A vida no mundo da lua é solitária, e na terra também é! Por mais que as pessoas me cerquem, me falem, me chamem, eu sou apenas um. Único, só, singular, inédito. Por mais eus que vivam dentro de mim, por mais que me divida, por mais que esteja em todo o lado, seja quem for e quem nem outro poderia ou saberia ser, sou um solitário, perdido no espaço como um papagaio de papel.
Sem o meu espaço não sou quem penso ser. Não vejo o meu reflexo nas estrelas, não me ouço nem me sinto, sou uma criação de alguém que me imaginou assim. Diferente, próprio, comum e mortal. Eu tenho medo. Medo do escuro, medo do vazio do espaço, de histórias que nunca conheci. Sinto medo em estar só. Tenho saudades do passado que não tive, do que não vivi e do início que não percebi.
A vida é estranha. Penso e me impulsiono, queimo o combustível que me alimenta, que me faz voar mais alto, mais longe de tudo. Tudo que vivo me leva para cima. Queimo tudo. E o que fica? Lembrança. Quanto mais alto, mais distante fico das coisas na terra, do ponto de partida, das coisas que me prendem à vida monótona, horizontal, solitária. Prefiro subir, sentir o frio do espaço e o brilho do sol. Solitário, lá fora no espaço, sonho em voar para sempre, poder chegar perto do sol. No céu não há limites. Subo enquanto tiver combustível para queimar até que o pouso me restaure a consciência, novamente para me descobrir.
É apenas o meu emprego, cinco dias por semana, um homem foguete que o vai ser por muito e muito tempo… um homem foguete.
Jason Mraz - Rocket Man
Sem o meu espaço não sou quem penso ser. Não vejo o meu reflexo nas estrelas, não me ouço nem me sinto, sou uma criação de alguém que me imaginou assim. Diferente, próprio, comum e mortal. Eu tenho medo. Medo do escuro, medo do vazio do espaço, de histórias que nunca conheci. Sinto medo em estar só. Tenho saudades do passado que não tive, do que não vivi e do início que não percebi.
A vida é estranha. Penso e me impulsiono, queimo o combustível que me alimenta, que me faz voar mais alto, mais longe de tudo. Tudo que vivo me leva para cima. Queimo tudo. E o que fica? Lembrança. Quanto mais alto, mais distante fico das coisas na terra, do ponto de partida, das coisas que me prendem à vida monótona, horizontal, solitária. Prefiro subir, sentir o frio do espaço e o brilho do sol. Solitário, lá fora no espaço, sonho em voar para sempre, poder chegar perto do sol. No céu não há limites. Subo enquanto tiver combustível para queimar até que o pouso me restaure a consciência, novamente para me descobrir.
É apenas o meu emprego, cinco dias por semana, um homem foguete que o vai ser por muito e muito tempo… um homem foguete.
Jason Mraz - Rocket Man
8 comentários:
".. até que o pouso me restaure a consciência"
gostei.
um "homem foguete"...às vzees também me sinto mulher foguete...entendi perfeitamente o teu texto...e gostei muito de o ler
beijos
Continua a pensar assim que continuas bem.
gostei imenso.
Beijos dos teus pais.
...sou uma criação de alguém que me imaginou assim...
Se foi o Almeida (Pai) e a Fernanda (Mãe), ou outro ser superior não sabemos, só sei que fez um bom trabalho.
Embora vivamos em sociedade, somos todos uns seres solitários, sempre à procura do "infinito", sempre inatingivel, e por isso acompanha-nos este sentimento esquisito de que nos falta sempre algo.
A vida é assim, felizes aqueles que conseguem pelo menos uma parte do "sonho"
Como sempre, as tuas palavras são de uma profundidade imensa e muito sérias!
Parabéns mais uma vez Paulo! Ler-te faz me bem à alma!
:) Beijinho
Paulinho, não te sabia de uns pensamentos tão profundos :-p
Estou a gostar de te ler ;-)Vou ter que guardar este blog nos meus favoritos :-)
Um beijão :-x
Andas mesmo inspirado. Brilhante!
Abraço
Bem, estou mesmo a ver que tenho de passar aqui mais vezes. Gostei muito deste texto. Eu agora abrandei um pouco os meus textos muito reflexivos, mas voltarei ja um dia destes. Tens um estilo agradavel e sentido.`Vem de dentro, nao é por encomenda, como digo no meu post sobre Star wars.
Abraços
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