segunda-feira, março 24

opções

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O máximo de liberdade que o ser humano pode aspirar é escolher a “prisão” na qual quer viver. Pode parecer paradoxo mas é uma verdade irrefutável. A liberdade é uma abstracção, não é uma roupa velha, azul e desbotada que se veste. É sim a nudez total, nenhum comportamento para vestir. No entanto, a sociedade não o deixa sair à rua sem um crachá de identificação pendurado ao pescoço.

O casamento pode ser uma prisão. A paternidade, a pena máxima. Um emprego que rende um mísero salário acorrenta só pelo receio de o perder, impede-o de arriscar novos voos. O mesmo se pode dizer de um cargo bem remunerado. Tudo o que lhe dá segurança ao mesmo tempo o escraviza. Viver sem laços igualmente o pode reter. Uma vida mundana, sem dependentes para sustentar, o céu como limite: prisão também. Depois vem um sentimento vazio de passar o resto da vida sem experimentar a delícia de uma vida amorosa estável, o conforto de um endereço certo e a imortalidade alcançada através de um filho.

Se nem a estabilidade e a instabilidade nos tornam livres, aceitemos que a liberdade de escolher a nossa própria "prisão" já é, em si, uma vitória. Nós é que decidimos quando seremos capturados e para onde seremos levados. É uma opção consciente.


2 comentários:

Ka disse...

Esta muito bom este texto!

Podera ter sdo escrito por mim no dia de hoje (ok ok não o vou plagiar...hehe mas acredita que tentei fazer um esboço acerca do tema mas como não saiu bem resolvi passar à frente)

Desde que nascemos até morrermos estamos permanentemente a optar. O problema são as grandes opções que marcam o rumo das nossas vidas....como ter a certeza quais as correctas?

Beijo e boa noite

Olá!! disse...

Sou livre para escolher viver fora de prisões... os laços que crio são fortes sem ser algemas...

Fiquei sensibilizada com este texto e francamente acho que cada pessoa o vai interpretar de forma diferente.

Beijosssssssssssss