 Há muito que não paravas de reclamar comigo. Sempre que te rodava a chave, do teu interior se ouviam uns grilinhos cada vez mais irritantes, captava sinais de luzes que te iluminavam o painel, a todos incomodavam a rouquidão do teu escape e as pingas de óleo que já choramingavas. Eu posso muito bem viver sem ti, ah pois posso, mas todos autobeneficiamos da tua autoconfiança e sei dar valor à tua autonomia. Se te troco pelo autocarro ou pela bicicleta é porque não tenho sempre a necessidade dos teus automatismos, sabes bem disso. Pronto, impunha-se! A tua amiga automobilista, confidente das tuas autocríticas, fez-te a vontade e levou-te à revisão, mas o relatório da tua autópsia abalou definitivamente com a auto-estima da minha conta bancária. Autómato que fiquei ao ver o teu orçamento, não me deixou alternativa e autografei o cheque porque, confesso, preciso de ti e bem afinadinho. Na tua autodefesa tens o facto de nunca me teres deixado apeado na auto-estrada e só por uma vez teres posto em causa a minha autoridade. Eu, autodidata que até sou, inventei, investi, limpei em teu autobenefício e tu foste perdoando as amolgadelas e os riscos da minha autoria. Só mesmo tu é que ficarias todo vidrado com um autocolante da aprovação na inspecção! Meu velho amigo, a PDI toca a todos, até aos automóveis. Muito provavelmente teremos de seguir juntos pela velhice e, a não ser que queiras ficar descalço a guardar galinhas como esse teu primo ferrugento que conheceste no ano passado, vê lá se te autopromoves por outros cem mil, ou mais! Pois é, tudo tem o seu desgaste e automaticamente o seu preço. E assim lá se foi o meu rico subsídio de natal!
Há muito que não paravas de reclamar comigo. Sempre que te rodava a chave, do teu interior se ouviam uns grilinhos cada vez mais irritantes, captava sinais de luzes que te iluminavam o painel, a todos incomodavam a rouquidão do teu escape e as pingas de óleo que já choramingavas. Eu posso muito bem viver sem ti, ah pois posso, mas todos autobeneficiamos da tua autoconfiança e sei dar valor à tua autonomia. Se te troco pelo autocarro ou pela bicicleta é porque não tenho sempre a necessidade dos teus automatismos, sabes bem disso. Pronto, impunha-se! A tua amiga automobilista, confidente das tuas autocríticas, fez-te a vontade e levou-te à revisão, mas o relatório da tua autópsia abalou definitivamente com a auto-estima da minha conta bancária. Autómato que fiquei ao ver o teu orçamento, não me deixou alternativa e autografei o cheque porque, confesso, preciso de ti e bem afinadinho. Na tua autodefesa tens o facto de nunca me teres deixado apeado na auto-estrada e só por uma vez teres posto em causa a minha autoridade. Eu, autodidata que até sou, inventei, investi, limpei em teu autobenefício e tu foste perdoando as amolgadelas e os riscos da minha autoria. Só mesmo tu é que ficarias todo vidrado com um autocolante da aprovação na inspecção! Meu velho amigo, a PDI toca a todos, até aos automóveis. Muito provavelmente teremos de seguir juntos pela velhice e, a não ser que queiras ficar descalço a guardar galinhas como esse teu primo ferrugento que conheceste no ano passado, vê lá se te autopromoves por outros cem mil, ou mais! Pois é, tudo tem o seu desgaste e automaticamente o seu preço. E assim lá se foi o meu rico subsídio de natal!Um bom fim-de-semana, deseja-vos o autor!
 














 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
