quinta-feira, junho 30

blogue... ando

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Vários amigos e amigas que publicavam os seus blogues com uma certa regularidade, eu incluído, adiaram para calendas gregas ou esqueceram os seus cantos à deriva pelo espaço sideral blogueiro. Depois de anos a publicar textos, imagens, crónicas maçadoras, ideias e experiências de vida neste mofado gabinete, dá uma certa nostalgia e comichão nos neurónios pensar sequer na possibilidade de encerrar de vez o casebre. Já percebi que os tempos mudaram! Os blogues já não são mais o canal de comunicação da Internet. Insistir neles é ficar preso a algo que já está ultrapassado? Talvez, não sei! Agora o que está a dar são redes da nova geração, o Facebook e o tal do Twitter. Mas não me apetece, não me atraem e não os tenho pelo beicinho. Podem-me chamar de antiquado, de séptico (sim com s) que continuarei a escrever o que penso, para quem quiser ler, neste sítio de má fama. Não só por teimosia mas por necessidade pessoal, não tenho actualizado e visitado os meus blogóticos companheiros de route com a mesma frequência por mera falta de disponibilidade e não ter um computador a tempo inteiro. Acompanho e gosto dos blogues que resistem à mudança. Acho que no blogue sempre se pode elaborar um pouco mais as ideias. O Twitter é com um chocho, aquele beijo dado a torto e a direito nas festas da adolescência, rápido e fugaz. Já o Facebook parece-se mais com os namoricos que tinha nas férias de verão. Compartilha-se de tudo, banalidades, fotos, joguinhos, amigos e até familiares. Mas nada muito intenso nem próprio. O blogue é um pouco mais pessoal, elaborado, independente de ser uma publicação curta ou longa, séria ou cheia de humor, tosca ou poética, é uma duradoura diarreia mental.




(foto de uma t-shirt comprada no Sudoeste do ano passado)

E agora que está terminado o texto e actualizado o moquifo, bora lá devolver o portátil ao filhote que ele tem os amigos do faicebuque à espera!

segunda-feira, junho 27

dicas de um "xicolista inbertebrado"

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Terminado que está este pequeno período de férias, com longas pedaladas em ritmo de treino, lentamente abrando a cadência e retomo a pedalada para o trabalho. Sou adepto da bicicleta há muitos anos. Uso as minhas bicicletas todos os dias, vou com elas para todo o lado e elas são o meu veículo de eleição. Distâncias longas ou curtas, vou sempre a pedalar. Moro relativamente perto do gabinete de trabalho, são mais ou menos quatro quilómetros, o que dá uns 15 minutos a pedalar, dependendo apenas da vontade. A questão do trânsito é algo que se consegue vencer com cuidado, conquistando agilidade e ganhando experiência e a resistência física é coisa que só se adquire com a prática. Caótico ou não, o trânsito é igual em todo o lado, o que difere é o arrojo, a paciência, a prudência e determinação de cada ciclista no fluxo rodoviário. Logicamente que em cidades como o Porto e Lisboa a coisa mais complicada é, às vezes, ter de subir, mas com alguns truques na manga e umas mudanças levezinhas, quem pedala por gosto sempre alcança, até a ladeira mais difícil. Caso haja condições, saio com antecedência de casa, a fim de ganhar mais tempo e poder pedalar sem pressas. A questão da transpiração é controlável com o tempo. Uma dica básica para estes dias de Verão é pedalar devagarinho, vestir menos e pedalar à fresca. E encerrado o expediente nada melhor do que voltar para casa por outros caminhos à beira-rio e à beira-mar. Parar para uma bebida refrescante, degustar um gelado e, se der, estender a toalha nas areias quentes da praia, não há nada melhor para espairecer o stress do quotidiano.

Bom, concluindo, se moras perto do trabalho, tens preguiça de ir a pé ou de transportes públicos e vais de carro para o meio do trânsito, pensa antes em ir de bicicleta. Se estiveres com receio, experimenta fazer isso uma vez por semana e vai aumentado a frequência. Há uma boa hipótese de gostares da experiência! O exercício físico faz com que tenhamos um melhor dia de trabalho. Sentes mais o ambiente e aprecias mais as coisas pequenas da vida. Há muito mais contacto humano na bicicleta, mesmo numa cidade dominada pelo carro. E as pessoas correspondem a essa humanização. A bicicleta abre caminhos, tem magia.

Boas pedaladas!

segunda-feira, junho 20

em semana de santos populares

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Com o Verão mesmo aí a bater à porta, estamos a chegar ao período de férias, as escolares e as de ócio, mas nunca, como este ano, se falou numas férias tão mirradas. “Só não apertará o cinto quem usar suspensórios!”, ouço esta há tanto tempo! E nem falo de tantos e tantos que vivem uma situação desesperante, sem ocupação nem rendimento. Mas porque a crise não vai de férias, resta-nos umas festinhas de Verão que vamos tendo para alegrar a malta.

n.d.r.: esqueci-me de dizer que como o meu tempo tem sido de férias, ausente do computador do gabinete e mais na bicicleta, este e os últimos dois posts foram agendados. Até breve e um bom São João para todos.

quarta-feira, junho 15

micro - nicles batatóides

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A maior ambição do homem é o microfone. Dêem-lhe um microfone e ele falará um qualquer discurso, dirá o que lhe vai na alma, cantará um bailinho da Madeira - e a isso me refiro a dar atenção, abrir os olhos e dar ouvidos, ok, vocês entenderam. Talvez uma estória interessante aqui ou ali, mas de facto, resumindo o texto, haverá um ou outro momento em que sairá uma qualquer asneira. Ah, como o ser humano fala barato. Apontem o microfone à vox populari que o povo opinará absolutamente sobre tudo. Se o assunto for futebol ele chamará a atenção para si. No que toca à política, mesmo que entenda pouco ou quase nada do assunto, fala, fala, fala, e no final não dizem nada. Mas todos têm opinião. Caso goste de discorrer uma conversa da treta então é melhor dedicar-se ao croché pois ele terá uma longa estória para contar. E melhor que a sua. Falar das novela da vida, ui, isso acontece o dia inteiro. Personagens, jargões, cenas divertidas, se não perceber do tema é melhor prestar atenção. Nos primeiros minutos escutamos, ou fingimos bastante bem. Na verdade, vamos juntando argumentos para uma boa desculpa e sair de fininho.

Ou o orador tem o dom de prender audiências ou então está feito. Ele deve ter uma piada preparada para o melhor momento, falar alto, rir mais alto porque o riso contagia, deve dissertar a sua história como a mais interessante do que alguma vez já foi. Até pode ser muito chato mas ele está ali de microfone na mão para chamar atenção. A verdade é que todo mundo tem seu momento de microfone na mão. E não adianta se esconder. Toda a assistência está de olho arregalado e ouvidos bem abertos. “E quem é aquele?!"

Todos temos um momento onde somos ouvintes, mas também tem um momento onde falamos pelos cotovelos. Com a esposa, com os filhos, com os amigos à mesa de jantar. Alguns falam muitas banalidades. Outros possuem um vozeirão e nem necessitam de microfones. Quem tem voz, quer falar, não é mesmo? E que bom seria se todos nós discutíssemos apenas sobre o que entendemos. Se discutíssemos apenas sobre o que entendemos, o mundo teria conversas mais interessantes. Por isso repito, o grande problema do homem é o microfone. E o grande problema, insisto, é que não gosto do microfone. Não tenho dotes oratórios, nem de estar especado no palco. Gosto de ficar na plateia, de ser um entre pares, um tipo simples, humilde e até corajoso, mas quando me dão um microfone para a mão… mas aí fica o silêncio. Tenho vontade é de escrever. Aliás, não sei se deu para perceber, mas isso está a acontecer comigo desde que comecei o texto.