido, sobre nós, diz que já é demasiado tarde! Bem, talvez, todos nós, devêssemos rezar por tempo.




Esta canção, Praying for Time (Rezar por Tempo), aqui com tradução minha, foi o primeiro single a ser extraído do álbum Listen Without Prejudice Vol. 1, de 1990. Com esta música, George Michael quis transmitir uma escura e sombria reflexão sobre os males e injustiças sociais da época. Digam-me lá se não permanece tão actual?



4 comentários:

Vera disse...

Infelizmente Sim :(
Bjs

Gi disse...

Há conceitos que são imutáveis e sempre actuais e 1990 não foi assim há tento tempo.

Kok disse...

As coisas más, quando mudam é para pior.
Esta frase talvez encerre a ideia dum certo derrotismo; mas quando as situações se repetem por décadas como classificá-las?
E infelizmente há tantos exemplos destes...

liamaral disse...

Até me arrepiei...
Well Done!
:) Beijinho