terça-feira, fevereiro 14

a via política

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Não se pense que ser político é uma aptidão que nasce de um dia para outro. Não! Para além de uma veia política é necessário que haja uma via política. Veja-se o exemplo do senhor doutor, mais conhecido no Parlamento como o xôtôr.

Desde logo, no infantário, o pequenino doutor assume a liderança do berçário. Clama para si o comando da chamada rebelião do biberão, na qual os cagões berram pelo aumento do número de mamadas diárias. No final da conspiração, o pequeno doutor acaba sempre rechonchudinho e de fralda recheada.

Na primária, o menino doutor, doutorzinho, como é chamado pelos colegas, candidata-se a delegado de turma! Promete a liberalização dos telemóveis e da chiclete nas salas de aula. Mas, no último período, o doutorzinho vive cercando os profes visando aqueles décimos milagrosos para passar de classe.

No Ensino Médio, o doutorzeco betinho, como lhe chamam os opositores, concorre com uma lista para a presidência da Associação de Estudantes lá do liceu. Promete armários para todos e raves semanais. Assim, foi eleito. Usa a sala da associação como escritório pessoal e sala de orgias onde dá “tiro” às aulas com os amigos para jogar sueca.

Na Faculdade de Economia, então um potencial doutor com D grande, concorre para a AEFE. Ganha à primeira volta, prometendo suavizar as praxes e lutar pela cota de loiras mamudas com baixo coeficiente de inteligência. Fuma maconha com os da extrema esquerda e invade a reitoria umas duas vezes, só pra mudar de ares.

Adulto, agora intitulado como "o senhor Dr.", lança a candidatura à Câmara Municipal da terriola onde nasceu. Com falinhas mansas e palavras caras, encanta o povo com a sua verborreia, prometendo mundos e fundos, benfeitorias na escola e nos sanitários públicos. À noite, janta alarvemente com empresários endinheirados e membros do partido, charutos cubanos, bundas e escarradelas pela janela.

Após uma aturada campanha eleitoral é agora um entre outros xôtôres deputados bem alapados no hemiciclo. A boa vida, regalias e sumptuosidade não lhe são coisa exclusiva, no entanto muito terá de ajeitar o microfone e parlamentar bem alto, “muito bem, muito bem”, se quiser ser notado interpares. Na magistratura de influência dos corredores e gabinetes da Assembleia a coisa fervilha e singra no aparelho partidário.

“Sim senhor ministro”. Não! Não estarei a exagerar na dose se de repente o nosso xôtôr for convidado a ser ministro de uma pasta qualquer. Há pessoas que vivem tão centradas no seu ego, sentem-se tão elevadas e academicamente evoluídas que arriscam fazer parte de uma elite vip, de falcons, tempos de antena e caviar. Mas atenção senhor ministro, a via política não é tão linear assim. Tão depressa se está no topo....como no dia seguinte estará à mercê de um corta-relvas e lhe cortam os... ditos!

3 comentários:

redonda disse...

O pior é que cada vez me parece mais que são todos iguais...

Kok disse...

Nem sempre lhes "calha" o corta relvas mau.
Porque tal como há cortes bons e maus, assim também acontece com as relvas...
E quem um Relvas tem, mal não lhe advém.

Há sempre um lugar à espera destes ditos políticos; nem que seja como não executivo!

1 abraço pah!

Safira disse...

Se precisar de um jerrican de gasoil para o dito corta relvas, estou muito disponível para contribuir :)